Quando o FRM foi criado, há cerca de 20 anos, a Internet ainda estava em sua infância, eu o lançara na época das redes discadas e do total sucesso do Timezone (o site). Confesso a vocês que sequer lembro porque a primeira iteração do FRM, o "amarelinho", precisou sair do ar. A segunda eu também não lembro... Mas essa terceira atingiu hoje a impressionante marca de 300 mil mensagens postadas, sequer estou falando em acessos, mas mensagens! Sim, muita coisa mudou na internet em duas décadas, o "in" hoje são as redes sociais, os blogs sem iteração... Por incrível que pareça, eu acho que muita coisa se perdeu nesses novos formatos: os blogs não permitem iteração entre vários pensamentos, tratando-se de verdadeiros monólitos que querem empurrar ao apreciador o que os seus articulistas acham sobre a relojoaria (vide Hodinkee, que até gosto...); o Instagram e Facebook apresentam os produtos em "flashs" rápidos, sem profundidade, mas de forma efetiva para o mercado; o Whatsapp permite iteração entre grupos, mas de forma restrita e não profunda. Enfim, eu sinceramente tenho saudade da época na qual a relojoaria era algo mais "pessoal", menos negócios, menos fontes, mas mais profundas... Mas não posso reclamar, acho que, junto com o ciclismo, talvez tenha sido o troço que mais me uniu a pessoas, dezenas delas eu tendo conhecido pessoalmente e várias se tornado de fato amigos. Sei que alguns dizem que as discussões tem ficado num nível menos técnico, etc mas... Alguém já pesquisou nos arquivos como eram antes? Eu, sem modéstia alguma, orgulho me de ter ajudado a difundir a relojoaria não apenas com aquele relógio que se usa no pulso, mas um fenômeno cultural que poderia unir pessoas. E sejamos honestos: quantos sites vocês conhecem por aí que estão no ar há praticamente 20 anos, sem muito mudar a fórmula e, mesmo assim, ainda servindo de base de consulta e união entre aficionados? Pois é... Muito legal ter alcançado essa marca hoje. A relojoaria, como hobby, não ocupa tanto mais minha vida assim. Há alguns anos eu brincava que a relojoaria ocupava 1/4 da minha vida. Bem... Hoje ainda ocupa 1/8...
Não sei o futuro do site, mas se eu puder escrever de novo quando atingir 400 mil mensagens postadas, o farei, com a mesma empolgação.
Flávio