Vou resumir a principal diferença do escapamento Coaxial em duas imagens que, acredito, todos irão entender;
Esse primeiro filme mostra o funcionamento de um escapamento de âncora tradicional. O balanço está girando e, claro, perdendo energia a cada vai e vem, que deve ser "restaurada" de alguma forma. Como é feito isso? Todo o trem de rodagem está sob a tensão de uma corda enrolada que, se não fosse o escapamento o travando, se desenrolaria em segundos. O escapamento, pois, trava, mas também libera de tempos em tempos, a rodagem do relógio. E o movimento das engrenagens é transferido em algo "visual" para nós, os ponteiros, de modo que possamos ver as horas. Um relógio mecânico, pois, nada mais é do que um conjunto de engrenagens mantido sob a tensão de uma mola, que é liberada de tempos em tempos, possibilitando algo "pregado" numa das engrenagens, ponteiro, a visualização de algo tangível, as horas. A precisão com a qual essa liberação do trem de engrenagens ocorre é o que define, ou primordialmente define, como devem ter percebido, a precisão da marcação das horas. Mas, como eu disse no começo, para o balanço continuar girando, ele deve receber a energia da mola de alguma maneira. Como é feito isso. Prestem muita, mas muita, mas muita atenção no vídeo, a partir dos 48 segundos. A ação da roda de escape à esquerda no vídeo, que é mantida sob tensão junto com todo o conjunto de engrenagens, "raspa" a levee. E ao fazer isso, COM ATRITO (lembrem-se como impulsionávamos um jogador de botão com a palheta para lança lo adiante...), o balanço, à direita (mas não mostrado, só seu pivô), continua se mexendo. Essas superfícies precisam de lubrificação e, pela própria natureza do ato, RASPAR, com o tempo ficam secas e o relógio começa a marcar o tempo com erro.
https://www.youtube.com/watch?v=Wmk2mA6dg3o&t=36sSigamos, então, ao vídeo 2, um escapamento Coaxial. Os princípios são exatamente os mesmos acima, muito embora o desenho do escapamento, justamente por uma questão de projeto, seja diferente. Mas vale tudo o que falei acima, menos... Prestem atenção a partir dos 57 segundos, na lupa que aparece à direita, mostrando o impulso dado pela roda de escape ao balanço, através das levees. Notaram que não há deslizamento do dente da engrenagem sobre o plano das levees? O que ocorre é um "peteleco". O impulso, pois, é dado em menor tempo, de forma tangencial e sem necessidade de lubrificação. A Omega utiliza graxa na superfície, mas não para lubrificar a "raspagem" de uma superfície sobre a outra, mas para amortecer o impacto do peteleco que ocorre. A precisão teórica nesse sistema e durabilidade são maiores.
https://www.youtube.com/watch?v=3mJDk4e_AbUSacaram?
Flávio