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Avaliação Omega circa 1962 cal 552

Iniciado por ejr888, 17 Julho 2019 às 19:05:36

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ejr888

Boa noite confrades.
Estou tendo a oportunidade de ter esse Seamaster 14700 ou 14710.
Pelas pesquisas, calibre 552 fabricado entre 1960-1962 com plexiglass.

Preciso de opinião profissional, além das garras diferentes.





fbmj

#1
O mostrador foi refeito. A foto de baixo é do modelo 166.010
Interessante que tenho tanto o que você mostrou (mas com mostrador original) como o da foto de baixo.

ejr888

#2
Estava desconfiando da esmola de 800 reais  :P :P :-* :-*

mas acho lindo.

Poderia postar foto do seu para comparar?
Obrigado pelo toque.

Fora as lantejoulas de marcação são atualizadas, mesma do 120m
e a história armário do vovô.

Doutor Isnobson

Caído demais


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fbmj


O meu tem mostrador waffle e é um dos raros modelos com ponteiro vermelho.


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flávio

Se for para investir, que seja em muito bom estado, o que não é o caso aí...

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paulobalsan

Achei o estado do Omega ali bom até, pelo preço de um invicta, acho que valeria a pena


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Dicbetts

De graça é caro.

Dava passagem mesmo se o mostrador estivesse 100%.

Dic

ejr888

Citação de: paulobalsan online 18 Julho 2019 às 11:17:44
Achei o estado do Omega ali bom até, pelo preço de um invicta, acho que valeria a pena


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Sim mas na hora que abrir o bico é jogar fora o "invest"..
----------

Fbmj, obrigado pela referência, gritante a diferença pós restauro.

paulobalsan

Citação de: ejr888 online 18 Julho 2019 às 11:56:57

Sim mas na hora que abrir o bico é jogar fora o "invest"..
----------

Fbmj, obrigado pela referência, gritante a diferença pós restauro.
Mas só o mostrador foi refeito né? Quando abrir o bico, continua sendo um Omega, com possibilidade de manutenção, creio eu...


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Adriano

Sei não, se a caixa está assim, imagine a máquina... bomba. Vintage estragado é fonte certa de frustração e desgosto. Mas é só minha opinião baseada nas minhas experiências.

Abs.,

Adriano

ejr888

Paulo, qnd eu entrei no FRM tinha um Chronomat abrindo o bico.

Valor revisão 1800 reais em 2016.

Dei por 2000 reais para não tomar preju e conseguir correria.

Neste caso tô batendo rolo e posso tomar preju de 120%...

Vabbè ciaooo a todos envolvidos, cruzo os braços e não fico atrás que nem bobo.
:o :o 8) 8) :-X

ejr888

Maturidade emocional no Brasil não é para amadores custa $$$..

flávio

#13
Ao contrário da maioria, eu raramente troquei ou vendi relógios nesses 20 anos que me dedico ao tema. Sim, 20 anos... E nunca fui de comprar tantos assim, ao contrário do que o povo imagina (e, aliás, como já ressaltei aqui, não compro nada há 5 anos e não comprarei nada, acredito, nunca mais, por motivos que também já ressaltei aqui). Porém... Eu já vendi um relógio em excelente estado, um Tissot Janeiro edição limitada, acredito que para um colega do fórum. O fiz porque não significava muito e eu havia adquirido um Sinn 556 e pretendia compensar o custo desse. E... Vendi também, provavelmente no início dos anos 2000, um Omega Constellation Pie Pan 1962, com calibre 562. Visualmente, o relógio estava até legal, o mostrador era sim refeito, mas passável a olho nu. Porém, certo dia o levei a um amigo relojoeiro para analisar o movimento e ele disse: olha, essa coroa também não é original e o movimento... Bem, ele está meio "cansado", foram as palavras dele. E então, no meio de um ajuntamento de relógios em perfeito estado, lá estava o Omeguinha até bonito mas... Com um mostrador e coroa não originais e um movimento "cansado". Aquilo me levou a não mais usá-lo e em pouco tempo o anunciei no Mercado Livre e o vendi, acredito, por cerca de uns 500 reais.

Eu acho que cada produto que se adquire é o reflexo da sua época e da época na qual VOCÊ julgava aquilo importante e curtiu ter adquirido. É fácil eu olhar hoje para meu ajuntamento e dizer, como já fiz aqui, que deveria ter colecionado de outra maneira: ao invés de vinte relógios medianos e de entrada, deveria ter juntado grana para ter, sei lá, apenas uns 3 top de linha. Sempre lembro das palavras do Estrela: "cada relógio porcaria que você compra, você se afasta do bom". Sim, isso é verdade mas... Isso é fácil de dizer quando se olha para trás em retrospecto, como um historiador faz com a História: "ah, era muito melhor fulano ter tomado essa decisão na época"... Depois que tudo aconteceu é fácil demais criticar...

Estou dizendo isso porque há vários colegas que colecionam relógios vintage e não se importam com o estado dos produtos, se é completamente original, se estão em perfeito estado, etc. Que massa! Continue seguindo seu gosto, quem sou eu para criticar... Mas me cabe dar um toque: se é para gastar, vamos fazer as coisas "direito".

E creia, é muito mais difícil hoje conseguir relógios vintage em bom estado do que há dez anos... Do que há 20, quando comecei? Nem se fala: a maioria foi vendida para gringos por pequenas fortunas. Mas isso não afasta as coisas que eventualmente surgem, mesmo hoje. Não precisa ir longe. Não faz uns dois meses o colega forista Marcelo "Mac", falando em Omegas, anunciou para venda um Connie 1969, caixa "C", em aço, bracelete em aço, num estado que eu reputei, pelas fotos, nota 9. Era barato? Não, estava na faixa dos 4 mil reais. Mas estava revisado, e uma revisão de um relógio desses custas uns 1000 reais.

Em resumo, eu acho sinceramente, acredito mesmo, vocês já me conhecem há séculos, que MAIS VALE UM GOSTO. Porém, eu, que já tenho uma quilometragem rodada superior à maioria das pessoas daqui, acredito que posso dar CONSELHOS. Se serão seguidos, é outra história, mas me sinto à vontade de dá-los. E nesse caso, meu conselho é: junte grana para comprar algo melhor ou espere algo em melhor estado.


Flávio

ejr888

Citação de: flávio online 18 Julho 2019 às 14:22:34

E nesse caso, meu conselho é: junte grana para comprar algo melhor ou espere algo em melhor estado.


Flávio

Mestre, concordo.

Desenterrando, lembro do relato de algum ex FRM do Sub Red no MASP que descartou e o gringo levou
ou o italiano em 80-84 limpando os Daytona Newman colado nas vitrine de SP,
levou 10 ou do tipo.

Abs.

Dicbetts

#15
Acho vintage de marca de peso tremenda roubada. Nem quando se sabe a procedência.

Sofri com dois dos cinco relógios que meu pai me deu.

Um crono da Breitling lindo, dos mais lindos que já vi. Década de 40, caixa, tampa traseira e coroa em ouro. Calibre Venus 175, fundo negro, espetáculo. As garras ficavam presas no aro que pressionava o acrílico do mostrador contra a caixa. Só que, eu não sabia - e meu pai não lembrava -, o aro já havia partido e tomado solda, que, claro, explodiu na minha mão. Ninguém conseguiu restaurar.

Resumo 1: surgiu uma proposta para vender desse jeito e passei.

Outro caso: um Constellation da década de 60, com caixa, tampa traseira e coroa em ouro. Mas a casquinha em ouro que cobria a coroa saiu e se perdeu. Ficou a parte de baixo, um acinzentado horroroso. Broxei completamente com o relógio.

Resumo 2: surgiu uma proposta para vender desse jeito e passei.

As máquinas de ambos estavam impecaveis, mas quanto custará fazer (se fizerem) tais serviços?

Dic


Jefferson

Citação de: flávio online 18 Julho 2019 às 14:22:34
Ao contrário da maioria, ...

Em resumo, eu acho sinceramente, acredito mesmo, vocês já me conhecem há séculos, que MAIS VALE UM GOSTO. Porém, eu, que já tenho uma quilometragem rodada superior à maioria das pessoas daqui, acredito que posso dar CONSELHOS. Se serão seguidos, é outra história, mas me sinto à vontade de dá-los. E nesse caso, meu conselho é: junte grana para comprar algo melhor ou espere algo em melhor estado.


Flávio

Flávio,

Excelente relato e sábios conselhos, como já é esperado com todo seu conhecimento e bom senso. Quantos arrependimentos carrego comigo, mas apresentaste um ponto de vista muito coerente de como avaliamos nossas decisões do passado. Agradeço.

Se me permite uma pergunta por pura curiosidade e expectativa de aprendizado com a sua experiência:

Porque não pretendes adquirir novos relógios? Me causou surpresa esta revelação. Perdeu o interesse?

Saudações,

Jefferson.

flávio

#17
Jefferson, um motivo é pragmático: quando você acumula um monte de relógios como acumulei, uns 20, torna-se um verdadeiro assalto a mão armada, sobretudo em dias de monopólio de assistências técnicas, mantê-los funcionando em bom estado. Para ter uma noção, neste momento que teclo, tomei vergonha na cara e enviei, para revisão, três relógios meus que haviam arregado completamente e estavam esquecidos numa gaveta sem poderem funcionar: um Ebel E Type Crono, um Omega Dynamic e um Revue Thommen Cricket. Valor das três revisões, e sequer mandei em autorizada, mas num bom independente em São Paulo? 2500 reais. Aí você pensa... Tá, mas a última vez que mandou isso para a revisão faz quanto tempo? Sim, faz uns dez anos e, se eu tivesse apenas 3 relógios e de 10 em 10 anos precisasse gastar isso, estaria ok. O problema é que tenho 20, e esse lance de relógios dando pau acaba se tornando uma frequente, de modo que a cada dez anos você gasta não 2500 reais, mas uns 10 mil! É muita disposição para ter um objeto em tese até mesmo inútil em mãos. Eu ainda continuo lendo até razoavelmente muito sobre relojoaria, mas um livro mega caro me custa 50 euros e me ocupa durante meses, intelectualmente falando. É por isso que hoje, voltando ao que disse acima, eu teria preferido ter, sei lá, uns 5 relógios somente ao invés do monte que juntei. Ah Flávio, e porque você então não vende o excedente e fica apenas com uns 5? Pô. Faz sentido... Mas... Aí vou vende um Ebel Type E como o que tenho por... Sei lá, uns 2 mil reais, sendo que custou uma fábula na época? Ou passar para frente um Dynamic desse por uns 1500? Os valores de alguns relógios que tenho se tornaram tão pulverizados no tempo que não vale a pena vendê-los, é dinheiro de pinga, dá até dó.



A outra questão é filosófica... Eu admiro MUITO, não fazem ideia, a quantidade de histórias que a relojoaria nos traz. Não precisa ir longe, estou escrevendo sobre o assunto há 20 anos e o troço parece inesgotável. Porém... Eu sinceramente não gosto do rumo que a indústria tomou nos últimos anos, que ao mesmo tempo que se vende como algo EXCLUSIVO e SINGULAR, não tem exclusividade e singularidade alguma, é tudo um marketing mentiroso como em qualquer outra indústria, apenas para vender produtos. Sinto falta realmente a conexão mais próxima que existia num passado recente, quando você mandava um e mail para a Longines e o próprio curador te respondia. O mesmo ocorria na Omega... Pô, eu tenho catálogo assinado em casa pelo Gerd Lang, o fundador da Chronoswiss! Atualmente, as fábricas pregam uma maior conexão com o consumidor, mas isso não existe mais, ficou tudo pasteurizado demais, CULPA, apesar de NÃO A ASSUMIREM, em parte, da mudança ocorrida na rede a respeito dos formadores de opinião. Hoje, o que é relojoaria é o que Ben Clymer e cia dizem que é. E por mais que eu ache que eles popularizaram a relojoaria, que era algo meio obscuro quando eu comecei a escrever, a popularização veio em detrimento do meio. Sim, é um paradoxo que eles não abordaram até hoje, mas existe. A realidade é que fóruns de discussões, a multitude de opiniões, não existem mais, salvo algumas honrosas exceções. E quer saber? Até o fato de nesses 20 anos, sim, 20 anos eu estar martelando a relojoaria técnica na cabeça de pessoas com língua portuguesa e isso NUNCA TER SIDO RECONHECIDO pelos "majors" do mercado, deixa-me puto. Nunca, nesses 20 anos eu lembro de ter sido ouvido para PORRA nenhuma a respeito de relojoaria ou mesmo mercado. É como se o Brasil ou a língua portuguesa não existisse. E isso é broxante...

Em resumo, o que me afastou do relógio objeto, não da relojoaria, porque aí é impossível eu afastar-me, foi grana e muito blá blá blá no mercado.


Flávio

ejr888

Boa tarde mestre se me der a devida liberdade.

Já devo estar chegando ao meu décimo relógio negociado em carreira horológica.
Por mais que eu fique bem na vida, sempre vou querer fazer negócio de relógio, mesmo que seja necessário eu montar uma venda na garagem.

O meu desejo passa na hora que eu ponho as mãos e depois de auferir lucro sobre a operação. Agora acumular tudo de uma vez eu terei que repensar meus conceitos, se a ocasião vai ser oportuna, porque sempre gostei de ter um ou dois fixos e o resto disponível para negociar.

Carro a mesma coisa, com pneus, impostos, juros, lucro operacional, documentos.

Flávio visto que seu avô era caixeiro viajante poderia ter adquirido o tino comercial e praticado.

Essa visão de compra e venda adquiri devido aos intercâmbios profissionais que atuei
Abraços!

Jefferson

Citação de: flávio online 24 Julho 2019 às 15:44:54
Jefferson, um motivo é pragmático: ...

A outra questão é filosófica...

Em resumo, o que me afastou do relógio objeto, não da relojoaria, porque aí é impossível eu afastar-me, foi grana e muito blá blá blá no mercado.


Flávio

Flávio,

Veja como são as coisas, considerando sua paixão pela relojoaria e tudo que faz neste FRM, imaginava você com uma grande coleção de relógios e sempre ávido por novas aquisições. Por isso minha surpresa com sua revelação.

Tenho uns 23/25 relógios, sendo que alguns me arrependo muito de ter comprado pois me afastaram de objetivos mais gratificantes. Outros, como meu primeiro relógio comprado com meu salário, meu primeiro mecânico, os primeiros que dei para meus filhos e até um Technos xexelento a quartz que dei a minha esposa quando ainda era namorada, tem um valor imenso para mim por ter uma história e emoções associadas. São estas histórias que tanto me fascinam, mas do que a arte, a engenhosidade mecânica e tudo o mais. Claro que estes outros aspectos também me encantam e muito, mas para mim, nada se compara a história que cada peça tem o poder de carregar.

Hoje tenho uma visão que se aproxima um pouco da sua, mas ainda tem peças que desejo possuir. Ter a oportunidade de escutar a sua percepção, com toda sua experiência, bom senso e sensibilidade foi muito importante e te agradeço imensamente, pois ajuda a depurar a minha.

Cara, não conheço um canal tão importante em língua portuguesa quanto o FRM e este reconhecimento é unânime entre todos que tem um minimo de conhecimento em relojoaria e tudo isso só é possível muito pelo seu trabalho. Realmente é uma merda o rumo que as coisas tem tomado, mas ainda tem muita coisa boa por aí. Fico feliz e aliviado em saber que ainda é apaixonado pela relojoaria. Obrigado por tudo!

Forte abraço,

Jefferson.