O relógio, lançado na semana passada em homenagem a nova e GIGANTESCA fábrica da Patek (estão ganhando dinheiro hein? Custou 700 milhões de dólares), é fabricado em aço, coisa rara na marca. E, claro, alcançará no futuro preços astronômicos e sem qualquer sentido, pois é assim que acontece com os relógios da Patek. É a vida...
Confesso que fui apresentado ao relógio na semana passada em um grupo de discussão de zap do qual faço parte e não gostei. Não gostei porque achei o relógio absurdamente caro para algo em aço (custa 25 mil dólares), mesmo sendo um Patek. E não gostei da maldita puxação de saco que infesta os blogs sobre relojoaria nos dias atuais, que mais parecem um local para propaganda das marcas do que jornalismo sério e imparcial.
Eu ainda acho o SJX um dos poucos que analisam os produtos com certa imparcialidade e não tem medo de colocar o dedo na ferida, até mesmo porque, acredito, não vive disso. E o melhor: mostra fotos com macros tão absurdos que é possível analisar detalhadamente o que foi feito.
Pois bem... Se eu não havia gostado do relógio antes, agora então... Eu havia achado o padrão "basket wave" de guilhoche ao centro bem estranho, muito diferente dos sutis quadradinhos usados, por exemplo, pela Breguet. Qual não foi minha surpresa ao ler o artigo do SJX agora e também constatar pelo macro, que o guilhochê não é real, mas uma estampagem! Tenha dó Patek, vocês tem a CORAGEM de cobrar 25 mil dólares num relógio em aço e colocar um mostrador com um padrão guilhoche ao centro, que não foi feito numa máquina de guilhoche, mas estampado? Pô! Meu Revue Thommen Cricket tem um padrão basket wave estampado ao centro, e melhor do que esse aí, tendo custado 1000 dólares. Ah Flávio, você está sendo exigente demais! Tenha dó, o mínimo que se exige num produto que é de altíssimo luxo é que o dourado seja de fato ouro, que o laqueado seja de fato laqueado e, claro, que o guilhoche seja de fato guilhoché! Não é pedir demais, é? E dá para ver na foto? Dá. Porque o guilhoche feito artesanalmente tem profundidade, jogo de luz e, sobretudo, um trabalho humano tedioso e que deve ser valorizado impresso ali.
E a caixa? A caixa, devido a sua simplicidade, evidentemente não foi usinada, mas estampada. Paciência, porque se não era tão complexa para ser usinada, que fosse mesmo estampada. Não sou tão crítico assim como o SJX.
Aliás, o movimento, segundo o SJX, possui todos os chanfrados feitos automaticamente por robôs, em máquina. Confesso que mesmo abrindo os macros, não possuo um olho treinado assim para detectar isso, pelo menos nas platinas. O do rotor é bastante evidente...
Em suma, eu não vi muita graça no relógio, e ainda por cima decepcionou me muito saber que usa um mostrador guilhoche "wanna be", mesmo custando inacreditáveis 25 mil dólares. Patek, você pode fazer melhor...
https://watchesbysjx.com/2020/06/patek-philippe-calatrava-6007a-steel-review.html#!&gid=1&pid=11