Essa pergunta foi feita a 5 grandes relojoeiros no Watchville e eis suas respostas;
Roger Smith: protótipo de Rolex 3035 equipado com um escapamento coaxial feito pelo próprio George Daniels, inclusive rodagem, eis que a frequência do movimento foi reduzida para 21600 bph. Por quê?? Porque demonstrou que um escapamento coaxial poderia ser colocado dentro de um relógio de pulso relativamente pequeno e funcionar bem, tanto é que funciona até hoje. Ps. O que Smith não disse é que a Rolex DEU UMA CANSEIRA no Daniels por conta do escapamento, e é MUITO criticada por ele em sua autobiografia. Depois conto a história.
Kari Vouitilanen: Breguet turbilhão com escapamento natural. Por quê? Porque demonstrou que a relojoaria não é algo estático no tempo e deve evoluir com novas criações e Breguet sintetiza todo esse espírito. Ps. O que ele não disse é que o escapamento natural de Breguet não funcionava muito bem...
Rhexep Rhexepi: calibre Patek de relógio de bolso. Por quê? Não só foi seu trabalho final de aprendiz de relojoeiro, modificar um, como sintetiza, segundo ele, o padrão a ser seguido, seja na arquitetura belíssima do movimento, como no perfeito acabamento de peças. Ps. Concordo com ele, mas esse ebauche, com a ponte central parecendo um "dedo", era bastante comum na época. Não tenho conhecimento para afirmar, mas a impressão que tenho é que esse ebauche era fabricado por terceiros e dezenas de marcas o utilizaram, modificando-o de acordo com seu padrão. Nesse padrão aí, que eu lembre de ter visto, só a Vacheron.
Bart Gronefeld: Renaud e Papi (Audemars Piguet) repetição de minutos. Por quê? Porque ele participou, na época como relojoeiro da Renaud, do desenvolvimento do calibre.
Stephen Forsey: Valjoux 5, porque definiu a arquitetura do cronógrafo como ele acredita que deve ser.
A quem interessar possa, meu calibre "favorito" é o movimento usado no h4 de Harrison. Por quê? Porque introduziu, pela primeira vez em um relógio portátil, um sistema de compensação de temperatura através de tiras bimetálicas, algo que viria a ser utilizado pela indústria até algumas décadas atrás; introduziu um sistema de manutenção de corda, que permitia dar corda no relógio sem precisar pará-lo; adaptou, também pela primeira vez num relógio portátil, um sistema de força constante (remontoir); implementou um novo escapamento; introduziu a alta frequência na relojoaria (14400 bph). E, com tudo isso, comprovou na prática que um relógio portátil poderia ser um instrumento científico de altíssima precisão.
Vejam o artigo e fotos.
https://www.acollectedman.com/blogs/journal/five-watchmakers-favourite-movement