O desenvolvimento do Zenith Elite

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Offline flávio

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O desenvolvimento do Zenith Elite
« Online: 12 Julho 2021 às 15:06:21 »
Post que lancei agora no Insta

Após o El Primero voltar a ser fabricado, a Zenith decidiu projetar um mecanismo ao qual pudessem ser adicionadas complicações, de acordo com a necessidade. No final de 1990, uma equipe formada pelo diretor técnico Jean-Pierre Gerber reuniu-se para iniciar o desenvolvimento daquele movimento que ficaria conhecido por “Elite”. A inspiração do time era o movimento ETA 2892, sobretudo pela sua diminuta espessura, uma tendência na época. O projeto seria realizado, pela primeira vez na história da Zenith, com o auxílio de computação gráfica.
A tarefa não parece ter sido fácil, tanto é que a Zenith contratou a projetista Carole Forestier, que mais tarde viria a desenvolver o Ulysse Nardin Freak, para auxiliar a equipe.
Introduzido em 1994, com um marcador de segundos não usual às 9 horas, reserva de corda expressiva de 55 horas e diminuta espessura de 3.28 mm, o mecanismo recebeu o título de “Movimento do Ano” na Feira da Basileia.
No ano 2000, soube que a representante no Brasil da Zenith deixaria o mercado e, portanto, venderia seu estoque com desconto. Comentei o fato com um amigo colecionador, que imediatamente me fez uma proposta: “se eu comprar um Elite, que você tanto comenta, o trocaria comigo, sem qualquer adicional, pelo Revue Thommen Cricket que possui?” Concordei, desde que me fosse dada a opção de recompra do Cricket quando passasse a efetivamente ganhar um salário, pois na época era apenas um estagiário. Fato é que este conhecido comprou não apenas um Elite, mas 2, além de 3 El Primero (os relógios não eram inacreditavelmente caros como hoje: este custou 2000 reais).
Trato feito, coloquei o elegante Elite no pulso, que mantenho com carinho até hoje. A recompra do Cricket? Não foi tão fácil como eu esperava… Mas isso é outra história…
Na prática, o Elite não é tão robusto como a Zenith propala: seu mecanismo de carga delicado, a exemplo do ETA 2892, necessita de revisões frequentes para funcionar a contento. Mas é uma bela peça de engenharia.


Ps. O que não consta do Insta e o que quis dizer acima com o lance da fiabilidade. O Elite não permite revisões "nas coxas" e muito tempo entre revisões (estou falando em NO MÁXIMO 5 anos). Caso contrário, ele passa a não carregar bem. Aliás, na minha experiência, este é um problema com muitos mecanismos extra planos do mercado.



Re:O desenvolvimento do Zenith Elite
« Resposta #1 Online: 12 Julho 2021 às 15:43:47 »
Provavelmente, creio eu, que o problema com a carga deficitária caso não seja feita manutenção periódica nesses movimentos extra planos seja justamente pela espessura da alavanca e da roda de carga que, justamente por terem menos área de contato, devem se desgastar mais rapidamente na ausência de uma lubrificação adequada, já que o peso da massa oscilante deve ser semelhante aos calibres de espessura normal.
Aquele que melhor goza a riqueza é aquele que menos necessidade dela tem.

Epicuro

Re:O desenvolvimento do Zenith Elite
« Resposta #2 Online: 12 Julho 2021 às 21:15:26 »
Esse Zenith é muito elegante. Gosto da simetria que as posições da data e do segundeiro proporcionam. E o fundo é muito bonito.

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Offline fbmj

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Re:O desenvolvimento do Zenith Elite
« Resposta #3 Online: 13 Julho 2021 às 09:22:29 »
Eu já acho o design dos relógios dos anos 90 iguais as Mclarens de hoje: as proporções estão certíssimas mas o desenho em si e a execução são bem duvidosos.