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Apesar de Breguet trabalhar para a aristocracia e, inclusive, ser considerado o relojoeiro preferido de Luiz XVI, ele nutria simpatia pelas ideias políticas que fervilhavam na França da época. Breguet, então, uniu-se aos Jacobinos, grupo político liderado pelo radical Jean-Paul Marat. Em 1793, porém, os Jacobinos dividiram-se em dois grupos: os moderados Girondinos e os radicais Montagnards, liderados por Robespierre. Marat filiou-se aos Montagnards e, apesar da posição mais moderada de Breguet, ambos permaneceram amigos.
Em abril de 1793, Breguet e Marat resolveram visitar um amigo em comum em Paris. Enquanto estavam na sua residência, uma multidão partidária ao rei se aproximou e passou a gritar, exigindo a cabeça de Marat. Breguet, então, vestiu Marat como se fosse uma mulher, inclusive o maquiando, e deixou a residência fingindo estar acompanhado, enganando a multidão furiosa.
Os meses passaram e a situação em Paris ficou perigosa… As ligações de Breguet com aristocracia e sua nacionalidade suíça o transformaram em um alvo dos radicais. Marat, então, retribuiu o dia no qual Breguet salvou sua vida e confidenciou-lhe que o relojoeiro estava marcado para morrer na guilhotina. No dia 12 de agosto de 1793, com um salvo conduto fornecido por Marat, Breguet fugiu para a Suíça.
Algum tempo depois, Breguet soube que vários relógios fabricados por ele e confiscados de aristocratas guilhotinados haviam alcançado preços altíssimos em leilões. E tais preços haviam incentivado a falsificação dos seus produtos… Na Suíça, Breguet contatou Jean Pierre Droz, que projetou e fabricou um pequeno pantógrafo, através do qual ele podia inserir uma minúscula assinatura com cerca de 3mm nos mostradores dos seus relógios. A assinatura “secreta” de Breguet é utilizada até hoje nos relógios da marca, muito embora inserida através de raio laser. Inspirou outros fabricantes, como por exemplo Cartier e Rolex, a colocarem escritos “anti falsificação” em seus relógios.