Uma das primeiras lembranças que tenho da relojoaria foi ter em mãos um Omega antigo com calibre com corda "bumper". Nestes relógios, o rotor não girava completamente, acionando um conjunto de engrenagens reversoras, mas uma cremalheira. O giro do rotor estava limitado a cerca de 120 graus e havia duas molas de anteparo, de modo que ao usar o relógio, você "sentia" em batendo (por isso "bumper") dentro, algo bem legal. Aliás, era justamente nas molinhas que os defeitos destes relógios apareciam, devido aos choques constantes.
E não é que a Alpina, que oferece sempre boas opções de custo benefício (eis que compartilha produção com a F. Constant), lançou agora um movimento bumper moderno? No modelo deles, foram-se as molinhas, em prol de um bloco metálico conectado a duas lâminas metálicas, que faz o amortecimento do choque do rotor, que neste caso gira 330 graus. Convenhamos: tecnicamente não há qualquer vantagem mecânica no sistema e, ao que parece, a Alpina provavelmente utilizou a base de movimento que já fazia (muito legal, diga-se), criando o sistema de anteparo. Deve ser legal SENTIR o relógio no pulso, em virtude dos constantes choques do rotor, mas mecanicamente, não vejo vantagem. Vejam só:
https://www.watchprosite.com/horological-meandering/alpina-startimer-pilot-heritage-manufacture-2021-/17.1457806.13672766/Na foto abaixo, utilizando recursos super avançados de computação gráfica, eu indico o tal bloco metálico