ETA 2892 das origens aos dias atuais

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Offline flávio

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ETA 2892 das origens aos dias atuais
« Online: 07 Janeiro 2022 às 13:45:03 »
Texto que coloquei agora no Instagram


Por volta de 1960, a Eterna resolveu produzir um relógio extrafino e contatou o Engenheiro Chefe da ETA, Heinrich Stamm, para desenvolver seu movimento. O resultado foi o calibre 1466, que possuía nichos em suas platinas para acomodar os mecanismos de carga e calendário, de maneira a reduzir sua espessura, e uma massa oscilante apoiada em um rolamento com 7 esferas.
Durante a Crise do Quartzo, as empresas suíças precisavam de um movimento com melhor performance e cuja construção fosse mais simples. Baseando-se no calibre 1466, o engenheiro Anton Bally projetou um novo mecanismo, lançado ao mercado em 1975 e denominado ETA 2892. Este possuía 28 mm de diâmetro e 3,6 mm de espessura, o que o tornava o mais fino do mundo produzido em massa.
A moda dos anos de 1980, no entanto, passou a exigir relógios cada vez menores. Em 1983, então, a ETA alterou seu projeto, lançando ao mercado o calibre 2892-2, que possuía apenas 25,6 mm. As mudanças, porém, comprometeram a eficiência de carga do movimento… Pouco tempo depois, então, a ETA mais uma vez reprojetou o mecanismo e aumentou a massa do seu rotor, denominando-o 2892A2.
Em 1994, buscando retomar posição no mercado de luxo, a Omega iniciou tratativas com George Daniels para implementação do escapamento coaxial em seus relógios. A marca, porém, não podia aguardar as etapas de desenvolvimento de um complexo mecanismo para voltar a competir na alta gama. Então, aperfeiçoou o sistema de carga do 2892A2, adicionando 2 rubis ao eixo do tambor de corda e um menor rolamento ao rotor, acabamentos estéticos, e lançou o calibre 1120, que passou a equipar os modelos Constellation e Seamaster. Enquanto isso, tentava conceber um modo de adaptar o novo modelo de escapamento ao 1120, o que só veio a ocorrer 5 anos depois, em 1999. O novo calibre, denominado 2500, tornou-se o primeiro com escape coaxial produzido em série da história.
Comprei este Planet Ocean, equipado com calibre 2500, durante o GP de Mônaco de 2008. Nos anos de 1980, a BMW equipava os carros de Fórmula 1 com motores projetados em 1960, aos quais turbocompressores eram adaptados. O ETA 2892 é o “motor turbo” da relojoaria, em constante evolução para melhor performance.
« Última modificação: 07 Janeiro 2022 às 13:46:42 por flávio »

Re:ETA 2892 das origens aos dias atuais
« Resposta #1 Online: 07 Janeiro 2022 às 13:57:27 »
Texto que coloquei agora no Instagram


Por volta de 1960, a Eterna resolveu produzir um relógio extrafino e contatou o Engenheiro Chefe da ETA, Heinrich Stamm, para desenvolver seu movimento. O resultado foi o calibre 1466, que possuía nichos em suas platinas para acomodar os mecanismos de carga e calendário, de maneira a reduzir sua espessura, e uma massa oscilante apoiada em um rolamento com 7 esferas.
Durante a Crise do Quartzo, as empresas suíças precisavam de um movimento com melhor performance e cuja construção fosse mais simples. Baseando-se no calibre 1466, o engenheiro Anton Bally projetou um novo mecanismo, lançado ao mercado em 1975 e denominado ETA 2892. Este possuía 28 mm de diâmetro e 3,6 mm de espessura, o que o tornava o mais fino do mundo produzido em massa.
A moda dos anos de 1980, no entanto, passou a exigir relógios cada vez menores. Em 1983, então, a ETA alterou seu projeto, lançando ao mercado o calibre 2892-2, que possuía apenas 25,6 mm. As mudanças, porém, comprometeram a eficiência de carga do movimento… Pouco tempo depois, então, a ETA mais uma vez reprojetou o mecanismo e aumentou a massa do seu rotor, denominando-o 2892A2.
Em 1994, buscando retomar posição no mercado de luxo, a Omega iniciou tratativas com George Daniels para implementação do escapamento coaxial em seus relógios. A marca, porém, não podia aguardar as etapas de desenvolvimento de um complexo mecanismo para voltar a competir na alta gama. Então, aperfeiçoou o sistema de carga do 2892A2, adicionando 2 rubis ao eixo do tambor de corda e um menor rolamento ao rotor, acabamentos estéticos, e lançou o calibre 1120, que passou a equipar os modelos Constellation e Seamaster. Enquanto isso, tentava conceber um modo de adaptar o novo modelo de escapamento ao 1120, o que só veio a ocorrer 5 anos depois, em 1999. O novo calibre, denominado 2500, tornou-se o primeiro com escape coaxial produzido em série da história.
Comprei este Planet Ocean, equipado com calibre 2500, durante o GP de Mônaco de 2008. Nos anos de 1980, a BMW equipava os carros de Fórmula 1 com motores projetados em 1960, aos quais turbocompressores eram adaptados. O ETA 2892 é o “motor turbo” da relojoaria, em constante evolução para melhor performance.

Como sempre Flávio,  você sempre nos brindando com matérias esclarecedoras.
Eu sou suspeito, pois gosto do 2500. Tive PO com Co-Axial 8500, mas não me adaptei ao peso e altura, que o torna desajeitado no meu pulso fino.
Já o Co-Axial 2500 no SMP300 é perfeito pro meu gosto. Além de que na série 2500D se tornou muito mais preciso.

Enviado de meu SM-N975F usando o Tapatalk


Re:ETA 2892 das origens aos dias atuais
« Resposta #2 Online: 07 Janeiro 2022 às 18:32:36 »
Belo relógio com um movimento fantástico. Quanto custava em 2008 e quanto custa atualmente um PO? Aliás, ainda é produzido o PO com o calibre 2500?

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Offline flávio

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Re:ETA 2892 das origens aos dias atuais
« Resposta #3 Online: 07 Janeiro 2022 às 20:21:42 »
Belo relógio com um movimento fantástico. Quanto custava em 2008 e quanto custa atualmente um PO? Aliás, ainda é produzido o PO com o calibre 2500?

No Instagram eu postei a nota fiscal: 2500 euros. Menos os 13% do Vat de Mônaco, saiu por uns 2200 mais ou menos...

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Offline Adriano

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Re:ETA 2892 das origens aos dias atuais
« Resposta #4 Online: 09 Janeiro 2022 às 13:58:46 »
E de quebra, o 2892 tem um dos melhores fatores "Q" do mercado até hoje. Seu desempenho cronométrico deixa no chinelo quase qualquer calibre de manufatura nesse quesito (desde que comparado com reguladores e espirais de mesmo tipo).

E mais: as últimas encarnações dessa máquina com espiral de silício e balanço de inércia variável, pela Longines, são um espetáculo.

Abs.,

Adriano

Re:ETA 2892 das origens aos dias atuais
« Resposta #5 Online: 09 Janeiro 2022 às 21:22:16 »


E mais: as últimas encarnações dessa máquina com espiral de silício e balanço de inércia variável, pela Longines, são um espetáculo.

Abs.,

Adriano
[/quote]

Adriano,  esse movimento que vc refere é o L888.2, que funciona a 3,5 Hz?

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Offline flávio

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Re:ETA 2892 das origens aos dias atuais
« Resposta #6 Online: 10 Janeiro 2022 às 10:41:20 »
Isso. Mas salvo engano o L888 com silício é o L888.5. Porém, como devem ter percebido no meu texto, desde sua concepção o sistema de carga do 2892 o aterroriza como um fantasma... Eu não sei se os 2892 atuais, na designação estranha que a marca usa agora (ETA 031), melhoraram isso, como a Omega fez com o 1120. Digo isso porque o grande problema do movimento não está na sua capacidade cronométrica, que é indiscutível, mas na sua capacidade de deixar o usuário na mão em pouco tempo (dois, três anos de uso), com um carregamento insuficiente.


Flávio

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Offline Daniel

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Re:ETA 2892 das origens aos dias atuais
« Resposta #7 Online: 10 Janeiro 2022 às 13:05:25 »
Isso. Mas salvo engano o L888 com silício é o L888.5. Porém, como devem ter percebido no meu texto, desde sua concepção o sistema de carga do 2892 o aterroriza como um fantasma... Eu não sei se os 2892 atuais, na designação estranha que a marca usa agora (ETA 031), melhoraram isso, como a Omega fez com o 1120. Digo isso porque o grande problema do movimento não está na sua capacidade cronométrica, que é indiscutível, mas na sua capacidade de deixar o usuário na mão em pouco tempo (dois, três anos de uso), com um carregamento insuficiente.


Flávio

Olá! Não sei se o L888.5 utiliza balanço em silício; eu tenho certeza do L888.4 usa: https://www.hodinkee.com/articles/longines-spirit-automatic-40mm-hands-on

Daniel