Pois é... Ridículo... E haverá não uma dezena, mas uma centena de ricos cabeça de bagre ávidos para pagar isso... Os "problemas" atuais da relojoaria são dois: redes sociais, que criaram objetos instagramáveis e, portanto, a potencialização do bem de luxo "melancia na cabeça", e os modelos protótipos.
O primeiro "problema" cria um paradoxo em si: enquanto as fábricas criam mecanismos cada vez mais complexos e refinados, o público alvo deles se torna cada vez mais burro e não está nem aí para isso. Afinal, um comprador de relógio de 180 mil dólares quer saber é o quão instagramável é o produto que tem, não se este possui embreagem isso ou aquilo, acabamento assim ou açado.
O segundo problema advém de escala de produção: se um troço destes houvesse sido projetado para ser fabricado aos milhares, o custo de produção custaria uma merreca e, talvez (eu disse talvez...) isso se refletisse num preço mais baixo. O que ocorre, porém, é que para diluir o custo de projeto de milhões de francos em algo que será fabricado às dezenas gera um preço alto... Mas vejam, para ficar claro: custo de produção é UM DOS componentes do preço e, na indústria de luxo, nem de longe o fundamental...
Eu às vezes fico imaginando os CEOs destas empresas definindo preços... A impressão que tenho é que jogam dados de RPG na mesa (de centenas) e, o que cair, é o preço definido. Se colar perante os consumidores, colou. Afinal, ultra rico não está nem aí para isso, quer mesmo é gastar. Basta seguir os Instagrams de jogadores de futebol, rappers, etc, para entender o que estou falando.