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Você gosta de ler?? Recomende algum livro!!

Iniciado por shun, 21 Maio 2010 às 13:32:14

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paulorocha

Que é isto amigo! Não tenho do que ficar chateado. ;)

Interessante você citar o "Cai o Pano". Pouca gente sabe, mas este romance foi escrito na década de 40 mas só foi publicado em 70 e alguma coisa (não lembro o ano exato...).

O motivo? A Agatha Christie não queria que outras pessoas se aproveitassem do seu personagem mais emblemático e escreveu Caio o Pano com o único objetivo de matá-lo. E deixou ordens expressas de somente publicar o livro após a sua própria morte.

Desta forma, criador e criatura morreram juntos.




Grande abraço
Um grande abraço

Paulo Rocha

Lourival

#21
Bom, em se tratando de romance policial, indico qualquer um de Rubem Fonseca. Os melhores? Pelo menos pra mim: "A Grande Arte", "Bufo e Spallanzani" e "Feliz Ano Novo";
Patricia Highsmith li O Amigo Americano e O Talentoso Ripley;
Raymond Chandler: Todos são ótimos!
Dashiell Hammett: O Falcão Maltes, O Grande Golpe e outros que não estou me lembrando agora ...

De espionagem, pra mim, quatro bons autores e os respectivos livros que já li e adorei são :
Frederick Forsyth - O Punho de Deus, o fantástico O Dia do Chacal, O Dossie Odessa, O Quarto Protocolo (ótimo) e outros que não estou me lembrando agora.
Robert Ludlum - a famosa trilogia Bourne, A Troca de Rhinemann, A Farsa de Prometeu .
Tom Clancy - o excepcional Caçada ao Outrubro Vermelho, Jogos de Estado, Atos de Guerra, A Soma de Todos os Medos e um ótimo que esqueci o nome sobre o tráfico na Colombia (passou o filme na TV outro dia)
Ken Follett - O Buraco da Agulha, O Homem de São Petersburgo; já li outros como Código Explosivo, mas achei meio aluguel ...

A medida que for me lembrando de mais algum, vou postando!
Abraços
Lourival

paulorocha

Mudando um pouco de gênero, e indo para a comédia, recomendo muito o "Cândido Urbano Urubú", de Carlos Eduardo Novaes.

Pra falar a verdade, todos os livros do Novaes são ótimos! Mas o urubuzinho que queria virar gente é simplesmente impagável!
Um grande abraço

Paulo Rocha

Mario_Fpolis

Paulo, não há ícones de aplauso aqui, mas considere-se aplaudido!

Do Novaes também temos o excepcional "A Travessia Americana", fantástico.

Grande autor e maravilhosa lembrança.

O Ken Follet escreveu "Os Pilares da Terra", em dois voumes, e acho um romance histórico da mais alta qualidade.

E já que falei de romances históricos, leiam, por favor, O Egípcio, de Mika Waltari.

Amplexos, Mário

Amplexos do Mário

Pandolfi

Amigos operadores do direito, leiam o Código da Vida, do Saulo Ramos, aquele Saulo ministro. É pra não parar de ler.
Gosto dos policiais, o Falcão Maltês é o melhor de todos.
O melhor livro que já li foi Decamerão, geniais histórias medievais.
Abração.
Pandolfi

dekkardnexus5

Serve livros de negocios? Eu gostei do "Founders at Work", li no kindle do iPhone e conta o dia-a-dia dos fundadores de empresas de sucesso do vale do silicio.

Luis O

Sugiro o "Vendedor de Sonhos...." os dois livros....ambos excelentes e profundos...

Quando Nietzche chorou.....outra maravilha....

A cabana.......idem....

O cordeiro...muito bom (engraçado e inteligente)

abs

afernandes

olá amigos,recomendo o livro "medo líquido" do sociólogo zygmunt bauman ótimo livro.
abraços!!

bfskinner

O mundo assombrado pelos demônios - Carl Sagan

Admirável mundo novo - Auldous huxley

Deus, um delírio - Richard Dawkins

O gene egoísta - Richard Dawkins


O livro do Sagan é excelente. Dos 4 recomendo fortemente dele.

JuniorRJ

#29
 Não vi aqui nas citações dos amigos um que adorei : ' Mentiras no Divã ' de Yrvin D.Yalom (Quando Nietzsche Chorou)... Comecei e não consegui parar... gostei muito.
Outro dos últimos que gostei foi ' O Fundamentalista Relutante' de Mohsin Hamid, é um livro curto e excelente!

JuniorRJ

 Não vi aqui nas citações dos amigos um que adorei : ' Mentiras no Divã ' de Yrvin D.Yalom (Quando Nietzsche Chorou)... Comecei e não consegui parar... gostei muito.
Outro dos últimos que gostei foi ' O Fundamentalista Relutante' de Mohsin Hamid, é um livro curto e excelente!

shun

Acabei de ler "A Cabana", livro muito bom.. gostei e recomendo, vou dar uma olhada nas recomendações dos colegas para encontrar mais uma 'vítima'..


Um abraço!

Enéias

Estou lendo e gostando do livro "Terras do Sem Fim" (Jorge amado).

gilvvm

Citação de: bfskinner online 02 Junho 2010 às 02:08:33
O mundo assombrado pelos demônios - Carl Sagan

Admirável mundo novo - Auldous huxley

Deus, um delírio - Richard Dawkins

O gene egoísta - Richard Dawkins


O livro do Sagan é excelente. Dos 4 recomendo fortemente dele.

Os dois primeiros são ótimos realmente, os dois últimos eu não li, já anotei a sugestão aqui  ;D

Do Carl Sagan eu também gostei muito do romance Contato.

Citação de: Enéias online 07 Junho 2010 às 21:42:17
Estou lendo e gostando do livro "Terras do Sem Fim" (Jorge amado).

Jorge Amado tem vários livros ótimos!

Se é que ainda existe alguém que não leu recomendo o Quincas Berro d´água que está saindo em filme agora. Mas tem vários  ou outros romances do Jorge que valem a pena.
Abs
Gil!

www.log3d.com.br
https://www.facebook.com/Log3d

paulorocha

Para os fãs de ficção científica, recomendo TODOS os livros do Isaac Asimov! Mas em especial a série "Foundation".

São uma leitura absolutamente deliciosa.

Se permitirem (e acharem oportuno, é claro...), posso transcrever aqui um conto dele que acho fabuloso: A Última Pergunta (The Last Question). Este conto foi escolhido pelo próprio Asimov como sendo o melhor de sua lavra.
Um grande abraço

Paulo Rocha

elpeixe

Olá amigos!

Adorei o livro  "" O Vendedor de Sonhos"" Revoluçao dos Anonimos (Algusto Cury)  um livro que me fez muito bem
recomendo a todos do forum..

Abraços Elpeixe <°))))><,

Mario_Fpolis

Paulo, por favor, transcreva o texto do Asimov sim!!!

Sou muito fã de ficção científica, amei Encontro com Rama do Arthur C. Clarke, foi meu primeiro livro de sci-fi mais sério que li, depois do Júlio Verne e dos contos breves do Asimov.

Há bem pouco tempo atrás reli Admirável Mundo Novo e é impressionante como ele continua, em meu sentir, atual! Se você, digamos assim, interpolar as idéias dele com as atualidades e peculiaridades do mundo de hoje, o livro ainda é tão angustiante e sombrio quanto antes.

Reli 1984 há pouco mais de um mês e também me pareceu atual... Permanece assustadoramente atual!!!

Fazendo uma limpeza na casa dos meus pais que será vendida, achei Operação Falcão Branco (Snow Falcon), do David Craig Owen Thomas - não confundir com o político americano Craig Thomas.

Foi uma leitura divertidíssima sobre guerra fria, forças especiais, espionagem e contraespionagem. Segundo a wikipedia, "Although the invention of the techno-thriller genre is often attributed to the better-known Tom Clancy, many feel that Thomas was its true originator."

O Craig O. Thomas foi o autor de Firefox - Raposa de Fogo, aquele filme do Clint Eastwood.
Amplexos do Mário

flacora

Boa tarde pessoal,

Essa é minha primeira mensagem no forum, saudações à todos.
Atualmente estou relendo Ana Karenina escrito por Leon Tolstoi.Recomendo à todos esta obra-prima da literatura russa, é um clássico que deve ser lido por todos.Pra quem nunca ouviu falar de Tolstoi, ele também escreveu o clássico mundialmente celebrado, Gerra e Paz.

Abraços

Flávio Corá

paulorocha

Seja bem vindo Flávio! Ótimas indicações, também gosto muito do Tolstoi.

Mário, já vou preparar o texto. Vou dividir em alguns tópicos para não ficar muito pesado.
Um grande abraço

Paulo Rocha

paulorocha

Dividí o texto em 7 partes.



A Última Pergunta - Isaac Asimov



A última pergunta foi feita pela primeira vez, meio que de brincadeira, no dia 21 de maio de 2061, quando a humanidade dava seus primeiros passos em direção à luz. A questão nasceu como resultado de uma aposta de cinco dólares movida a álcool, e aconteceu da seguinte forma.

Alexander Adell e Bertram Lupov eram dois dos fiéis assistentes de Multivac. Eles conheciam melhor do que qualquer outro ser humano o que se passava por trás das milhas e milhas da carcaça luminosa, fria e ruidosa daquele gigantesco computador. Ainda assim, os dois homens tinham apenas uma vaga noção do plano geral de circuitos que há muito haviam crescido além do ponto em que um humano solitário poderia sequer tentar entender.

Multivac ajustava-se e corrigia-se sozinho. E assim tinha de ser, pois nenhum ser humano poderia fazê-lo com velocidade suficiente, e tampouco da forma adequada. Deste modo, Adell e Lupov operavam o gigante apenas sutil e superficialmente, mas, ainda assim, tão bem quanto era humanamente possível. Eles o alimentavam com novos dados, ajustavam as perguntas de acordo com as necessidades do sistema e traduziam as respostas que lhes eram fornecidas. Os dois, assim como seus colegas, certamente tinham todo o direito de compartilhar da glória que era Multivac.

Por décadas, Multivac ajudou a projetar as naves e enredar as trajetórias que permitiram ao homem chegar à Lua, Marte e Vênus, mas para além destes planetas, os parcos recursos da Terra não foram capazes de sustentar a exploração. Fazia-se necessária uma quantidade de energia grande demais para as longas viagens. A Terra explorava suas reservas de carvão e urânio com eficiência crescente, mas havia um limite para a quantidade de ambos.

No entanto, lentamente Multivac acumulou conhecimento suficiente para responder questões mais profundas com maior fundamentação, e em 14 de maio de 2061, o que não passava de teoria tornou-se real.

A energia do sol foi capturada, convertida e utilizada diretamente em escala planetária. Toda a Terra paralisou suas usinas de carvão e fissões de urânio, girando a alavanca que conectou o planeta inteiro a uma pequena estação, de uma milha de diâmetro, orbitando a Terra à metade da distância da Lua. O mundo passou a correr através de feixes invisíveis de energia solar.

Sete dias não foram o suficiente para diminuir a glória do feito e Adell e Lupov finalmente conseguiram escapar das funções públicas e encontrar-se em segredo onde ninguém pensaria em procurá-los, nas câmaras desertas subterrâneas onde se encontravam as porções do esplendoroso corpo enterrado de Multivac. Subutilizado, descansando e processando informações com estalos preguiçosos, Multivac também havia recebido férias, e os dois apreciavam isso. A princípio, eles não tinham a intenção de incomodá-lo.

Haviam trazido uma garrafa consigo e a única preocupação de ambos era relaxar na companhia do outro e da bebida.

"É incrível quando você pára pra pensar...," disse Adell. Seu rosto largo guardava as linhas da idade e ele agitava o seu drink vagarosamente, enquanto observava os cubos de gelo nadando desengonçados. "Toda a energia que for necessária, de graça, completamente de graça! Energia suficiente, se nós quiséssemos, para derreter toda a Terra em uma grande gota de ferro líquido, e ainda assim não sentiríamos falta da energia utilizada no processo. Toda a energia que nós poderíamos um dia precisar, para sempre e eternamente."

Lupov movimentou a cabeça para os lados. Ele costumava fazer isso quando queria contrariar, e agora ele queria, em parte porque havia tido de carregar o gelo e os utensílios. "Eternamente não," ele disse.

"Ah, diabos, quase eternamente. Até o sol se apagar, Bert."

"Isso não é eternamente."

"Está bem. Bilhões e bilhões de anos. Dez bilhões talvez. Está satisfeito?"

Lupov passou os dedos por entre seus finos fios de cabelo como que para se assegurar de que o problema ainda não estava acabado e tomou um gole gentil da sua bebida. "Dez bilhões de anos não é a eternidade"

"Bom, vai durar pelo nosso tempo, não vai?"

"O carvão e o urânio também iriam."

"Está certo, mas agora nós podemos ligar cada nave individual na Estação Solar, e elas podem ir a Plutão e voltar um milhão de vezes sem nunca nos preocuparmos com o combustível. Você não conseguiria fazer isso com carvão e urânio. Se não acredita em mim, pergunte ao Multivac."

"Não preciso perguntar a Multivac. Eu sei disso".

"Então trate de parar de diminuir o que Multivac fez por nós," disse Adell nervosamente, "Ele fez tudo certo".

"E quem disse que não fez? O que estou dizendo é que o sol não vai durar para sempre. Isso é tudo que estou dizendo. Nós estamos seguros por dez bilhões de anos, mas e depois?" Lupov apontou um dedo levemente trêmulo para o companheiro. "E não venha me dizer que nós iremos trocar de sol"

Houve um breve silêncio. Adell levou o copo aos lábios apenas ocasionalmente e os olhos de Lupov se fecharam. Descansaram um pouco, e quando suas pálpebras se abriram, disse, "Você está pensando que iremos conseguir outro sol quando o nosso estiver acabado, não está?".

"Não, não estou pensando."

"É claro que está. Você é fraco em lógica, esse é o seu problema. É como o personagem da história, que, quando surpreendido por uma chuva, corre para um grupo de árvores e abriga-se embaixo de uma. Ele não se preocupa porque quando uma árvore fica molhada demais, simplesmente vai para baixo de outra."

"Entendi," disse Adell. "Não precisa gritar. Quando o sol se for, as outras estrelas também terão se acabado."

"Pode estar certo que sim" murmurou Lupov. "Tudo teve início na explosão cósmica original, o que quer que tenha sido, e tudo terá um fim quando as estrelas se apagarem. Algumas se apagam mais rápido que as outras. Ora, as gigantes não duram cem milhões de anos. O sol irá brilhar por dez bilhões de anos e talvez as anãs permaneçam assim por duzentos bilhões. Mas nos dê um trilhão de anos e só restará a escuridão. A entropia deve aumentar ao seu máximo, e é tudo."

"Eu sei tudo sobre a entropia," disse Adell, mantendo a sua dignidade.

"Duvido que saiba."

"Eu sei tanto quanto você."

"Então você sabe que um dia tudo terá um fim."

"Está certo. E quem disse que não terá?"

"Você disse, seu tonto. Você disse que nós tínhamos toda a energia de que precisávamos, para sempre. Você disse 'para sempre'."

Era a vez de Adell contrariar. "Talvez nós possamos reconstruir as coisas de volta um dia," ele disse.

"Nunca."

"Por que não? Algum dia."

"Nunca"

"Pergunte a Multivac."

"Você pergunta a Multivac. Eu te desafio. Aposto cinco dólares que isso não pode ser feito."

Adell estava bêbado o bastante para tentar, e sóbrio o suficiente para construir uma sentença com os símbolos e as operações necessárias em uma questão que, em palavras, corresponderia a esta: a humanidade poderá um dia sem nenhuma energia disponível ser capaz de reconstituir o sol a sua juventude mesmo depois de sua morte?

Ou talvez a pergunta possa ser posta de forma mais simples da seguinte maneira: A quantidade total de entropia no universo pode ser revertida?

Multivac mergulhou em silêncio. As luzes brilhantes cessaram, os estalos distantes pararam.

E então, quando os técnicos assustados já não conseguiam mais segurar a respiração, houve uma súbita volta à vida no visor integrado àquela porção de Multivac. Cinco palavras foram impressas: "DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.".

Na manhã seguinte, os dois, com dor de cabeça e a boca seca, já não lembravam do incidente.

* * *


Continua...
Um grande abraço

Paulo Rocha