Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #100 Online: 30 Dezembro 2012 às 16:45:16 »
Agora, verdade seja dita: não é melhor que outros que custam metade. Abraços! Adriano

Acho que tua frase sintetiza um cara sério, um entusiasta, seja em que ramo for.

O conhecimento para poder falar uma frase como esta de forma séria, o compromisso com a verdade ao expressa-la, a honestidade de reconhecer que certos mitos são apenas isso, ícones.

Belíssimo charuto, de toda forma, lindíssima apresentação.

PS, depois das postagens, uma pinga da boa é algo de incomparável. Pena que é difícil de arrumar, e tá ficando absurdamente cara as boas.
Amplexos do Mário

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Offline Adriano

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #101 Online: 30 Dezembro 2012 às 16:56:25 »
Não é melhor nem que outros que custam 1/3. Jamais compraria uma caixa deles. Posso citar, de cabeça, um charutos dominicano tão bon quanto, e bem mais baratos: Carlos Toraño.

Sim, o Opus tem uma puta construção, perfeita, eu diria. A capa, se não estou enganado, é produzida pela própria Arturo, os únicos que fazem suas próprias capas na Rep. Dominicana, se não me engano também. Aliás, pode-se fumar um Arturo Fuente padrão, que é barato, e é 95% tão bom quanto o Opus X.

E sim, vale a pena fumar um Opus X. Recomendo a todos que tenham essa oportunidade. Inclusive, para ver o que difere os charutos "ultra-mega" dos standard. E verão que é quase nada.

A mentalidade contrária é que faz as pessoas fumarem charutos falsos. O cara acha mais legal que todo mundo veja lá anilha de um, digamos, Hoyo Double, mesmo fumando sabendo que está fumando aquele tabaco que é varrido do chão da fábrica no fim do dia, do que fumar um nacional. E normalmente paga mais caro no cubano falso que no nacional.

Isso me faz lembrar, inclusive, que há não muito tempo, na Inglaterra, era de mau gosto fumar o charuto com anilha. Era considerado esnobe mostrar qual charuto se está fumando.

Abraços!

Adriano
« Última modificação: 30 Dezembro 2012 às 17:06:32 por Adriano »

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #102 Online: 30 Dezembro 2012 às 18:12:48 »
Isso me faz lembrar, inclusive, que há não muito tempo, na Inglaterra, era de mau gosto fumar o charuto com anilha. Era considerado esnobe mostrar qual charuto se está fumando. Abraços! Adriano

Lol!!! Ou Hahahahaha. Ou, ainda, kkkkkkkkkkkk!

Adriano, tua frase me faz lembrar o famoso bebedor de vinho por rótulo!

O cara não sabe O QUE está bebendo, nem a qualidade DO QUE está bebendo, mas bebe o preço e o "marqueting", o "hype"...

E muita, muita coisa neste nosso mundo é assim, basta a gente refletir sobre relógios, que tanto nos apetece.

Ah, acabei não fumando meu charuto, meu pai, como ex-fumante, me proibiu terminantemente, e vou comprar outro nacional e não um falso cubano-haitiano-dominicano pro meu querido cunhado, e acho que ele vai curtir.

PS - E fumar amanhã, até que enfim, pois a vontade tá forte!, ainda mais com tantas belas fotos!
« Última modificação: 30 Dezembro 2012 às 18:15:03 por Mario_Fpolis »
Amplexos do Mário

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #103 Online: 31 Dezembro 2012 às 18:25:07 »
Adriano por isso que eu falo fume o TABACO e nao a ANILHA, ja fumei muita coisa que nao era condizente com a anilha, mas tava bom hehehe, mas em uma sociedade elitista como a nossa do Brazil ainda existem esses camaradas.



Abrindo os trabalhos do ano novo, a caminho do bhk 56, observaçao, fumar charuto em banco en frente ao predio que vc mora com apreciadores de charuto NAO TEM PREÇO
« Última modificação: 31 Dezembro 2012 às 18:27:34 por jfestrelabr »
Rolex ou Rolex.

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #104 Online: 31 Dezembro 2012 às 19:07:31 »
Me falem, estas caixas que  armazenam os charutos, como possuem controle de umidade,  serviriam tbm para guardar relógios, isto pensando no caso da umidade.??

Abs.
Neme
Abs.
Neme!

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #105 Online: 31 Dezembro 2012 às 19:48:12 »
Estrela, vendo estas cinzas, o Adriano tá certo, tás usando clipes! ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D

E, parafraseando nosso amigo Adriano, novamente, estás a tomar combustível de foguete, é?!?! ;D ;D ;D ;D ;D Acompanhaste a discussão? Ele não gosta de red. Eu, particularmente, depois que me indicaram, prefiro - e muito - o Famous Grouse.

Hoje no sogro vamos abrir uma garrafa velha de uísque, e descobrir se está boa. Vou tirar fotos em RAW pela primeira vez. Se da mistura de álcool, tabaco, foto avançada prum fotógrafo pra lá de amadar, prestar alguma coisa, posto fotos amanhã. Depois da ressaca, claro.

Saúde, amigos!
Amplexos do Mário

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #106 Online: 31 Dezembro 2012 às 22:44:34 »
Me falem, estas caixas que  armazenam os charutos, como possuem controle de umidade,  serviriam tbm para guardar relógios, isto pensando no caso da umidade.??

Abs.
Neme

De modo algum. O relógio tem que ficar no lugar mais seco ou ventilado possível. O charuto tem que ficar numa umidade entre 65% a 72%, e a caixa umidora é feita para isso. Sua construção evita a troca de umidade com o exterior e o cedro troca umidade com os charutos, tirando ou cedendo umidade quando necessário. Umidade de menos faz o charuto perder aroma e racha a capa. Demais, mofa. Eu procuro manter algo em torno de 65 a 68, pois já tive problema de mofo commais de 70%.

Caixas para relógio têm uma única função: não deixar o relógio jogado numa mesa ou gaveta. Nada mais. Se botar um relógio num umidor, vai detonar ele.

Abraços!

Adriano

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #107 Online: 01 Janeiro 2013 às 13:33:28 »
Fumei o Don Porfirio ontem, e comprei pros meus cunhados os Bundle Selection, um Petit Corona e um Robusto.

Eu amei o Belicoso, um aroma delicioso, fácil de fumar, não parece um PVC - como dito pelo Estrela. Me encantei com ele, mas minha memória ainda diz que o primeiro Montecristo que fumei foi melhor. Talvez seja o never as good as the first time, mas aquela primeira experiência com o charuto foi excepcional.

Meu cunhado, acostumado a fumar bons Havanas, gostou do Bundle Selection, disse que é bastante suave, e como fazia algum tempo que estava sem apreciar um charuto, um desses pra baforar descompromissadamente, em família, tava de muito bom tamanho.

Agradeço aos amigos a dica, adorei o charuto e penso que vou comprar mais um ou dois pra fumar em outras oportunidades, já que é muito gostoso apreciar um bom charuto!

Grato, amigos.
Amplexos do Mário

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #108 Online: 01 Janeiro 2013 às 16:10:00 »
A sim, se vc começou por cima fica dificil de um Don Porfirio fazer essa sua memoria inicial ser superada, mas pode ter certeza que sera, uma vez fumei um cohiba robusto e o sabor do charuto ficou gravado, ja tinha fumado outros cohibas robustos, mas esse eu persigo até hoje kkkkk, esse ano na casa del habano em Aruba eu comentei com o habano somelier da loja e ele me disse que ja não se fazem mais habanos como antigamente hehe, acho que a tendência é o tabaco estar se tornando mais suave, sei la, tavez para agradar a uma gama maior de afixionados, mas derrepente é so impressao mesmo. Ontem o BHK 56 tava 100% pena que comi alguma coisa que me fez mau e dai a boca amargou, ai adeus ano novo feliz ano veio kkkkkkkk o bom é que estava no ultimo terço e não perdi toda a experiência, mas o ultimo terço e a parte que mais gosto do charuto, várias vezes eu espeto o puro com um palito de dentes e fumo até não dar mais, sim eu sei que é anti etiqueta masssssss sou Brasileiro e não desisto nunca. Abraço a todos e um feliz 2013.
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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #109 Online: 01 Janeiro 2013 às 17:29:37 »
Realmente, fica difícil comparar com um dos melhores cubanos, seja qual for o Montecristo que fumou.

Legal quea experiência com o Dom Porfírio tenha sido boa!

Putz, odeio quando alguma coisa no meio da degustação detona o paladar. É um saco, por isso normalmente reservo os melhores charutos para fumar direto, sem interrupções e sem acompanhamentos "arriscados". Até mesmo um amendoim, dependendo da qualidade de sua torrefação, pode detonar o paladar e arruinar com um bom charuto ou uma boa bebida. Uma coisa que gosto muito, mas é um perigo, é gorgonzola. Tem que comer ele sozinho ou com um vinho muito encorpado, senão, amarga o vinho, o charuto, a cerveja e tudo mais.

Uma das melhores coisas para acompanhar um bom charuto, para mim, ainda é um bom café ou chá gelado. Claro, não estou contando com os alcoólicos, mas é porque não bebo toda vez que fumo charuto, menos ainda quando fumo sozinho em casa. O café harmoniza, e o chá limpa o paladar sem competir. E eu achava viadagem o negócio do chá, mas quando experimentei, achei bem legal.

Agora, não tem essa de etiqueta não. Sabemos que entre amigos, que gostam de charuto de verdade, vale tudo para tirar a melhor experiência!

Abraços!

Adriano

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #110 Online: 01 Janeiro 2013 às 18:57:43 »
Estrela,

Lamento que tua boa amargou e comprometeu um pouco tua experiência.

Interessante dizeres que gostas mais do último terço, me lembro de terem me explicado - meu amigo que me apresentou os charutos - que a terça parte final, geralmente tinha um sabor pior, segundo ele pelo trânsito de todos os fumos até a boca. Pelo visto era apenas um mito.

Pedi pra esposa tirar uma foto das cinzas do Don Porfírio, queria mostrar pra vocês. Não consegui igual ao Estrela, mas ficou longa e firme, acho que mais uma prova da qualidade deste excepcional charuto. Mas a foto, em contraluz e com todo mundo um tanto alegre, ficou uma josta.

PS - Por falar em fotos, seguem duas de ontem...



« Última modificação: 01 Janeiro 2013 às 18:59:20 por Mario_Fpolis »
Amplexos do Mário

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #111 Online: 02 Janeiro 2013 às 11:50:25 »
O lance do último terço é gosto pessoal. E também não é regra, pois muda de charuto para charuto e muda conforme a maneira que você fuma. Eu não costumo gostar do último terço, ou para ser mais específico, do último quarto. Costumo apreciar mais o segundo e terceiro quartos, ou seja, o "começo" do último terço ainda costuma ser bom para mim.

Mas como falei, depende de charuto para charuto e de outros fatores. Charutos cubanos e bem maturados costumam ser ótimos do primeiro ao último segundo. Primeiro porque o fumo cubano, normalmente, é mais pobre em alcatrão. E quanto mais maturado, mais ele perde essa substância indesejada. Pois o alcatrão, falando na prática, se forma no charuto na forma de uma gosma marrom extremamente amarga. Mesmo que não chegue à boca, fica muito amargo. E só piora com o andar da degustação. Teve charuto que nos primeiros cinco minutos juntou uma quantidade absurda de alcatrão. Não adianta fazer nada, pois não melhora com o tempo. E é melhor não insistir, e sim descartar o charuto pois se insistir, sua boca amargará tanto que estragará até o próximo charuto. Em uma tabacaria série, e que você seja cliente, costumam te dar outro charuto nesses casos, assim como nos casos do charuto "travado".

Então voltando, isso é mais raro acontecer (embora aconteça) com charutos cubanos, especialmente se bem maturados. Logo, a degustação costuma ser excelente do começo ao fim. O charuto nacional também é raro isso acontecer, independente se for um puro mata fina ou se for um blend com mata norte. Essa é uma qualidade invejável de nosso tabaco, goste-se ou não. Já com dominicanos e hondurenhos a coisa muda um pouco. Já vi charutos dominicanos da mais alta estirpe, mesmo bem maturados, juntarem muito alcatrão logo no começo. De cabeça me lembro disso ter acontecido terrivelmente num CAO Brazilia e em um, pasmen, Avo XO Maestoso!!! Que não apenas é um dos tops da Avo, como é um charuto muito longo (é um churchill). Ou seja, para o alcatrão passar por todo o charuto e juntar lá na boca em menos de 10 minutos, isso é muito mal. E é um charuto caro. Felizmente, isso ocorreu enquanto eu degustava na tabacaria, e naturalmente, o charuto foi trocado.

Então, vejam que o charuto faz diferença. Mas outros fatores também: se você é um apreciador do tipo babão, literalmente, ou seja, aquele que baba no charuto, corre mais risco de que substâncias indesejadas se juntem próximas ao corte e prejudique a degustação. E outra, muito importante: a velocidade que você fuma. E claro, nem sempre é culpa sua. Há quem fume rápido, há quem fume devagar, mas em todos os casos, a velocidade nem sempre depende de você, especialmente quando o bate-papo está bom. Se você fumar continuamente, terá menos problemas. Se fumar mais pausadamente, terá mais problemas e se o charuto apagar mais que umas duas ou três vezes, é quase certo que o fim do charuto estará horrível.

Abraços!

Adriano

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #112 Online: 02 Janeiro 2013 às 12:18:01 »
Mais uma aula. MUITO obrigado, Adriano.

E, aliás, tua aula bata EXATAMENTE com o que tinha lido, o acúmulo de alcatrão, o amargar como consequência, e a velocidade e intensidade das tragadas.

Lembro-me de uma discussão acerca da intensidade das tragadas, no sentido de manter o mesmo gradiente de temperatura ao longo do charuto, e não com muitas oscilações, que fatalmente ocorrem uma uma degustação mais lenta e bom baforadas mais rasas.

Da mesma forma, o Don Porfírio pode ser tragado praticamente até sua terça parte sem problemas, com uniformidade do sabor. Meu cunhado abandonou o Bundle Selection antes da terça parte, dizendo que tinha amargado um pouco. Mas ele fumou entretido com a filha, e eu me dediquei praticamente só ao charuto.
Por fim, como ex-fumante, minhas tragadas são intensas.
Amplexos do Mário

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #113 Online: 02 Janeiro 2013 às 12:30:07 »
É isso aí! Eu por muito fumei bastante dominicanos. Fumava mais dominicanos que cubanos e elegi por um bom tempo o Bundle como o charutinho do dia-a-dia, pois eu estava mesmo fumando todo dia e não dava para fumar Davidoff, Avo e Zino todo dia. O bolso não aguenta. Então acumulei uma boa experiêcia com os Bundle e é batata: tem que fumar eles numa tacada só. Se apagar uma só vez no meio do caminho, já detona com a experiência. Por muitas vezes, inclusive, eu fumei dois Bundle até a metade ao invés de um inteiro.

Com o tempo, passei a me distanciar um pouco dos dominicanos por causa do amargor. Mesmo nos mais tops, ainda são consideravelmente mais amargos e difíceis de harmonizar com bebidas.

Abraços!

Adriano
« Última modificação: 02 Janeiro 2013 às 15:23:22 por Adriano »

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #114 Online: 02 Janeiro 2013 às 12:30:48 »
Ah, uma experiência que tive neste feriado: aproveitei o tempo livre para fumar, tirando a barriga da miséria. Desenterrei várias preciosidades, mas uma delas me confirmou algo que eu nunca tinha experimentado tão intensamente: guardar charuto por muito tempo também não é legal.

Quando se tem pouco charuto, ou se compra só o que se vai consumir, não há como maturar os próprios charutos. Mas quando se tem um estoque maior, é preferível guardar os charutos que acabou de comprar e fumar os mais antigos. Claro que, quando compramos uma caixa, o que mais queremos é fumar logo um. E deve-se fazer isso mesmo. Mas se tiver a opção de fumar outros e guardar, pelo menos alguns, para mais tarde, melhor. E quando digo mais tarde, é uns 2 a 3 anos. Eu praticamente não tenho comprado charuto, pois tenho muito mais do que meu atual ritmo de consumo. Não compro charutos em quantidade já há quase dois anos. E ainda tenho uns 350 guardados, calculo eu, em seis umidores. Ou seja, praticamente o charuto mais novo que eu tenho, está guardado comigo há uns 2 anos. E tenho muitos guardados numa média de 4 anos. Por isso por mais que lá atrás tenha sido difícil guardá-los ou comprá-los em quantidade, o "investimento" valeu a pena pois estou bem abastecido, até pelos próximos 2 anos, e só com charutos bem maturados, "no ponto".

Porém, voltando aonde quero chegar, fui pegar um Por Larrañaga, de uns 5 que tenho guardados há uns 5 anos. Até aí tudo bem, mas quando comprei-os, eles já eram de um estoque antigo da tabacaria, que tinha por baixo mais uns 4 anos. Resultado: o charuto, que já não é muito forte, estava bem fraco. Ainda está bom, certamente, mas perdeu bastante do aroma que dveria ter.

Portanto, fica a dica: guarde os charutos. Mas procure também saber por quanto tempo eles já foram guardados antes.

Abraços!

Adriano

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Offline Adriano

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #115 Online: 02 Janeiro 2013 às 12:56:05 »
... esse ano na casa del habano em Aruba eu comentei com o habano somelier da loja e ele me disse que ja não se fazem mais habanos como antigamente hehe, acho que a tendência é o tabaco estar se tornando mais suave, sei la, tavez para agradar a uma gama maior de afixionados, mas derrepente é so impressao mesmo. ...

Ah tá, eu fiquei de comentar essa passagem e passou batido. Sim, é fato, não é impressão. Não que seja o fim do mundo, mas, o consumo aumentou bastante no mundo todo. A internet e publicações especializadas ajudaram a difundir mais esse hábito. Um mercado que praticamente não existia para Cuba há dez anos, hoje é um mercado de peso: China e vizinhos. Sim, esses caras estão fumando charuto. Não porque gostam muito não, mas porque é bacana, e todo emergente quer ser bacana. Não que isso sozinho seja culpado de qualquer coisa, mas ao passo que a demanda aumenta, a capacidade de Cuba de aumentar a produção é zero. O máximo que se pode fazer, e se faz, é reduzir o tempo de maturação. E o fazem: vendem charutos verdes. Não os vendem para a Europa, muito menos para a Espanha, pois se bater charuto verde lá, o revendedor ou o distribuidor manda de volta. O mercado lá é exigente. Mas para o resto, vai qualquer um. Repito: comprei duas caixas de charutos extremamente verdes, em Havana. Simplesmente infumáveis. Não era qualquer lugar, era na Casa del Habano da fábrica da Partagás, e não era qualquer charuto: era uma caixa de Monte No.2 e outra de Gran Edmundo Ed. Limitada 2010. Estão quase fazendo dois anos no meu umidor e já estão fumáveis, mas longe do seu potencial. Ok ok, sei que a Casa del Habano da Partagás é a mais badalada e a que tem mais giro. Não é o melhor lugar para comprar charutos de grande saída.

Mas o fato é que esses charutos nem deveriam ter saído da fábrica nesse estado. Mas saíram. Então, as fábricas não estão guardando os charutos o suficiente e estão botando eles no mercado antes do tempo, para suprir a demanda. Isso é fato. Então, a qualidade do tabaco não caiu: é a mesma. Mas a produção está menos cuidadosa nesse aspecto. Claro que não venderão Cohibas Maduro 5 e Behike verdes (espero...), mas veja que até "ediciones limitadas" como o Gran Edmundo estão saindo verdes da fábrica.

A qualidade de algumas capas não é mais a mesma também. Lembro-me claramente de quando comecei a fumar, não faz muito tempo, mas faz aí uns 7 anos, dos Partagas D4. Me chamavam a atenção pela capa escura e brilhante, diferente de quase todo cubano. Tinham até aquela tendência de juntar mais facilmente aquela penugem branca na capa. E permaneceram assim por uns dois anos. Depois, meio de repente, as capas ficaram iguais à de todo mundo. Idem as capas dos Monte No.2 e Edmundo: eram uma cor de caramelo e brilhosas. Já era. Nunca mais vi um Monte assim.

Ok, ok, não muda nada. É só estética. Mas era um diferencial e que se perdeu. Me parece que os Partagas "E" e "P" estão com capas melhores que os D4. Isso demonstra que eles ainda tem a capa, mas não dá para usar para todos. E sim, pode ser apenas uma questão de safras. Não dá para descartar essa hipótese. Mas...

E sobre charutos mais fracos, não acho (opinião pessoal) que os charutos de sempre tenham ficado mais fracos. Mas muita gente lançou linhas mais fracas sim. Vide Cohiba Siglo e Montecristo Open. Ambos tem as mesmas características: mesmos fumos, mas menos fumo. Logo, charuto com mais fluxo (daí o nome do Open) mas também mais fraco. Motivo? Mercado. Muita gente, e muitos mercados como um todo, evitavam os cubanos por causa de sua potência. Fazendo um cubano mais fraco, abre-se o leque de consumidores. Claro, os Siglo e os Open são maravilhosos. Mas não são os "crássicos".

Abraços!

Adriano

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #116 Online: 02 Janeiro 2013 às 13:57:23 »
Depois destes excelentes posts, tenho uma pergunta só a fazer:

Robert Parker entrou no mercado de charutos?  ;D

http://bloginvinoveritas.com.br/2012/03/o-pulo-do-gato-de-robert-parker-e-sua-parkerizacao/

Esse cara é execrado em muitos lugares por ter feito uma "pasteurização" dos vinhos, acabado com características mais marcantes (e de mais díficil assimilação pelo consumidor médio) de certos vinhos, reduzindo quase tudo a uma méRdia. Veja bem, como gosto de vinhos potentes e de finais longos, até que o cara não me incomoda muito, até por conta de que não sou um cara que toma vinhos caros ou tenha cultura em vinhos.

Mas, pelo visto, a tendência das empresas em diminuir a qualidade de seus produtos e torna-los mais fáceis de consumir é uma verdade universal no mercado capitalista.

De outra banda, é interessante falar isto justamente em um fórum de relógios, que foi no caminho exatamente oposto, buscando - nem que puramente como marqueting - apontar o maior apuro técnico e qualidade intrínseca dos seus produtos.

O papo tá ótimo, e me dando uma vontade de fumar mais um!

Amplexos do Mário

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Offline Adriano

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #117 Online: 02 Janeiro 2013 às 15:38:31 »
É isso mesmo. Resumidamente, e grosseiramente falando: o produtor quer vender mais. Sabe que o "bacana" quer fumar charuto, mas não quer vomitar no final (pois vai fazê-lo se for fumar um Partagas D4 sem experiência). Quer tomar vinho bom mas não quer fazer careta.

Abraços!

Adriano

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #118 Online: 03 Janeiro 2013 às 09:09:55 »
Adriano e demais, também tive algumas experiências desagradáveis ano passado com charutos verdes, penso igual a vc tais puros nem deveriam ter saído da fabrica assim, foram duas caixas de Monte Edmundo, as duas foram trocadas, o representante da Emporium realmente viu que não havia condição de fumá-las imediatamente e que eu não mais tinha paciência de estocá-los para daqui a um ou dois anos, então trocou, aliás esse é o direcionamento da Emporium para charutos travados, se acender e tiver travado eles tem que trocar, claro isso vai da tabacaria que vc esta degustando, mas é ético em qualquer lugar do mundo, bom, sei que aqui as vezes vale a falta dela hehehhe.

E a questão dos terços, eu gosto de todos, mas o final é o que me dá mais prazer heheheh, sempre foi assim, e uma dica pessoal, charuto foi feito para degustar e não para fumar, se tiver achando que pito ou cigarro, já ta fora do esquema, pois ele esquenta, perde muito do seu sabor e amarga com maior facilidade, dai vira aquela cusparada sem fim, então fica ai a dica, sempre fumar com um pouco de calma ajuda e muito a uma boa experiência.

OS:. Realmente os D4 tinham aquela penugem branca mesmo, e as capas eram tendenciosamente escuras o que já não existe mais, ou estão cada vez mais raras de se encontrar, vi ai acima sobre humidores, eu já tive um armário em casa, hoje só estoco o que fumo mesmo, não junto mais charutos, e a umidade preferida é 70%, tenho um higrômetro digital que já me acompanha a anos e eu calibrei ele , possui um erro de + ou – 2% para menos, então sempre esta com 73,72% em seu mostrador, aqui em Brasília a umidade é um grande problema na maior parte do ano, então eu evito ao máximo ficar abrindo toda hora o meu humidor, essa virada de ano eu abri e la marcava 76% em dois minutos já esta em 50% então aqui é DUREZA mesmo, hoje estou em busca de algum humidor bem original, pequeno para umas 50 a 60 unidades, mas quero comprar em Havana esse ano.
Rolex ou Rolex.

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Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #119 Online: 03 Janeiro 2013 às 10:01:06 »
Sem dúvida! Fumar com constância é uma coisa, fumar rápido é outra. Se esquentar demais, detona a experiência. Isso é ainda mais válido para cachimbos: o fumo do cachimbo reage pior ainda e fica muito ruim se a temperatura sobe demais.

Realmente, em locais de umidade baixa, tem que deixar ela um pouco acima, senão é abrir o umidor por um minuto que a umidade despenca.

Abraço!

Adriano