Isto é algo que já discutimos aqui, as duas tendências de cobrança de preços de revisão.
1) Cobrança por hora, independentemente do relógio (parece-me a mais correta, mas em certo ponto inviabiliza a revisão de relógios mais antigos, ou aqueles mais simples com problemas, que tomam um tempão do relojoeiro e, às vezes, se tornam mais caras do que o próprio relógio);
2) Uma "socialização" de custos, com se fosse um seguro, em que a hora da revisão é calculada numa média. Parece-me razoável. Mas aí os preços devem seguir o que normalmente vejo no mercado internacional, mas não aqui. Lá é assim. Revisão de relógio simples custa X, não interessa qual é, se é um Rolex de ouro maciço ou um Tissot de aço (o grau de dificuldade é o mesmo).
Porém, quando entramos no campo dos super complicados, entra a especialização. Quantas pessoas no Brasil sabem efetivamente mexer, sem danificar o mecanismo, em um perpétuo da Nardin, por exemplo?
A tendência, hoje, portanto, é remeter tudo quanto é relógio complicado para as fábricas e mais, que o próprio cara que o montou antes o revise. Estou certo ou não?
E mesmo o que parece simples não é.
Ninguém que é de Brasília ou mesmo integra o Swatch Group, como o Adriano, duvida da competência dos caras da autorizada de Brasília. Eu os considero bons, já os vi trabalhando de perto.
Quando meu RT Cricket deu problema, o Rubeno, que tem curso na Omega na Suíça, olhou o relógio (e o Francelino, seu pai, também, cara com uns 50 anos de experiência) e disse na lata: nunca vi mecanismo semelhante, só os da AS. Eles tiveram que estudar o troço para entender como funcionava e descobrir o que estava dando defeito.
Querem outro exemplo? Meu Omega Seamaster Planet Ocean Coaxial. O Rubeno tem curso na suíça e trabalhou nestes mecanismos. Eles não tem nada demais. São ETAs 2892 com um escapamento completamente diferente. Você sabendo que ali não vai óleo e onde vai o óleo, é um relógio básico. Perguntei: se der pau, revisam aqui? E quanto custa? Disseram, não, não revisamos, tem que mandar para sampa. E eu perguntei porque. A resposta: ora, um Witschi timer novo, que pega a frequência deste relógio, que não é usual (25200, salvo engano bph), teria que ser comprado. E eles custam uma fortuna! Sabe quantos relógios iguais ao seu já vimos em Brasília? Nenhum, é o primeiro. Ou seja, não valeria a pena para eles comprarem uma ferramenta cara que raramente seria usada.
Resultado, virei "refém" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk do Adriano! Parece que só sampa tem os witshi novos, corrija tudo aí se falei alguma bobagem Adriano.
Flávio