Já fizemos manutenção em alguns poucos co-axial, e apenas dois realmente precisavam de revisão completa, ambos já antigos, um De Ville GMT e um Aquaterra. Estavam apenas com pouca amplitude, natural da idade e do uso intenso por mais de 6 ou 7 anos. Bastou limpeza e lubrificação para ficar "zero". A manutenção não é mais complicada, mas eu diria que é mais criteriosa pois o procedimento de lubrificação do escape é bem mais delicado que o do escape de âncora suíça (que já é a parte mais delicada de se lubrificar em um relógio). Por isso os relojoeiros treinam na suíça especificamente a lubrificação do escape co-axial. A quantidade e localização do óleo é super-crítica, fazendo a diferença entre funcionar perfeitamente e simplesmente não funcionar. Ele é bastante intolerante à erros de lubrificação. Além disso, ela precisa ser refeita depois de 24 horas em funcionamento, portanto, o escapamento é lubrificado em duas etapas. Tirando ele, todo o resto do mecanismo segue o padrão.
Mas é bom lembrar que a lubrificação dele é uma opção da Omega. O conceito original do sistema dispensa totalmente sua lubrificação. A orientação é que a lubrificação deve ser checada com miscrocópio, e recomenda-se que seja feita diretamente com o uso de microscópio. Ao contrário do escape de âncora suíça, no qual se lubrificam as levées, no co-axial lubrificam-se os dentes, um por um dos oito de impulso e dois dentes do pinhão, com o detalhe deste último que não deve sob hipótese nenhum haver lubrificante, nem por meio de dispersão, na face em que ele toca a roda de escape intermediária. Nas rodas de escape de 3 níveis, usada nos 3313 por exemplo (pois a altura permite), isso é menos crítico, pois o pinhão é separado dos dentes que têm contato com a roda intermediária de escape.
Ainda assim, são apenas microns (micra) que separam o limite de quantidade mínino e máximo de óleo.
Vale complementar que o desenho sofreu mudanças desde os primeiros exemplares. Além da mudança de freqüência nos calibres 2500 (inicialmente 28.800 bph, depois modificado para 25.500 bph), outras mudanças foram feitas. A âncora teve seu formato mudado, melhorando suas características de equilíbrio (por mudar o centro de gravidade) as rodas importantes foram mudadas pela mudança da freqüência, apesar da diminuição da freqüência, a necessidade de um balanço de maior momento de inércia (pela menor freqüência) privilegia o desempenho posicional. Com isso também a capacidade de arranque (facilidade de entrar em funcionamento, quando parado).
Abraços!
Adriano