Eu até tenho fotos desmontando relógios em casa, mas elas não estão aqui. Mas se visualizarem, o que tinha na minha mesa, de madeira, com laterais (era boa para apoiar os cotovelos! É que foi projetada para uma quina da minha casa, então era perfeita para relojoaria).
Uma cadeira de ajuste baixo, eu ficava com o queixo na mesa, um pouco acima; um abajur de luz fria outro de luz quente (gostava das duas juntas, senão perdia noção de profundidade); um mandril duplo fudidaço; um porta óleo de plástico fudidaço; um porta movimentos chinês em latão igual ao do Luis (quebrava galho, mas não era lá essas coisas), um jogo completo de chaves da AF ( de 9. Efetivamente faltava uma para a rochet, mas teria que fazer, pois a fenda é grande, mas fina), dois óleos da Microtime (watch oil, clock oil), um pouquinho de graxa molycote que nem usava, colocava óleo groso na minuteria; porta benzina, pincéis (limpava tudo à moda antiga, NA MÃO!), um monte de luvas cirúrgicas com os dedos cortados (hahahahahaha), duas pinças Precista, uma n. 2 outra n. 5; palitos de dente, canivete suíço da Swiss Army com abertura de caixa; um monte de lupas fodidas da Anchor, de plastico, mas as que eu usava regularmente eram a de 4 vezes de aumento e, muito eventualmente, uma de 12. Mas de vez equando usava uma de 3, pela melhor distância de foco; arame para segurar as lupas na cabeça (caras, difícil encontrar coisa tão ridícula!); ródico, um jogo de pica óleos de cinco, simples, esses que todo mundo tem, uma caneta e papel à mão para desenhar o caminho das pedras em algo que eu não soubesse e tivesse medo de esquecer o caminho das pedrascom compasso e régua, um puf puf para soprar vento, sei lá o nome disso, um monte de vidros usados de patê da Sadia (só serve esse! Parece que foi criado para a relojoaria, para cobrir peças e movimentos), aquele clássico porta peças azul e só.
Seu eu fosse continuar a me aventurar na brincadeira de apenas colocar para funcionar os relógios, sem ajuste, o que compraria a mais, que vi que faz falta:
- Faria uma chave para a roda rochet; pesquisaria se é razoável lubrificar um tambor de corda sem usar estrapada, pois eu simplesmente jogava tudo na benzina, escovava, e pingava gotas de óleo lá dentro. Não ia comprar uma estrapada para brincar! Uma chave universal para abertura de relógios, mas de volante; trocaria o porta movimento por um Bergeon, um grupo de saca ponteiros, mas daqueles da bergeon de pazinha; um empurra ponteiro, do simples, aquele também da bergeon de caneta;
- Se fosse um nível acima, compraria uma máquina de analisar o relógio, podia ser um desses Witchi chineses que estão por aí e um lavador ultrasônico tabajara.
Acho que com isso, podem inventar a moda que quiserem, dá para revisar até o calibre 89 da Patek. Ah, dava para trocar os óleos, mas, como já disse aqui, essa inventação de vários óleos atual não existia nem no catálogo antigo. Ora, somos hobbistas! 3 lubrificantes!
Flávio