O tal certificado de cronômetro é mero "Marketing"?

[fernando r]

Fiz uma colocação meio provocativa e sei que pode dar uma certa polêmica, mas essa colocação vem do seguinte:
Tenho 3 Omega com certificado COSC e dois sem.
Os dois sem: um Speed Professional que não é uma sumidade em isocronismo, e o Speed Date, que está há cinco anos, com uso ou mostrador para cima fazendo  + 5-6 segundos dia. Não muda.
Os COSC: Omega PO, tem bom isocronismo mas faz +5 segundos dia. bem como o AT, também +5. Já fizeram +3 e +2 em outra época. Já o Seamaster Chrono Diver faz +2 e já fez +3.
De outra parte, tenho um Tudor com Valjoux 7753 e o danado faz, depois que o comprei e voltou da revisão(tive que mandar para a revisão logo que comprei pq adiantava 17 segundos/dia, mas constataram que estava com lubrificação deficiente e arrumaram ele), +1/+2 segundos dia. No pulso ou com o mostrador para cima. É impressionante.
Não sei se a Tudor faz modificações na máquina Valjoux, mas se não fazem sabem regular o relógio de uma maneira excepcional na minha opinião.
Por esses motivos eu coloco dúvida na necessidade do COSC, no tocante à prática, ao dia-a-dia do uso do relógio.
Sei que existem parâmentros, que não é apenas a marcha média, mas esse Tudor, vc pode colocar em qualquer posição que ele não faz mais do que 1-2 segundos(aproximadamente, ok, pois os décimos não tenho como medir).
Posso estar dizendo besteira, mas é a minha experiência com os relógios.
Por fim: essas máquinas Valjoux tem um excelente isocronismo. Todas que tenho, modificadas como as da Omega ou as demais(não sei se a Longines modifica e tb não sei se a Tudor modifica) são excelentes nesse quesito.
Abraço.

[flávio]

Sim, os testes são marketing, mas não só. Uma coisa é a fábrica dizer que seu relógio foi ajustado em tantas posições e está bem regulado. Outra coisa é um órgão independente dizer isso. Não sei quando o escrevi, mas acho que já faz uns 12 anos. Minha opinião não mudou, é a do texto "velho" referido:

http://www.relogiosmecanicos.com.br/cronometro.html


Flávio

[fernando r]

Obrigado pela resposta.
Na verdade eu adoro a expressão "Chronometer" no mostrador. Também acho que se trata de uma preocupação com qualidade(se bem que essa preocupação é repassada ao consumidor através do preço maior)  
Fiz apenas uma colocação, digamos, provocativa, mas sem intuito ofensivo. Só para ver a experiência de cada colega com o assunto.
Mas meus parâmetros levam em conta toda a subjetividade do utilizador, comparando relógios diferentes mas, em situações reais e similares visto que, dentro dos habitos do mesmo utilizador.
Uma pergunta que pode parecer estranha mas que não sei responder: as caixas de aço conduzem calor, certo? O calor do corpo não passa para dentro do movimento? Logo, o relógio não estaria sempre acima dos 30 graus? Os testes do COSC são sempre a 23(com exceção dos de temperatura que vão de 8 a 38 graus). Isso já pode ser um fator de desvio?
Abraço.

Sim, os testes são marketing, mas não só. Uma coisa é a fábrica dizer que seu relógio foi ajustado em tantas posições e está bem regulado. Outra coisa é um órgão independente dizer isso. Não sei quando o escrevi, mas acho que já faz uns 12 anos. Minha opinião não mudou, é a do texto "velho" referido:

http://www.relogiosmecanicos.com.br/cronometro.html


Flávio

[Adriano]

Uma coisa importante é a interpretação que se dá para o certificado. O teste do certificado atesta que aquele relógio é capaz de oferecer aquele desempenho, mas não significa que ele irá obrigatoriamente oferecer esse desempenho quando está em seu pulso.

É normal testar relógios COSC e se demonstrarem fora de algum padrão, como é comum testar um não COSC e demonstrar um desempenho excelente.

Vale lembrar ainda que nenhum de nós, mesmo com os melhores aparelhos, podemos reproduzir os testes de lá e confirmar com certeza se o relógio está ou não dentro dos padrões. Podemos estimar, mas não ter certeza.

Outro ponto é que o marketing por volta disso valoriza demais aqueles numerinhos mágicos do -4 a +6 s/dia. Esse é apenas um dos 7 critérios, todos eliminatórios, e é o mais fácil de ser atingido. Não é porque um relógio está dentro desse limite que ele passaria no teste.

Hoje mesmo testei meu Tissot Visodate. Ele usa uma ETA 2824-2 da mais pé-de-boi. Só que testei ele em 5 posições e a menor marcha foi 0 s/dia e a maior +6 s/dia. O delta deu 6,1 segundos e a média 2,8 s/dia!! Du caramba!! E estamos falando de uma ETA 2824-2 pé de boi total. Esse é um dos motivos pelo qual admiro esse mecanismo. É um resultado excelente.

Mas isso quer dizer que é COSC? Negativo, pois com espiral de menor "grade", corda de menor "grade" e balanço de níquel, ele provavelmente tomaria bomba no COSC quando seu isocronismo e comportamento térmico fosse colocado à prova.

Falei, falei, mas não disse nada, como costumam dizer. Então para dizer o que eu acho, acho que é muito marketing sim, pois no dia a dia pouco nota-se esse desempenho e muito relógio sem COSC pode oferecer o mesmo desempenho. Acho também que as normas podiam ser mais rígidas. Mas hoje não acho tão fácil uma máquina passar no teste não, pois vejo muito COSC que recebeu o certificado um dia mas que provavelmente não passaria denovo sem sofrer um noso ajuste e regulagem.

Tem que ser "bão" para passar no teste.

Abraços!

Adriano

[fernando r]

O Speed Date levaria bomba no COSC considerando os materiais utilizados no movimento 1152(Valjoux 7750 modificado)?
Abraço.

Uma coisa importante é a interpretação que se dá para o certificado. O teste do certificado atesta que aquele relógio é capaz de oferecer aquele desempenho, mas não significa que ele irá obrigatoriamente oferecer esse desempenho quando está em seu pulso.

É normal testar relógios COSC e se demonstrarem fora de algum padrão, como é comum testar um não COSC e demonstrar um desempenho excelente.

Vale lembrar ainda que nenhum de nós, mesmo com os melhores aparelhos, podemos reproduzir os testes de lá e confirmar com certeza se o relógio está ou não dentro dos padrões. Podemos estimar, mas não ter certeza.

Outro ponto é que o marketing por volta disso valoriza demais aqueles numerinhos mágicos do -4 a +6 s/dia. Esse é apenas um dos 7 critérios, todos eliminatórios, e é o mais fácil de ser atingido. Não é porque um relógio está dentro desse limite que ele passaria no teste.

Hoje mesmo testei meu Tissot Visodate. Ele usa uma ETA 2824-2 da mais pé-de-boi. Só que testei ele em 5 posições e a menor marcha foi 0 s/dia e a maior +6 s/dia. O delta deu 6,1 segundos e a média 2,8 s/dia!! Du caramba!! E estamos falando de uma ETA 2824-2 pé de boi total. Esse é um dos motivos pelo qual admiro esse mecanismo. É um resultado excelente.

Mas isso quer dizer que é COSC? Negativo, pois com espiral de menor "grade", corda de menor "grade" e balanço de níquel, ele provavelmente tomaria bomba no COSC quando seu isocronismo e comportamento térmico fosse colocado à prova.

Falei, falei, mas não disse nada, como costumam dizer. Então para dizer o que eu acho, acho que é muito marketing sim, pois no dia a dia pouco nota-se esse desempenho e muito relógio sem COSC pode oferecer o mesmo desempenho. Acho também que as normas podiam ser mais rígidas. Mas hoje não acho tão fácil uma máquina passar no teste não, pois vejo muito COSC que recebeu o certificado um dia mas que provavelmente não passaria denovo sem sofrer um noso ajuste e regulagem.

Tem que ser "bão" para passar no teste.

Abraços!

Adriano

[Adriano]

Negativo, ajustado devidamente passaria fácil. Tudo usado nos 1150 (e família) da Omega é do top do top: corda, espiral, balanço, âmcora, roda de escape. Tudo do melhor.

Basta ver que os novos Date e Day-date são todos COSC, e é a mesma máquina com outra denominação apenas.

Abraços!

Adriano

[Atalo]

Pessoal,
Uma coisa é o movimento do relógio passar no teste, receber o certificado.
Outra é ele "permanecer" certificado ao longo do tempo. Áí são outros quinhentos.
Tenho um Bucherer, equipado com o já comentado calibre ETA 2824, que foi - repito - foi COSC na origem, está lá estampado no mostrador e também tenho orgulho dessa condição.
Mas, hoje, sei lá quantos anos depois, ele não está tão isócrono (é esse mesmo o termo, não?) assim.
E para piorar, uso muito pouco, e daí, sempre com pouca corda o que acaba prejudicando mais ainda a sua condição.
Mas mesmo assim, ele tem uma variação de uns 12 a 15 s/dia. Prá mim tá danado de bom.
Abraços
Átalo

[fernando r]

Vc saberia me dizer se a Tudor modifica os Valjoux?
Grato pelas respostas.

Negativo, ajustado devidamente passaria fácil. Tudo usado nos 1150 (e família) da Omega é do top do top: corda, espiral, balanço, âmcora, roda de escape. Tudo do melhor.

Basta ver que os novos Date e Day-date são todos COSC, e é a mesma máquina com outra denominação apenas.

Abraços!

Adriano

[Phebos]

Acho que o COSC não é marketing. Ele mostra que um relógio foi construído seguindo certos padrões de qualidade.
Como eu disse FOI. Depois de alguns anos isso não tem muito alor pois a depender do uso que o usuário empregar no relógio a variação pode permanecer mutio boa ou ficar muito ruim!!
Do mesmo modo que existem relógios que não possuem COSC e tem uma variação muito pequena ao longo dos dias.
Quando vejo um certificado COSC, eu leio, padão de qualidade diferenciado na fabricação. Só isso.
Mas não é um padrão que não pode ser atingido por alguma manufatura que não utilize esse certificado, simplesmente ele não foi aferido dentro dos padrões da norma!!

Um abraço!!

[Adriano]

Vc saberia me dizer se a Tudor modifica os Valjoux?
Grato pelas respostas.

Acho que não. Acho que ela apenas usa as de versões "top", que também possuem cordas, espirais e balanços dos melhores. Pelo menos imagino que sim, não sei realmente responder com certeza.

Abraço!

Adriano

[Desotti]

... Tudo usado nos 1150 (e família) da Omega é do top do top: corda, espiral, balanço, âmcora, roda de escape. Tudo do melhor...

Eu não sabia disso, vou olhar para meu Date "Schumacher 2001" com mais respeito de agora em diante!

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