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Ministros do STF

Iniciado por Enéias, 12 Outubro 2011 às 17:36:41

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Enéias

Hoje, no feriado do dia 12 de outubro, vendo TV, coisa que tenho pouco tempo para fazer, assisti à reprise de uma sessão do dia 05/10/2011. Procurei identificar os relógios nos pulsos dos ministros. Não consegui ver de todos, mas dos que pude observar, pareciam ser da grife Rolex.

O que me dizem?

???

Sergiaum

eu ja vi o marco aurelio de sub (ou era um sd ou um dssd) e o lewandowski c/ um datejust (ou daydate/date, algo nessa linha) ou um explorer I...

o peluso ja usa uns relogios mais sociais, c/ pulseira de couro e caixa fina... podem ser tissot ou algo do tipo, mas tem cara de breguet/patek/iwc...

nao gosto muito dos outros ministros, entao nao reparo mto...

agora relojoes ($$$) msm qm usam sao os senadores... assista uma sessao na tv senado q vc vai ver...

abs.

flávio

Um eu sei que usa Rolex, que foi roubado, deveria ter ficado com o ladrão e...Tenho tanta raiva de todos que nem vejo, não me interessa.


flávio

VIP

Citação de: Sergiaum online 12 Outubro 2011 às 17:59:10
eu ja vi o marco aurelio de sub (ou era um sd ou um dssd) e o lewandowski c/ um datejust (ou daydate/date, algo nessa linha) ou um explorer I...

o peluso ja usa uns relogios mais sociais, c/ pulseira de couro e caixa fina... podem ser tissot ou algo do tipo, mas tem cara de breguet/patek/iwc...

nao gosto muito dos outros ministros, entao nao reparo mto...

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Nos que pagamos >:( >:( >:( >:(
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O Cara

Flávio, já comentei contigo que estou fazendo preparatório para o MP, na aula de Direito Administrativo, para quem já não gostava de política como eu, fica ainda mais indignado ao perceber o que a lei manda ou autoriza fazer e o que eles fazem na prática.

Imagino você que está dia a dia, lado a lado com essa gente.
Um abraço
Fábio

mmmcosta

Citação de: vip.imports2010 online 12 Outubro 2011 às 23:59:34
Citação de: Sergiaum online 12 Outubro 2011 às 17:59:10
eu ja vi o marco aurelio de sub (ou era um sd ou um dssd) e o lewandowski c/ um datejust (ou daydate/date, algo nessa linha) ou um explorer I...

o peluso ja usa uns relogios mais sociais, c/ pulseira de couro e caixa fina... podem ser tissot ou algo do tipo, mas tem cara de breguet/patek/iwc...

nao gosto muito dos outros ministros, entao nao reparo mto...


Nos que pagamos >:( >:( >:( >:(

+1  >:( >:( >:( >:(

E ainda trabalham menos da metade do ano.
Marcelo

flávio

Caras, eu não vou entrar na discussão porque irá desviar completamente o tópico. O problema não são as férias. Eu também tenho 60 dias de férias por ano (muito embora 90% dos membros do MPU não tirem 60, mas dois períodos de 20, e vendemos 20 - a lei nos autoriza isso. Nos MPEs não). Por incrível que pareça, há até alguns anos, MP e Judiciário eram os locais onde mais se havia afastamento por questões de saúde e, em geral, ligadas a estresse mental. Então, eu normalmente dou um exemplo aos meus colegas, quando dizem que normalmente fico na promotoria 6 horas por dia (o que é verdade, tirando os dias de júri, que tem horário para começar, meio dia, sem horário para terminar. Mas normalmente vai "só" até umas 10 da noite): o que é mais fácil, correr na esteira uma hora a 5 km/h ou 30 minutos a 20? Nosso trabalho é assim, pelo menos na minha área, é estressante pacas, só ganhei noites mal dormidas, muito Rivotril e dor nas costas com esse troço.

Não acredito que os Ministros do STF trabalhem pouco ou ganhem muito pelo que fazem e responsabilidade que tem. Pelo contrário. Já tive colegas assessores de Ministros do STJ e os caras trabalham pracaramba.

O problema é que o sistema é feito para não funcionar, com julgamentos de mentira, uma correria do capeta, e...

Aí vem minha birra com Ministros, sejam de STJ e STF. Apesar de o sistema ser nefasto, e eles com certeza tem consciência disso, "parecem" que não sabem o alcance que uma decisão deles possui. É claro que sabem. O que os leva a decidir num ou noutro sentido? Também não vou dizer que sejam propinas, até mesmo porque nunca descobrimos com certeza fatos ligados tanto a eles quanto aos Ministros do STJ (minto. Certa vez em investigações descobrimos 3 do STJ envolvidos com rolos e passamos para a PGR. Um deles caiu, os outros dois - COM A GRAÇA DE DEUS - pediram aposentadoria quando emparedados. A aposentadoria nos serve, por incrível que pareça...No DF, por exemplo, houve uma época em que um Desembargador caiu em processo, outro foi aposentado e, lá pelas tantas, nos bastidores, a procuradoria junto com o TJ disse para outros 3: peça aposentadoria e somam daqui antes que o troço fique ruim para seus lados. Melhorou muito o TJ daqui!

Mas enfim, o problema do STJ e STF é que as decisões são de qualidade ruim, tem um alcance muito grande e às vezes afetam a todos, o sistema não funciona (não faz o mínimo sentido STJ e STF funcionarem, aqui, de fato, como 3 e 4 instâncias recursais).

O grande problema, resumindo, é que há uma certa relação promíscua entre Governo e alguns barões do Brasil com tal Tribunais - e não estou aqui a dizer que rola dinheiro nos bastidores, não, não é isso! É aquele lance de troca de "amabilidades" entre poderosos que não ajuda a ninguém - que só nos leva para baixo.

E não adianta dizer que novos Ministros vão mudar algo, não vão. A Carmem Lúcia foi minha professora na graduação durante um ano. Tinha muito orgulho dela, ela era literalmente pau pereira, metia o dedo em tudo e em todos, tinha posições bem marcantes, uma puta constitucionalista, boa mesmo! Foi uma das poucas professoras boas que tive na PUC/BH.

Pois bem...Está no STF há alguns anos, completamente "apagada", parece que foi engolida pelo sistema...

E olha que ela tem atitudes que, pelo menos, vão de encontro aos demais componentes do STF: não usa carros oficiais, não mora em apartamento funcional, não recebe auxílio moradia...Mas alguém ouve falar dela?

Enquanto isso tenho que aguentar o Sr Gilmar Mendes, que é simplesmente odiado pelos juízes (e são aproximadamente 20 mil no país), falar em nome de toda classe em moralização, puta que pariu, não sei o que...Ah vá!

Flávio

lucius

Citação de: flavio online 13 Outubro 2011 às 11:23:45
E não adianta dizer que novos Ministros vão mudar algo, não vão. A Carmem Lúcia foi minha professora na graduação durante um ano. Tinha muito orgulho dela, ela era literalmente pau pereira, metia o dedo em tudo e em todos, tinha posições bem marcantes, uma puta constitucionalista, boa mesmo! Foi uma das poucas professoras boas que tive na PUC/BH.

Ela também foi minha Professora (com P maiúsculo) aqui na PUC-BH e também achava que, pela sua postura em sala, poderia "render mais" no plenário.

Mas é aquela coisa, "junte-se aos bons e não seja uma exceção...."

E quanto aos rolexes, não sei se todos são pagos por nós.


Lucius
Corruptissima re publica plurimae leges

VIP

Citação de: lucius online 13 Outubro 2011 às 12:53:00
Citação de: flavio online 13 Outubro 2011 às 11:23:45
E não adianta dizer que novos Ministros vão mudar algo, não vão. A Carmem Lúcia foi minha professora na graduação durante um ano. Tinha muito orgulho dela, ela era literalmente pau pereira, metia o dedo em tudo e em todos, tinha posições bem marcantes, uma puta constitucionalista, boa mesmo! Foi uma das poucas professoras boas que tive na PUC/BH.

Ela também foi minha Professora (com P maiúsculo) aqui na PUC-BH e também achava que, pela sua postura em sala, poderia "render mais" no plenário.

Mas é aquela coisa, "junte-se aos bons e não seja uma exceção...."

E quanto aos rolexes, não sei se todos são pagos por nós.


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Todo funcionário publico é pago por nós .... mas minha indignação foi aos políticos >:( >:( >:(   
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mmmcosta

Em minha modesta opinião, quem trabalha duro no Judiciário é exceção. Sou muito cuidadoso ao dizê-lo, pois tenho um casal de grandes amigos que atuam, ambos, como promotores em Goiás. São dedicados, responsáveis, éticos, cidadãos.

Mas não deixo de considerar o fato do Judiciário trabalhar menos da metade do ano uma afronta ao país. Eu, que uma vez na vida consegui tirar 30 dias de férias,  revolto-me. Ademais, não vejo como o ritmo e pressão num trabalho em que há estabilidade serem maiores do que na iniciativa privada, ao menos no nível correspondente ao dos magistrados que seria o dos executivos (média e alta gestão).

A melhor evidência que encontrei sobre o assunto é esta:
http://www.correioforense.com.br/noticia/idnoticia/46463/titulo/recesso_no_judiciario_203_dias_por_ano_de_ferias_recesso_e_feriados.html
:o :o :o

Considero os cálculos detalhados e confiáveis, tendo sido feitos por uma instituição "do ramo".
Marcelo

flávio

#10
Cara, com sinceridade, Correio Brasiliense não é fonte confiável de nada. Imprensa não é fonte confiável de nada. Na verdade, na prática, o que ocorre é o seguinte. E, posso estar parecendo idiota com o que vou dizer, mas nem todos sabem que Judiciário e Ministério Público são coisas completamente difrentes, inclusive na gestão. Em Brasília, por exemplo, basta você entrar em um fórum (basta entrar) e no MP (qualquer das sedes) para descobrirem o que estou falando. A gestão do MP é muito mais iniciativa privada, com controles automáticos de gestão e produção, promoções automáticas (tudo digital. Não há aquela frescura de Judiciário de reunir caciques...), etc. Claro, estou falando do MPU, já fui do MPE, a realidade no interior não é essa Brastemp.

Mas sobre férias, vamos lá. Na esfera federal, o texto está certo em parte. São dois períodos de férias de 30 dias, 60, sendo que efetivamente, na esfera federal, há um recesso do dia 19 a 06 de janeiro, mas que só não foi extinto porque os idiotas que mudam as leis não o fizeram. Concordo que o recesso não faz o mínimo sentido. Teoricamente, então, são 80 dias de férias por ano. Teoricamente. No Judiciário o povo é obrigado a tirar, e tiram. No período de recesso, designam (para o DF, cerca de 20 juízes e 20 promotores para plantões no recesso) promotores e juízes para plantão. No MPU a história é um pouco diferente, pois nossa lei, complementar, autoriza a venda de 20 dias de férias e, na prática, 90% do povo faz isso, até mesmo porque você recebe 1/3 do salário no mês de féria que tira 20 dias, e é uma boa grana. Então, na prática, são 40 dias de férias para MPU, 60 para MPE, 60 para Judiciário. Para o MPU e Judiciário Federal, há os 19 dias de recesso que, confesso, são sem explicação. O povo dos estados não tem isso.

Feriados...Bem, feriados todos tem, não sei quantos são no país, mas confesso que, neste ano, só lembro de dois feriados prolongados que tive: carnaval e semana santa. Os outros feriados, por resolução do TJ daqui, que o MP segue, acabam sendo transferidos do meio da semana para segunda ou sexta. Tivemos uns 3 neste ano. Nos feriados federais, se cair exatamente no meio da semana, acabamos seguindo: ontem foi feriado para o Brasil inteiro, não só para Juízes e Promotores.

Férias prêmio...Isso é uma piada. Você tem sim direito a férias prêmio de 5 em 5 anos, como todo funcionário público (a maioria). O problema é que devido à escassez de promotores e juízes, você tem que pedir (pelo menos do MPDFT está assim) o troço com 8 a 10 anos de antecedência! Na prática, pois, raros gozam da licença, a utilizam para aposentar-se um ano mais cedo. Nos MPEs, dependendo da lei, é possível vender as férias prêmio, se o estado também tiver grana para pagar. Citou Goiás...Minha ex noiva, com quem me relacionei durante 5 anos era (é) Promotora de Goiás, talvez a conheça, chamava-se Patrícia Teixeira. Ela conseguiu vender suas férias prêmio e tirar uma boa grana. Nós queríamos isso, não podemos.

Então, a informação do Correio não é confiável. Tem-se a impressão que só trabalhamos 150 dias no ano, o que é absolutamente ridículo! Falo por mim: normalmente tiro férias em maio ou junho, 20 dias. Depois tiro férias em dezembro, 20 dias também, justamente para emendar com o recesso, o que me dá uma super férias de 40. Mas sou exceção...Sou solteiro, sem filhos. Na prática, o povo quer tirar férias em período de recesso escolar, vira uma briga, acaba que as férias do povo ficam picadas. E essa alteração de férias (fim das férias coletivas) foi uma merda, pois vendeu à sociedade a falsa impressão de que trabalharíamos sem parar, quando na verdade, criou uma confusão de gerenciamento sem precedentes. Explico: na minha circunscrição, são 4 promotores criminais. Há regra que não é possível, a não ser por acordo, férias de mais de um em determinado período. Quando um sai, todos os processos e audiências do que saiu são distribuidos para os que ficaram. Mas façam as contas...Durante 8 meses por ano há alguém de férias. Ou seja, durante poucos meses no ano não estou acumulando alguma coisa que não tem nada a ver com o que faço (que sou especialista, que é o júri), o que me irrita profundamente.

Claro, dentro disso tudo, Judiciário e MP, há a chamada "barca do Flávio", ou igual a de Noé: há caras que trabalham demais, outros nem tanto e, em determinadas promotorias não processuais (onde o processo vem até você...), dá para enrolar. Dos 350 promotores daqui, chutaria a bunda de uns 50 fácil, pois não trabalham a contento. Mas o resto é muito bom, e falo com experiência de já ter sido promotor em outro estado. Mesma coisa no judiciário.

Ou seja, falam muita asneira na imprensa, mas só sentindo na pele o troço para saber o que estou dizendo. Eu, por exemplo, cansei do júri, já fiz mais de 300 em pouco mais de 8 anos (fiquei um ano na criminal comum e uns meses no faz tudo da Bahia), estou louco. Muito rivotril.

Sim, concordo que o grau de responsabilidade, estresse de um alto cargo da Administração é igual ao de um excelente profissional, diretor, por exemplo, de empresa privada. Os problemas, porém, são os mesmos. O ideal não é que não tivessemos 60 dias de férias, mas que todos tivessem. Porque lhes garanto: não há como ter esse número de recessos que falaram na reportagem. Basta somar o que todos tiveram de feriados no ano, E FORAM TODOS, INCLUSIVE INICIATIVA PRIVADA, com as férias. Licença prêmio é algo cabeça de bacalhau. Eu tenho duas para gozar, quem disse...

No final da contas, eu quero saber é de produtividade. Na minha promotoria, desafio qualquer pessoa a chegar lá, qualquer dia, e ver algum processo sobre a mesa: só sigo um prazo, 24 horas, como diz a piadinha, mas que para mim é sério. E mais: se o réu está preso, ele será julgado em 3 meses no máximo, se não houver recurso, 1 ano no  máximo, com recurso. Se estiver solto...Aí já é problema do sistema e os advogados que dele se aproveitam, pode demorar mais.

Sim, o DF não é parâmetro para nada. Houve uma meta de solução de processos editada pelo CNJ há alguns meses, dizendo que todos os casos de homicídio ocorridos até 2007 deveriam estar solucionados este ano. No RIO, foi divulgada uma estatística de arquivamentos feita pelos Promotores, que não conseguiam o mínimo para denunciar os caras, astronômica! O mesmo em Goiás, que tem péssima estrutura. Minha ex noiva chorava de raiva por conta disso...

Para terem um dado, só 12 inquéritos (nem processos) na minha promotoria acabaram caindo no pente fino, coisas da DH, mas que mesmo assim deixei correr, pois a DH daqui tarda mas não costuma falhar. Para dizer a verdade, nesses 9 anos, se eu arquivei uns 30 ips por falta de provas foi muito. Mas, volto a dizer, DF tem uma estrutura que não é encontrada no resto do país.

Claro, não estou aqui a dizer que o sistema é excelente, pelo contrário, sou super crítico e descrente com o direito penal, já entrei em depressão por conta do meu trabalho, porque sei que ele é seletivo, os grandes problemas não serão resolvidos por mim e, pior, não terei - como achei que teria- reconhecimento algum pelo que faço.

E o salário, que era algo absolutamente de segundo plano para mim (fui para a Bahia ganhando 4.1 k reais, em 2002, o que era razoável, mas não dava para fazer graça), passou a ser algo bem importante. Na reforma, subiu muito, chegando a uns 15 mil líquidos (salário é público, então, sem problema divulgar...Aliás, são os tais 24 mil reais que divulgam na imprensa...Descontado o que o governo me pega todo mês, são 15 paus). Isso há seis anos! Era salário de grande diretor de empresa privada! Muito bom! Sentia-me rico! Aí colocaram na constituição que não teria mais aumento, mas uma reposição anual de acordo com o índice de inflação, que nos últimos seis anos, girou em torno de 5% ao ano. No primero ano não fizeram a recomposição, no segundo não fizeram, no terceiro não fizeram, no quarto não fizeram...Se tivessem recomposto 5 por cento ao ano, o impacto orçamentário seria mínimo, mas não fizeram isso. Na verdade, os altos escalões do governo (e nós não estamos incluídos aí, mas os tais Ministros do STJ e STF sim...) começaram a ficar putos. Lá pelas tantas, inventaram as tais verbas indenizatórias e, hoje, um ministro do STJ ou STF tem carro de graça, auxílio moradia ou carro de graça (sendo que só para morar em Brasília, a cidade "mais barata" do mundo, eu gasto 2.5 mil em aluguel de um ap de 80 metros ), verba para não sei o que...Resumo: foderam todo o conceito de subsídio, ninguém tem aumento há 6 anos, meu salário ainda é muito bom, não posso negar nem fudendo, mas se era de rico há seis anos, hoje já é de classe média alta. Mas isso não é nem o que fico puto...Fico puto com - falando em imprensa - essa navegação ao sabor dos ventos, que, em uma semana, esculhambou a juíza Patrícia Accioli porque ela deveria ter saído mais cedo do fórum (como se ela fosse culpada pela sua morte), na semana seguinte, percebendo a bobagem, mudaram o tom (porque dava IBOPE), mesmo que a Dilminha e o próprio STF não tenham falado nada sobre o assunto, como se fosse algo corriqueiro (eu já fui ameaçado. Andei dois meses com seguranças, uma merda, dispensei-os e mandei recados para os malas. Entendam como quiser...Pararam. Bem, pararam as ameaças, mas arrumaram advogados tobas para me encher os saco em processos). A população ficou ao favor do MP e Judiciário que, afinal, em sua maioria, prestam um puta serviço até mesmo na recuperação de ativos para a comunidade, logo depois bateu no STF dois mandados de injunção dizendo que o governo estava simplesmente descumprindo uma REGRA QUE ELES PRÓPRIOS CRIARAM PORRA! Nós não queríamos subsídios, gatilhos, etc. Eu estava bem com meus anuênios que, diga-se, eram incentivo para a carreira, hoje você começa com um salário, termina com o mesmo, não tem incentivo nenhum para subir...Ou seja, em um mês nós fomos de párias sociais, para paladinos, para párias de novo e hoje nem sei o que somos.
Minha mãe, já velha, outro dia me deu um puxão de orelha, porque eu estava todo chororô porque, mesmo fazendo (e bem) o que me pagam para fazer, que é colocar homicidas na cadeia, não era reconhecido por ninguém, salvo, quando muito, um muito obrigado de parentes de vítimas...Ela disse: Flávio, não seja idiota! O brasileiro não sabe o que fazem, é omisso, não está nem aí e você nunca receberá um obrigado pelo que faz. Não espere isso, pois vai se frustrar.
E, depois de passar 3 vezes no concurso mais difícil do Brasil, eu não vou me frustrar, já me frustrei há muito...


Flávio

flávio

Ah, e acho que esse tópico já pode ser movido para o boteco. Eu mesmo não segui as regras e o transformei num off topic.


Flávio

mmmcosta

#12
A fonte é o Correio Braziliense. Mas quem reproduziu foi o Correio Forense. Por isso eu disse que se trata de instituição do ramo (do direito) e que, por tê-lo reproduzido na íntegra e sem reparos, deve endossar os números e cálculos. O que me faz apostar na correção dos números, contudo, é o fato do artigo ter sido escrito por um magistrado de "alta patente", desembargador do TJ da Bahia. ;) Ambos, a propósito, estão de parabéns pela coragem de escrever e reproduzir o artigo 8)

O "debate" fez-me lembrar de outra promotora, conhecida minha. Quando a licença maternidade ainda era de 4 meses ela juntou o benefício (que é pra todas as trabalhadoras) às férias (de apenas um ano), mais isso e aquilo, e ficou, legalmente, quase um ano sem trabalhar.

Quanto à dificuldade, considero o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal o mais difícil do Brasil. A grande maioria dos aprovados são ex-alunos das estaduais paulistas e das federais - os mais bem graduados, ao menos teoricamente, do Brasil. Além de saber muito de Direito o candidato tem de dominar, a fundo, Contabilidade, Matemática Financeira, Estatística, Economia e Finanças Públicas,Língua Portuguesa, Administração, Comércio Internacional e, ainda, "bater uma bolinha" em Inglês ou Espanhol.
Marcelo

kroiden

Flavio, obrigado por compartilhar. Nada como ter notícias direto da fonte, SEMPRE são diferentes das divulgadas na mídia.

Gravina

Citação de: flavio online 14 Outubro 2011 às 01:39:54
.......... Eu mesmo não segui as regras e o transformei num off topic.
Flávio




Não, não, Chefe.........o sr. pode! :-*
Apenas não esqueça daquele deitado........desta água nunca....... ::)...........não esqueça também do "quinto" ;) (não o dos infernos)
Nunca saberemos o dia de amanhã..........e se este dia chegar, aí sim mostrarás aos seus pares o relógio que um ministro do STF tem que ter..........PP, A.Lange.........

Abs

Gravina

Ps. Se for espirrar por estes dias, que já fique registrada a minha  antecipada manifestação de "Saúde Chefe!!"

mmmcosta

E quando falo em revolta, não estou sozinho:

"Não se entende tanto tempo de descanso para magistrados, quando se questiona morosidade, falta de juízes e inoperância dos serviços judiciários. Afinal, a justiça brasileira contava em 2007 com mais de 67 milhões de processos para decidir, e esse fato não condiz com a excrescência do recesso forense num sistema já carcomido por tantas medidas incompreendidas pelo povo, destinatário final das atividades dos magistrados. Enfim, quem tem a coragem de se indignar pode e deve reclamar o absurdo que se estabeleceu com 60 dias de férias, com 18 dias de recesso, além dos feriados."

Palavras do supracitado desembargador no referido artigo.
Marcelo

flávio

#16
Gravina, já que indiretamente tocou no tópico, sou absolutamente contra o quinto. Essa história de levar para tribunais conhecimentos diversos de outras áreas e, também, a influência política de outras áreas para manter um equilíbrio de "poderes" não me convence. Carreira é carreira! Por mim, deveriam chegar ao STJ e STF apenas juízes, não advogados e promotores.

Aliás, não sei se o povo sabe (você sim, pois é da área) mas a maioria do STF é do MP, e os caras parecem que passaram por lá e nos odeiam, todas as decisões são contrárias ao Ministério Público. De memória, lembro-me apenas do Toffoli, que era AGU, Carmen Lúcia, Procuradora do Estado de Minas, Peluzzo e Levandovisky juízes e TODOS OS DEMAIS do MP, ainda que tenham passado por algum tribunal, também pelo quinto.

Ah, esqueci das licenças maternidades. Sim, isso ocorre e nós ficamos PUTTTTTTTTTTTTTTOSSSSSSSS, porque como não há promotores em número suficiente e o serviço não pode parar, o troço deverá ser divido entre os demais. Nos casos de licença, mais uma vez, são as mesmas para todos os trabalhadores, mas sim, é possível você marcar férias junto com a licença maternidade e, nesses casos exepcionais, costumam autorizar as férias prêmio, porque há uma lista de pedidos e, normalmente, como disse, tem que ser com 8 a 10 anos de antecedência. Disseram aí em promotora afastada por um ano. Vou além: tenho colega que ficou quase 2, porque teve um filho, ela ficou uns 8 meses fora, juntando férias prêmio, férias normais, licença e, PARIDEIRA que era, 5 meses depois de trabalhar já estava grávida DE NOVO!

É claro que isso foi motivo de esculhambação dentro do MP, mas lá pelas tantas, vários pensaram: bem, se não fossem as parideiras, não estaríamos aqui. Mas é claro que fico puto com mulheres que tem filhos um atrás do outro, ocupam uma vaga na instituição (e não pode ser preenchida) e tem filhos um atrás do outro.

Mas...Só falo isso aqui porque o fórum é majoritariamente masculino. Na rede de comunicação interna do MP, isso foi objeto de discussão e as promotoras só faltaram querem nos matar.
Flávio


Enéias

Eu até nem ligaria para férias de 60 dias para a turma "do alto", mas para quem está no dia-a-dia da "operação do direito", o que mais incomoda é a morosidade. Caso se consiga avançar (informática) de maneira a termo Justiça Rápida, não me importo que tenham mil dias de férias. O problema é que tudo esbarra aqui, pois o povo tende a ver nos advogados a razão de tanta lerdeza.

Enéias

Em tempo: notei que o ministro Celso de Mello não usa relógio. Pelo menos na sessão a qual assisti. ;)

thomas.bnu

Não li as respostas mas vou falar o que sei, Vou dizer que durante o curso de Direito trabalhei por 2 anos
como estagiário no Ministerio Publico Federal, uma oportunidade única no estagio na Area Publica considerado
o de maior prestígio da categoria, do qual tive muitas boas experiências.
Não sei se pelo pouco tempo que lá estive, mas as 4 horas
ERAM árduas, sim apenas 4 horas,  os processos são enormes, com várias informações e testemunhos, sua obrigação é ler o mesmo e tentar
sintetizar uma solução, um parecer JUSTO. Isso não é fácil nem confortável quanto bate na sua mesa aquele
caso complexo e sensível....tem de se prestar atenção em todos os detalhes e ller a transcrição dos interrogatórios.
Juízes e Promotores são heróis, são mesmo, talvez um dia me interesse pela carreira de Procurador da república no MPF,
mas vou dizer por enquanto, R$ 20.000,00 iniciais é pouco para viver na pressão em que vivem todo dia, sendo cobrados pela
Ouvidoria tendo de render  e tendo as ameaças de morte como expediente normal (ocorriam onde trabalhei), chegando mesmo
à consumação, como no caso Aciollli quando alguém tem o 'incoveniente' de dar uma de 'Paladino da Justiça'
Reclama-se da morosidade mas meu caro, não é preferivei que eu tivesse feito um parecer, achando que é a função do
Ministério Público simplesmente condenar, até mesmo porque dificilmente o Juiz contraria a opinião do MPF.
Gasta-se horas em cima dos autos lendo, e tendo em consideração que um Juiz
tem em média muito mais de 1000 mil processos em seu gabinete....ele não tem tempo pra ler todos os processos
e memoriza-los, sinteticamente acata-se e ouve-se muito o caso sob a ótica do Ministerio Publico.
resumo: não é facil! Isso é mais pra quem gosta mesmo...
A carreira jurídica é muito mais que uma profissão, por isso condeno qualquer caráter de mercantilização da mesma, o que infelizmente
ocorre muito na área Contábil...