Digitais do técnico relojoeiro

[Enéias]

Amigos:

Abri alguns relógios meus e notei detalhes interessantes (parte interna da tampa):

1. Alguns técnicos marcam a data da revisão feita com a ponta de algum objeto metálico;
2. Outros com uso de caneta estilo PILOT;
3. Notei que alguns usam uma etiqueta de papel.

Pergunto: o uso de tinta e de etiqueta não submetem o relógio a algum tipo de "contágio"?

[igorschutz]

Enéias,

A pessoa mais indicada para responder esta pergunta é o Adriano. Ele sabe qual o padrão da indústria suíça para este tipo de marcação. Mas penso que qualquer destas técnicas mencionadas não prejudicam o movimento, ainda mais em se tratando de alguns relógios antigos, em que a vedação é muito precária (só ver aqueles cronos antigos).

Ainda sobre este assunto, li em fóruns estrangeiros um boato de que a Rolex passaria a utilizar, em 2009, etiquetas RFID nos relógios novos e nos que forem encaminhados para revisão nas autorizadas. Isso seria bem legal. Um jeito prático de se anotar o histórico do relógio, no próprio relógio!

Abraços,

Igor

[rlessa]

Eneias,

como mencionou o Igor, o Adriano sabe bem, mas tenho 3 ou 4 relogios que fizeram revisao e estao marcados com caneta a data, se a tinta for danosa  eu "como o figado" do relojoeiro... 
Aguardo ancioso o parecer do Adriano!!!!

[amadeu]

o que posso dizer eh que estas tintas sao a base de alcool
mas acredito que a quantidade seja infima.

sei lah

amadeu

[Adriano]

Salve! O padrão é o uso de caneta de tinta "permanente". Ela é inofensiva e não sai com o passar dos anos. Só sai com álcool ou acetona. O relógio é marcado automaticamente com o número da OS quando dá entrada para orçamento, com uma cor específica, e fica lá mesmo se o orçamento fôr reprovado. Caso seja aprovado, a marcação é apagada e será feita outra marcação pelo relojoeiro, com outra cor de caneta, e inclui identificação do relojoeiro. Isso protege o cliente, pois pode acionar a garantia mesmo se tiver perdido todos os documentos que comprovem o serviço feito, e protege a empresa de tentativas de má-fé, como alegações de que o relógio já foi consertado pela empresa, ou que foi feito um serviço "X" quando foi realizado um "Y". Infelizmente acontece de pessoas fazerem por exemplo, uma revisão, e depois de um certo tempo levarem lá um relógio idêntico, parado, dizendo ser o mesmo (que pode ser de um amigo, familiar, etc.). E ao abrirmos o relógio, constatamos que nunca passou pela assistência técnica. Ou ainda, alegar que foi feita uma revisão e que o relógio parou, e quando puxamos a OS, o relógio teve apenas o fecho da pulseira consertado. Coisas desse gênero que infelizmente acontecem.

A escrita riscando a tampa interna com objeto pontiagudo é considerado, a priore, um dano, especialmente levando-se em consideração tampas de fundo decoradas internamente. Além disso, é um certo desrespeito com o objeto alheio. O uso de etiquetas adesivas é terminantemente proibido, pois carrega sujeira, solta partículas e se deteriora com o tempo. O interior de um relógio revisado deve ser um ambiente incólume; o uso de uma etiqueta é considerado uma contaminação.

O título do tópico me lembrou que muitos por aí deixam realmente uma digital... uma impressão digital, lá, bem em cima da bateria, ou bem no meio do rotor... 

Abraços!

Adriano

[rlessa]

Salvou o figado do relojoeiro... .

[TempusVivendi]

Pessoal,


Duvido que alguém tenha um relógio com uma assinatura de relojoeiro igual a essa.
Na verdade não tenho o relógio, eu comprei um lote de caixas para relógios de bolso e passei para frente, fiquei apenas com uma tampa como curiosidade.



Paulo

Está gravado o valor do "concerto" 25000 mil réis, o nome do dono e a data em 5-6-9 que acredito ser 5/6/09 significando que fará 100 anos em junho próximo.

[FALCO]

Por estas e outras que não concordo com isto de fazer revisões a cada 5 anos, principalmente no meu caso que não uso meus relógios, Quanto menos mecher menos chance de deixar marcas.
Acho errado isto de escrever na tampa mas entendo necessário, já colar etiquetas e marcar no metal um absurdo.

[Alberto Ferreira]

Salve, amigos!

Eu também acho que essa (antiga?) prática de riscar o interior de algo que foi justamente confiado ao profissional para MANUTENÇÃO não tem o menor sentido.
Tal prática foge aos mais comezinhos princípios técnicos e, por que não dizer, também éticos. 

Pensem bem, ao gravar as suas ("garantizantes"?) garatujas, o tal relojoeiro está protegendo o interesse, a propriedade e o direito de quem?

Eu, hein?
Sem essa!


Abraços!

[Wadley]

Eu sempre achei abominável, este negócio de riscar a tampa...

Wadley

[ESTRELADEDAVI]

Isso acontece muito, até hoje, certo dia levei um dos meus relógios pra trocar a bateria (não fiz isso eu mesmo porque o fundo é de rosca) quando colocou a bateria o relojoeiro aqui da minha cidade disse: prontinho, mais vou anotar aqui o dia com a pinça, faço isso para meu controle.
Não dei nem bola afinal o relógio que levei pra ele era o meu vagabundex (pra uso sem nenhum cuidado  )
Mais uma coisa é certa nos meus mecânicos ele não bota a mão nunca  .

Abraços

Weber

[Desotti]

Adriano, como é feito o registro no caso dos fundos transparentes, quando o cristal ocupa quase todo o espaço da tampa?

Abraço e obrigado!

Marcelo.

[Adriano]

Adriano, como é feito o registro no caso dos fundos transparentes, quando o cristal ocupa quase todo o espaço da tampa?

Abraço e obrigado!

Marcelo.

É feito na tampa, do mesmo jeito, no espaço em que sobra de metal. O único caso particular é o Swatch YAS 100, o Body & Soul, pois não usa tampa de fundo com vidro; o fundo todo é um vidro de acrílico. Nesse caso a OS é marcada no aro espaçador da máquina, que não é visível quando o vidro é montado.

Abraços!

Adriano