Salve!
Legal, Bruno!
Anos atrás eu tive uma experiência, na mesma linha, embora talvez ao reverso, também interessante.
Em plena estação central do metrô de Estocolmo, a T-Centralen, eu ouvi um "furioso" samba enredo, cantado em português...
Era dia de festa na cidade, daqueles que tem atrações por todos os pontos públicos principais, etc...
Claro, que em parte movido pela curiosidade e em parte pela saudade (eu estava estudando por lá já havia alguns meses), eu cheguei no grupo.
Havia várias mulatas devidamente fantasiadas e sambando (sim, algumas das nossas inconfundíveis mulatas, com todo o respeito pelo termo).
Junto havia também uns "branquelos" suecos (também inconfundíveis), também devidamente fantasiados.
Eu pensei... Trouxeram um grupo (profissional) do Brasil... Mas não era nada disso.
O nome da Escola de Samba... Pasmem... Unidos de Upsala.
Putz, Upsala... Nada mais "sueco", com direito a Universidade (mundialmente conhecida) e coisa e tal...
Mas,... E o samba enredo em português?
Ao conversar com eles, eu soube que a escola congregava amantes do Brasil, tanto elas quanto eles.
Muitos eram casais, formados uns por aqui e outros por lá.
Unidos em torno de um amor... Ou de vários.
Ah!
O samba...
Não no caso delas, é claro... Mas na maioria deles, era pura "decoreba".
Aí eu pensei, cantar samba enredo em português, com suas quilométricas letras, já não é para qualquer um... Imagine decorado.
Eu confesso que saí de lá meio que cantarolando por dentro... "Foi um rio que passou em minha vida..." (ou pelo menos lá na deles)
Agora,
Amigo Bruno, eu sei que faz tempo que o amigo não vem por aqui, embora mantenha os seus laços e parte da família aqui...
Mas,...
De certa forma, as coisas estão mudando, e será rápido.
A chamada "nova classe média", a tal "emergente" está mesmo emergindo...
Maior poder de compra e, a meu ver, principalmente maior "auto-estima", maior “visibilidade”...
A prova são algumas novelas, sempre de temas e situações totalmente "distorcidos", isto é bem verdade, mas sempre de certa maneira mostrando o que o "povo" quer ver.
Agora,...
Tem uma coisa...
O preconceito social, embora negado por alguns, sempre existiu por aqui.
Principalmente com os ricos "ignorando" (“esnobando”) os pobres.
Mas, por algum tempo, que eu espero seja o mais curto possível, talvez nós ainda vejamos manifestações de preconceito social, e talvez nos dois sentidos.
Antes que, certamente, as coisas se acomodem e sigam como aí na França ou na Suécia.
Estas são meras visões minhas, é claro!
Abraços!
Alberto