é.
é que as pessoas não compram produtos. elas compram qq outra coisa além dos produtos. não sei dizer o quê.
o fato de que se quiser popularizar algo, botar o preço lá em cima ajuda... por incrível que pareça. pois, quanto mais pobre, mais pé rapado, mais baixa a auto-estima, mais focado em marcas está a pessoa. é fato.
quanto mais pobre, maior a possibilidade de querer tomar coca-cola e não uma tubaína. justamente por que é mais cara. e isso eu ouvi de ex-diretor da coca-cola, que contou que nos 70 pros 80 aumentou o preço justamente pra tornar o produto mais desejado. besta de quem toma isso...
mas marcas buscam esse reposicionamento. vide rolex.
cresci vendo propagandas de rolex como relógio pra se usar pra mergulhar, pra velejar, pra entrar em caverna e até pra viver no meio dos gorilas com a dian fossey. mas quem disse que eu tenho coragem de usar um rolex pra fazer meu trajeto diário de casa pro trabalho de bicicleta? quem usa pra mergulhar um relógio que custa mais que todo o resto do equipamento de mergulho? pra bater em pedra, arrastar na areia?
essa é a questão: marcas se descolaram dos produtos. e pessoas, principalmente nos países mais atrasados, vêem marcas, não produtos.
uma ex-aluna minha angolana periodicamente levava malas e malas de havaianas pra angola. vendia a algo como 150 reais o par por lá. e vendia tudo em 2 dias, no máximo.
país recém saído de guerra, praticamente sem ruas asfaltadas... sem estrutura... mas com gente louca pra andar de havaianas...
até onde somos diferentes? um coleguinha comprou um rolex. veio me mostrar. ficou meio cabreiro quando expliquei que não precisava trocar pilha... tá achando que o relógio é solar.
é um desses que se endivida pra ter jipão, rolex, roupas de marca e etc. já sofreu 2 sequestros relâmpagos. já eu...
bom, deixa eu ficar quieto.