Exatamente! A conta é essa mesma.
O relógio de 28.800 bph por exemplo não funciona a 28.800 bph rigorosamente. Se funcionasse assim, a precisão dele seria a de um relógio atômico! Ele adianta ou atrasa justamente porque ao invés de 28.800 semi-oscilações por hora, ele acaba produzindo 28.808, o que significa fácil uns +5s/dia. A oscilação do balanço não é perfeitamente isócrona, ou seja, mesmo que numa determinada condição você consiga fazer ele vibrar a exatos 28.800, qualquer mudança na amplitude, qualquer aceleração extra, vai mudar essa frequência. O balanço é um elemento que depende demais de momento de inércia. Quando você mexe o braço, você está acelerando e desacelerando o relógio, e logo, o balanço. Falando de maneira tosca, se o balanço está indo para um lado e ele recebe uma aceleração no sentido contrário, ele desacelera e a oscilação não é mais de 28.800 bph exatamente. Ou o inverso, ele pode ser acelerado por um movimento do pulso. Esse é um agente externo que faz o tempo todo o relógio sair de sua frequência teórica, mesmo que momentaneamente, ou de maneira passageira, como preferir.
Essa é uma vantagem de relógios estacionários, tipo os cronômetros marítimos ou reguladores de pedestal: eles estão bem menos sujeitos à sofrerem interferência externa sobre sua frequência teórica. Mas ainda assim, sofrem com a temperatura, magnetismo, etc.
Abraços!
Adriano