Como já foi dito por vários acima, ninguém nega que o troço seja muito eficiente e, no mundo dos mecânicos, muito bom pelo que custa (ora, um seiko militar nos EUA custa uns 150 dólares NO MÁXIMO! Qualquer coisa que dure por esse preço é fantástico, no mundo atual onde tudo é descartável).
Porém, repito mais uma vez: leiam o texto, ainda que traduzido, do Odets. Ele indica o que é precisão, embora o longo post do Adriano já tenha descortinado a questão.
E leiam o artigo indicado no início do John Davis, escrito HÁ 10 ANOS! Ele, como eu, não nega que o troço funciona bem, sobretudo com as tolerâncias com as quais é fabricado. Mas ele próprio indica na review que parece que os "robôs da Seiko" devem dormir ao montar o relógio, porque tudo é exageradamente mal lubrificado (as fotos falam por si) e o escapamento não permite que se alcance boa amplitude nem a pau, porque a "profundidade de bloqueio" das levees (eu sei lá como isso se chama em português, é o locking depth) é grande demais.
Numa explicação tosquérrima, para quem leu o artigo traduzido por mim há mais de 10 anos do Odets (que tem uns erros de terminologia mas fica assim pelo "documento histórico"), quer dizer que toda operação de desbloqueio das levees da roda de escape ocorre em área de atrito maior, tirando energia do sistema.
Enfim, funcionar funciona. Um motor de Fusca funciona e, melhor, até mesmo com óleo de cozinha. Um motor de Porsche não, e olha que antes de mudarem para o sistema de refrigeração líquida, era bem semelhante ao do Fusca. Mas jogue óleo queimado no Porsche para ver, quebra na hora...Já o Fusca? "Total Flex"! Mas aí retornamos na mesma questão que é a tônica do tópico: não é por isso que vou dizer que o motor de um Porsche é "menos preciso" do que um de Fusca...
Flávio