Possuo um Carrera Day Date que apesar de revisado recentemente e funcionar perfeitamente (5 seg atraso dia), demora muito a startar , mesmo dando corda, é preciso balançar para iniciar o movimento, depois corre tudo normal. Geralmente ocorre se deixo uma semana sem uso.
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E quais são as suas dúvidas? ::)
Quando ele fica em desuso, mesmo dando corda, ele não inicia mecanismo, é preciso chaqualhar o relógio, aí sim o ponteiro de segundos inicia
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A dúvida é que outros relógios que tenho não tem esta resistência para iniciar, o simples fato de manusea-lo já inicia e nem preciso dar corda.
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O escapamento de âncora é auto startavel, para usar seu termo, ao contrário de, por exemplo, o de detenção. Se, porém, a âncora não está centralizada com o balanço, a tendência é ele não começar com simples corda. Essa é a questão de ajuste fundamental. Mas até mesmo óleo antigo causa falha nisso...
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A capacidade de "arranque" é uma característica que muda de calibre para calibre pois depende da geometria do escapamento. Conheço alguns calibres que inclusive receberam modificações ao longo de sua história para melhorar a capacidade de arranque (e um possível impacto na reserva de marcha ou comportamento de torque no final da corda).
Dito isso, comparar a capacidade de arranque de um relógio com a de outro relógio de calibre diferente pode ser impreciso e levar a uma conclusão errada de que o arranque está difícil, quando ele pode estar normal. Então o primeiro ponto seria saber se realmente o arranque está difícil mesmo.
E a partir daí, pode ser "n" coisas, sendo as mais prováveis exatamente o que o Flávio falou. Em relógios modernos, contudo, é raro o "beat error" estar desajustado, com o porta-piton fora do lugar, ou sair do lugar sozinho, o que provoca o efeito citado pelo Flávio. Isso só ocorre se levar uma baita porrada. Por, sem avaliar mais nada, e sem mais informações, eu aposto mais em lubrificação deficiente do que nisso.
Abs.,
Adriano
Ah, um exemplo simples: escapamento Co-axial - que não é o caso - tem um arranque normalmente mais difícil que um escapamento de âncora suíço.
Abs.,
Adriano
Iti malia....
Melhor não ler,
tipo que nem fabricar mortadela.
Vc nunca mais come depois.
Muitíssimo obrigado
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Pelos relatos acima observei que a reversa de marcha está menor que descrito pelo fabricante
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Não foi citada reserva de marcha nos comentários. A o que se refere?
É um possível impacto na reserva de marchs
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Citação de: flávio online 28 Junho 2019 às 15:11:34
Não foi citada reserva de marcha nos comentários. A o que se refere?
Ele deve estar dizendo que além do arranque não estar bom a reserva está pequena, ou seja, revisão eh o melhor remédio pra este relógio..
Citação de: Adriano online 28 Junho 2019 às 09:13:14
Ah, um exemplo simples: escapamento Co-axial - que não é o caso - tem um arranque normalmente mais difícil que um escapamento de âncora suíço.
Abs.,
Adriano
O arranque a q vc refere Adriano eh o dependente da corda, do automático, ou de ambos pq vem do mesmo lugar?
Citação de: dr.alexneuro online 28 Junho 2019 às 15:30:45
O arranque a q vc refere Adriano eh o dependente da corda, do automático, ou de ambos pq vem do mesmo lugar?
É o quanto de tensão de corda o relógio precisa para conseguir começar a funcionar sem nenhuma outra influência externa, como um "chacoalhão". Seja carregado pela coroa ou pelo automático, não importa, a força vem do mesmo lugar.
Abs.,
Adriano
Citação de: Adriano online 28 Junho 2019 às 09:13:14
Ah, um exemplo simples: escapamento Co-axial - que não é o caso - tem um arranque normalmente mais difícil que um escapamento de âncora suíço.
Abs.,
Adriano
Sempre aprendendo aqui... Eu ñ sabia que o escapamento comum era mais eficiente - na questão do "arranque" - do que o co-axial.
Então, qual a vantagem do co-axial, Adriano?
Citação de: Devenalme Sousa online 28 Junho 2019 às 16:02:50
Sempre aprendendo aqui... Eu ñ sabia que o escapamento comum era mais eficiente - na questão do "arranque" - do que o co-axial.
Então, qual a vantagem do co-axial, Adriano?
Não é exatamente uma questão de eficiência. É apenas uma característica. Um arranque mais difícil não faz de um escapamento pior ou menos eficiente.
As vantagens do co-axial dariam um livro, mas muito resumidamente, a maneira como ele promove impulso é menos - ou nada, em teoria - dependente de atrito, o que faz com que a eficiência desse impulso independa da lubrificação ou sua condição. A princípio, inclusive, ele não necessitaria de lubrificação nos dentes. Segundo, ele é um escapamento mais destacado, ou seja, tem menos contato (em graus de giro) com o balanço e por isso é mais eficiente, tem menos desperdício de energia e perturba menos as oscilações do balanço.
Abs.,
Adriano
Tem texto bom do IGOR (eu acho) sobre o coaxial e as tentativas do Daniels em emplacar antes de o fazer com a omega.. vale a pena!!
Citação de: Adriano online 28 Junho 2019 às 16:22:24
Não é exatamente uma questão de eficiência. É apenas uma característica. Um arranque mais difícil não faz de um escapamento pior ou menos eficiente.
As vantagens do co-axial dariam um livro, mas muito resumidamente, a maneira como ele promove impulso é menos - ou nada, em teoria - dependente de atrito, o que faz com que a eficiência desse impulso independa da lubrificação ou sua condição. A princípio, inclusive, ele não necessitaria de lubrificação nos dentes. Segundo, ele é um escapamento mais destacado, ou seja, tem menos contato (em graus de giro) com o balanço e por isso é mais eficiente, tem menos desperdício de energia e perturba menos as oscilações do balanço.
Abs.,
Adriano
Entendi. Obrigado!
Vou procurar, Alex. Valeu!
Citação de: Adriano online 28 Junho 2019 às 15:48:07
É o quanto de tensão de corda o relógio precisa para conseguir começar a funcionar sem nenhuma outra influência externa, como um "chacoalhão". Seja carregado pela coroa ou pelo automático, não importa, a força vem do mesmo lugar.
Abs.,
Adriano
Perfeito Adriano, como imaginei, vindo do mesmo lugar, a tensão pra iniciar depende de cada projeto.. mas eu imaginava q este arranque deveria sempre ser averiguado com corda pela coroa, pra diferenciar de problemas exclusivamente no automático.. não sei se expliquei.. até pq nem sei se entendi,rsrs
Citação de: dr.alexneuro online 28 Junho 2019 às 19:11:07
Perfeito Adriano, como imaginei, vindo do mesmo lugar, a tensão pra iniciar depende de cada projeto.. mas eu imaginava q este arranque deveria sempre ser averiguado com corda pela coroa, pra diferenciar de problemas exclusivamente no automático.. não sei se expliquei.. até pq nem sei se entendi,rsrs
Sim, o arranque é averiguado dando-se corda pela coroa. Não há outro meio de fazê-lo. Nem faz sentido fazer tentando-se carregar o automático, pois você teria que movimentar o relógio, logo falsificando o resultado, ao ajudar o arranque com o movimento. Além de não ter motivo para esperar horas para dar a mesma quantidade de corda que se dá em segundos, pela coroa.
O arranque é irrelevante para diagnósticos do sistema do automático. O diagnóstico no sistema do automático é feito com o cicloteste, deixando o relógio movimentar por um número padrão de tempo, e verificando posteriormente sua reserva de marcha.
Abs.,
Adriano
Perfeito adriano.. obrigado
Texto q comentei:
http://igorschutz.blogspot.com/2009/01/george-daniels-mbe.html?m=1
Obrigado a todos e caro Flávio o relógio acabou de retornar de uma revisão, por isso a dúvida, pois excetuando o arranque, o funcionamento esta perfeito, com 5 segundos atraso dia
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Essas aulas são muito legais. Obrigado Flávio e Adriano!
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Citação de: Adriano online 28 Junho 2019 às 16:22:24
Não é exatamente uma questão de eficiência. É apenas uma característica. Um arranque mais difícil não faz de um escapamento pior ou menos eficiente.
As vantagens do co-axial dariam um livro, mas muito resumidamente, a maneira como ele promove impulso é menos - ou nada, em teoria - dependente de atrito, o que faz com que a eficiência desse impulso independa da lubrificação ou sua condição. A princípio, inclusive, ele não necessitaria de lubrificação nos dentes. Segundo, ele é um escapamento mais destacado, ou seja, tem menos contato (em graus de giro) com o balanço e por isso é mais eficiente, tem menos desperdício de energia e perturba menos as oscilações do balanço.
Abs.,
Adriano
Somente a Omega usa o Co-Axial?
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O relojoeiro independente Roger W. Smith, que foi aprendiz do George Daniels, inventor do co-axial, também usa, mas a produção dele é reduzidíssima.
Vou resumir a principal diferença do escapamento Coaxial em duas imagens que, acredito, todos irão entender;
Esse primeiro filme mostra o funcionamento de um escapamento de âncora tradicional. O balanço está girando e, claro, perdendo energia a cada vai e vem, que deve ser "restaurada" de alguma forma. Como é feito isso? Todo o trem de rodagem está sob a tensão de uma corda enrolada que, se não fosse o escapamento o travando, se desenrolaria em segundos. O escapamento, pois, trava, mas também libera de tempos em tempos, a rodagem do relógio. E o movimento das engrenagens é transferido em algo "visual" para nós, os ponteiros, de modo que possamos ver as horas. Um relógio mecânico, pois, nada mais é do que um conjunto de engrenagens mantido sob a tensão de uma mola, que é liberada de tempos em tempos, possibilitando algo "pregado" numa das engrenagens, ponteiro, a visualização de algo tangível, as horas. A precisão com a qual essa liberação do trem de engrenagens ocorre é o que define, ou primordialmente define, como devem ter percebido, a precisão da marcação das horas. Mas, como eu disse no começo, para o balanço continuar girando, ele deve receber a energia da mola de alguma maneira. Como é feito isso. Prestem muita, mas muita, mas muita atenção no vídeo, a partir dos 48 segundos. A ação da roda de escape à esquerda no vídeo, que é mantida sob tensão junto com todo o conjunto de engrenagens, "raspa" a levee. E ao fazer isso, COM ATRITO (lembrem-se como impulsionávamos um jogador de botão com a palheta para lança lo adiante...), o balanço, à direita (mas não mostrado, só seu pivô), continua se mexendo. Essas superfícies precisam de lubrificação e, pela própria natureza do ato, RASPAR, com o tempo ficam secas e o relógio começa a marcar o tempo com erro.
https://www.youtube.com/watch?v=Wmk2mA6dg3o&t=36s
Sigamos, então, ao vídeo 2, um escapamento Coaxial. Os princípios são exatamente os mesmos acima, muito embora o desenho do escapamento, justamente por uma questão de projeto, seja diferente. Mas vale tudo o que falei acima, menos... Prestem atenção a partir dos 57 segundos, na lupa que aparece à direita, mostrando o impulso dado pela roda de escape ao balanço, através das levees. Notaram que não há deslizamento do dente da engrenagem sobre o plano das levees? O que ocorre é um "peteleco". O impulso, pois, é dado em menor tempo, de forma tangencial e sem necessidade de lubrificação. A Omega utiliza graxa na superfície, mas não para lubrificar a "raspagem" de uma superfície sobre a outra, mas para amortecer o impacto do peteleco que ocorre. A precisão teórica nesse sistema e durabilidade são maiores.
https://www.youtube.com/watch?v=3mJDk4e_AbU
Sacaram?
Flávio
Perfeito, Flávio! Com o auxílio dos vídeos, ficou muito clara a diferença entre o escapamento suíço comum e o sistema co-axial.
Obrigado!