RESTAURAÇÃO DE MOSTRADORES, UMA DISCUSSÃO DE CONCEITOS...

[Carretera18]

Prezados,

eu sou novo no assunto "relógios", mas tenho algumas opiniões formadas por minhas andanças por outros hobbies.

Fazendo analogia com o mundo dos carros, estou tentando iniciar meu ajuntamento com os seguintes criterios:

- Peças historicas e/ou com valores sentimentais devem ser preservados a todo custo. Restauraria caixas, ponteiros e pulseiras, mas evitaria restaurar o mostrador, mesmo que implique em conviver com sinais de desgastes.

- Peças comuns, sem valor sentimental e em péssimo estado, seriam vistas como oportunidades de se exercitar a criatividade e fazer mods, no mesmo espirito dos hot rods ou customizados.

Estas duas abordagens me ajudariam a satisfazer minha atração pela história com as restaurações e a minha vontade de criar com os mods.

Se estou certo ou errado, eu não sei... vou deixar meu aprendizado responder...

abraços

Marco Y

[jungman]

Caros colegas:

                  Tenho algumas peças que herdei de meu pai, e ele herdou de seus pais e tios, para mim tem um valor sentimental enorme, não troco, não dou, não vendo, e vejam agora que peça o destino me pregou: Tambem não tenho para quem deixar quando eu daqui me for.
                  Vou conservar, isto inclui; polir, reformar,limpar, lubrificar, dar um banho na caixa(já fiz isto num Omega de bolso que era de meu pai), sem o menor medo de desvirtuar a peça, o meu lema é somente conservar, consertar para não deteriorar; não viso lucro numa hipotética venda. Tenho a mais absoluta certeza de que se meu pai visse os meus relogios hoje, organizados, limpos , consertados, ficaria muito feliz, pelo tratamento à eles dispensado.
                   Uso cada um deles, de vez em quando, pois já são muitos, mas sempre com a certeza de que estão brilhando como novos, mostradores perfeitos, pulseiras originais, correntes de ouro e prata para os de bolso.
                   Eles me trazem lembranças? Sim, todos eles tem alguma estória, alguns deles já fizeram história, participaram até de revoluções. Tenho certeza de que os mais puristas acharão que estou cometendo um sacrilégio horologico. Paciencia, mas eles hoje são meus, e a melhor forma que eu achei para tê-los, é com este tratamento.
                   Voltando a comparação com um carro, acho que ninguem sairia com um Buick 48, assim como achou no ferro velho, mas sim depois de uma reforma geral, e onde ele passasse chamaria toda atenção. Estou acostumado com isso, pois tenho um Engesa, em excelente estado e configuração, e onde passo sinto os olhares, o mesmo quando envergo algum relogio, seja ele de pulso ou de bolso.
Um grande abraço

Flavio

[Jefferson]

Olá pessoal,

Muito oportuno o tópico amigo Alberto. Boa discussão.

Eu vejo certa beleza no envelhecimento de alguns mostradores. Claro, cada caso com suas particularidades.

Nos exemplos que você mostrou, eu gostei bastante do Seiko, pois há envelhecimento na pintura, mas as inscrições estão perfeitamente visíveis. A discussão seria como proceder com o material luminoso que originalmente havia nos dísticos e ponteiros.

Já no caso do Amida, as manchas prejudicam a leitura e mesmo a identificação do relógio. Nesse caso, a meu ver, caberia uma restauração.

Abraços,

Jefferson