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Omega Speedy chocolate e Lemania preto

Iniciado por admin, 18 Novembro 2013 às 10:35:06

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flávio

Se esse site com fotos já foi publicado aqui, passei batido. Para dizer a verdade, nem sabia que o movimento Lemania no Speedy chocolate era...Preto! Fantástico nas fotos é observar o quão o acabamento da Lemania é bom, sobretudo nesse movimento. Tudo é chanfrado, polido, sem erros! Dentro da Omega não existe nada tão bem feito e com um preço tão justo. Aliás, nem mesmo no mercado! Esse tipo de acabamento só é visto em movimentos muito, mas muito mais caros.

http://phase-de-lune.net/speed_choc/omega_speedmaster_choc.html


Flávio

mestreaudi

Caramba!!
Dessa, eu não sabia!!!
Linda máquina!
Rafael.

Veiga

Flávio grato pelo seu partilhar.
É uma maravilha! Um vintage fabricado atualmente.
Esse movimento é o comprovado 1861, preparado nesse caso para ser visto pela janela de safira.
Confirma, contudo minha predileção pelo Moon Professional.
Meu abraço, Veiga.

mestreaudi

Será que não é uma edição especial?
Não achei nada em nenhum lugar sobre essa máquina. Não é possível que esse detalhe tenha passado batido durante todo esse tempo desde o lançamento desse relógio...
Todas as informações que encontro sobre esse relógio é que está equipado o 1863 normal. Inclusive no site oficial.

Segue uma foto da máquina preta para ilustrar o tópico:

Lindona!!  :)

abs!
Rafael.

Adriano

Humm... Eu não conhecia. Agora, ou isso é uma edição limitadíssima do "Chocolat", ou foi modificado/customizado, ou é "photoshop", pois o "Chocolat" normal vem com uma 1863 "normal" até onde eu sempre soube. Bem, posso estar enganado por isso vamos esperar outras opiniões.

Agora, é verdade sim, o 1863 é muito bem acabado, mas sem decoração, sem acabamento estético. O 861 sempre foi, na verdade. O 863 e 1863, ou seja, as versões para fundos transparentes, realmente são muito caprichadas, os chanfros polidos nas alavancas são muito bonitos. Realmente é uma pechincha ter um mecanismo vintage com esse nível de acabamento pelo preço que se pede. Qualquer outro relógio no mundo com essas características custaria no mínimo 4 vezes mais.

Abraços!

Adriano

igorschutz

Eu já vi na mão um Speedy com mostrador marrom e ele não tinha esse movimento diferenciado. Não duvido que foi o dono que mandou colorir essas peças (DLC? PVD?).
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Adriano

Respondi antes de aparecer a mensagem do Rafael. Pois é, não creio que isso possa ter passado tanto tempo despercebido.

Outra coisa: o acabamento da 1863 é muito bom mesmo, mas honestamente, nessas alavancas aí, parece que o polimento foi retocado e o escovado refeito, mais fino do que o original. Porque é bem feito sim, mas nessas fotos está parecendo bem melhor do que realmente é. O escovado não é assim tão fino. Isso aí tá parecendo o acabamento que vai nas alavancas dos Breguet que usam as Lemania 2310 (Omega 321).

Agora, se isso foi realmente feito, customizado, foi feito por alguém muito profissional pois os parafusos estão impecáveis.

Aliás, estou ficando cada vez mais neurótico com esse negócio de parafusos, ou a qualidade dos profissionais está caindo, pois estou vendo coisas por aí que dá vontade de chorar. Digo, se um relojoeiro não tem um jogo de chaves de fenda bom e/ou não sabe manter as pontas, afiá-las ou não sabe ou tem preguiça de usar a chave certa para cada função, a ponto de marcar tanto os parafusos que é possível ver por fotos, imagine a qualidade do resto do serviço...

Abraços!

Adriano


flávio

Também notei a qualidade dos parafusos e "sinks" dos rubis, padrão Breguet bicho! Agora fiquei curioso: qual a história desse movimento? Por falar em parafusos, há algo nos movimentos ETA simples que seguramente não entendo: não bastasse os parafusos serem muito, mas muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito toscos, por que alguns são prateados e outros pretos? Eu não consigo entender os parafusos pretos nos ETAs mais simples!


Flávio

Adriano

Só para não confundir os parafusos da ponte do automático, só por isso a diferença de cor. Sem isso, são fáceis de confundir com os parafusos das pontes. A diferença pode não ser tão óbvia para um simples montador de movimentos, que não é um relojoeiro.

Agora, você falou exatamente isso: nos ETA simples os parafusos são toscos. Parafusos parecem coisas simples mas são peças relativamente caras num mecanismo, e dar acabamento num parafuso é mais caro ainda. Não é simples dar acabamento só na cabeça de um parafuso sem tocar em todo o resto dele. Ninguém são da cabeça vai pensar em fazer isso num ETA simples para vender por menos de CHF 200.

Abraços!

Adriano

shun

Se esse movimento é mesmo customizado eu quero saber quem foi que fez! Quando tiver o meu speedy vou querer um movimento assim! hahaha

lucius

Adriano,

Este tipo de acabamento exigiria maior cuidado na revisão?

Digo isto porque uma escapadela na hora de tirar um parafuso poderia ferrar com o "pretinho" (PVD?) que trata algumas partes do movimento.

Lucius
Corruptissima re publica plurimae leges

flávio

O mesmo cuidado que se deve ter com qualquer relógio, afinal, se alguma chave escapar em algo folheado a ródio, detona do mesmo modo. Quando o Walt Odets ainda escrevia textos (ele não é relojoeiro, mas tinha padrões altos de revisão, um hobbista sério, muito sério), ele dizia que o padrão excelente de revisão é aquela em que a olho nu não se decobre que mãos humanas passaram ali e até com 4 vezes de aumento de lupa.

Digo isso porque se você colocar telelupa com macro, iguais essas fotos aí, fatalmente irá ver algum resquício de mãos humanas. Parte do negócio, afinal, estamos falando de parafusos metálicos que são mexidos por chaves também metálicas. No entanto, o bom relojoeiro, com chaves adequadas e bons parafusos (sim, o parafuso também faz diferença) não detona nada. Ora, eu, com meus parcos conhecimentos de relojoaria, nunca detonei nada desmontando, achava um absurdo relojoeiros detonarem.

A título de curiosidade, meu Ebel E Type crono precisou trocar o rotor ainda na garantia porque um relojoeiro oreia seca arranhou a decoração. E no meu Longines Avigation há alguns parafusos meio carcomidos pelas mãos de relojoeiros.

Há uma peça de relógios que fatalmente demonstra falta de cuidado: a rochet. Isso ocorre porque os parafusos possuem frestas grandes que mesmo uma chave no maior tamanho não encaixa. Ela é pequena no comprimento e larga para as frestas. Os relojoeiros, então, costumam usar chaves menores do que o espaço do parfuso e os fodem.

Não tem erro gente, se você escolhe uma chave no tamanho certo, é praticamente impossível marcar os parafusos e deixar algo escapar.

Aliás, sobre a rochet pergunto ao Adriano: qual é a chave que usam? Vocês tem que fabricar?


Flávio

Adriano

Sim, o Flávio disse, mas vale reforçar: cuidado para não riscar o relojoeiro deve ter até para revisar um Sicura com máquina EB. O cuidado tem que ser o mesmo.

Flávio, um relojoeiro pode até, se quiser, ter dois jogos de chaves, com o mesmo jogo de larguras mas com espessuras diferentes de fenda justamente para esses casos. Mas, o bom relojoeiro também está sempre afiando e refazendo a ponta de suas chaves, toda semana, ou todo dia, ou dependendo da chave, a cada uso! Do mesmo modo, se ele precisar de uma fenda mais larga, basta afiar na medida que necessita e usar, e depois reafiar para voltar para o padrão. Isso é muito simples na verdade: quando você afia uma chave, a ponta fica uma perfeita cunha, como uma lâmina. É assim para quase todo parafuso de máquina, que tem fenda estreita e funda. Mas se precisar de uma fenda espessa, basta apenas raspar a ponta da chave contra a pedra de afiar, retinha, para deixar a sua ponta "quadrada".

Mas se você tem um relógio que comumente tem que usar uma fenda mais espessa, é melhor já manter um jogo pronto para essa finalidade. Exemplo, os parafusos das tampas de fundo dos Hublot, que são de fenda comum, mas muitos são de titânio, com a cabeça super-polida, e fenda espessa. Temos um joguinho de chaves da marca com as espessuras certinhas. Impossível dar errado, até uma criança tira e põe os parafusos sem errar. Você pode inclusive meter um puta torque, que não marca. Mas se usar uma chave comum e ela dançar na fenda, marca o parafuso só de encostar e multiplica absurdamente a chance de escapar para os lados. É o que acontece no famigerado parafuso da rochet...

Abraços!

Adriano

lucius

Adriano,

Falando em parafusos e torque, há indicação de torque, valores e angulação, para peças tão delicadas ou o aperto fica na ordem da sensibilidade de experiência do relojoeiro?

Lucius
Corruptissima re publica plurimae leges

Adriano

Para a maioria dos parafusos do mecanismo, não há indicação restrita de torque e vale a sensibilidade/inteligência do relojoeiro. Quando há, o ideal é o uso de chave com torquímetro ou treinar o suficiente para saber "na mão" o quanto de torque está aplicando. Até já vi manuais com amplas indicações de torques, mas na prática nem o montador na fábrica usa chave com torquímetro pois elas são desajeitadas, são enormes, não oferecem controle com peças delicadas... Atrapalham mais do que ajudam.

E é raro as peças de mecanismo sofrerem interferência do torque dos parafusos em seu funcionamento. O torque tem que ser o suficiente para que o parafuso não se solte. Se apertar de menos, vão soltar, se apertar demais, pode não causar danos, mas o parafuso pode se romper durante o aperto ou mediante um impacto.

A coisa muda bem mais quando falamos em parafusos de caixas, pois o torque deles pode ser responsável por comprimir juntas de vedação, ou podem ser aplicados sobre peças frágeis como a cerâmica. Nesses casos, tem que obedecer mesmo as recomendações e usar chave com torquímetro.

Abraços!

Adriano


Gravina

Citação de: Adriano online 18 Novembro 2013 às 11:40:17
. O escovado não é assim tão fino. Isso aí tá parecendo o acabamento que vai nas alavancas dos Breguet que usam as Lemania 2310 (Omega 321).

Abraços!

Adriano

Neófito, ou melhor, ignorante total que sou frente aos modernos, não arriscaria dizer nada, mas já que o meste Adriano disse, também acho que isso está melhor que a encomenda (que já é boa por natureza).
Já com referência a mencionada "barbeiragem" de relojoeiros porcos que estragam fendas de parafusos (como mínimo), também concordo com o mestre em número, gênero, e grau, mas que fique uma ressalva: Quando a busca está voltada para relógios com mais de 30, 40, 50, anos...........estamos sujeitos, não raramente, a encontrar "in commercio" relógios deste tipo...........que passaram ao longo da sua história por verdadeiros "carniceiros", mas confesso, mesmo não querendo, que se o exemplar me interessar, pouco importa se falta um parafuso, ou todos, cabe a mim como apaixonado, a árdua labuta(pesquisa) da recuperação, entendem?
O duro, isso sim.........é você deparar com relógio relativamente moderno (semi-novo), totalmente zoado..........aí não dá mesmo!
Cada um cada  um, diga-se! ;D

Abs

Gravina

Adriano

Pois é esse mesmo o problema que anda me assustando: "cicatrizes" da história nos vintages, é mais do que esperado. E acreditem: às vezes pego relógios com calibre 265, 269 e afins, e às vezes Connies 561 e afins também, com parafusos zerados! Sim, podemos ver que já foram revisados, mas sempre com muito profissionalismo, por décadas. Juro que isso me emociona, se me pegar num dia meio molenga (dou uma de Flávio!).

Mas o que me preocupa é a quantidade de semi-novos com parafusos mastigados... relógios que nem entendo por que cargas d'água já precisaram de revisão...

Abraços!

Adriano

Adriano

Vejam que coincidência, hoje me deparei com uma dessas raridades: um Seamaster ref. 2761 "clear yellow gold cap" com um calibre 420. Pelo número de série, estamos falando de um relógio provavelmente de 1957. Mesmo com todo o uso, denunciado pela caixa, vejam o estado do mecanismo. Vejam os parafusos. Isso acabou de entrar para orçamento, ele não foi revisado ainda, nem limpo, nada. O relógio chegou assim. Tem uma marquinha aqui ou ali? Sim, mas isto, meus amigos, é muito raro de se ver. Isso é resultado de um relógio bem mantido. Muito usado, mas bem mantido. Nunca entrou água, nunca passou na mão de açougueiro. É assim que um mecanismo se parece, quando bem mantido, 56 anos após sua fabricação.

Alguém ainda duvida que manutenção criteriosa é a chave para preservar um tesouro desses? Será que valeu a pena submeter o relógio à revisões periódicas em profissionais qualificados ao longo de mais de meio século? Fica aí a dica para se pensar, antes de levar um bom relógio para uma manutenção barata. A não ser que não se importe como o relógio parecerá daqui 60 anos.






Abraços!

Adriano