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Review do Glashutte Original Senator Chronograph

Iniciado por admin, 04 Dezembro 2014 às 14:34:56

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flávio

Como ressaltei, na semana passada, que entre os lançamentos do ano este seria minha escolha, ei-lo. Deu no Monochrome, intitulado como "review", mas que para mim parece uma peça publicitária. Que seja.


http://monochrome-watches.com/peeling-onion-glashutte-original-senator-chronograph-panorama-date/


Esse relógio é maravilhoso, para mim tudo é equilibrado.

Peço um favor aos colegas. Alguém poderia postar fotos reais de relógios que possuem com os dois sistemas, pinhão oscilante e tradicional, para que visualmente seja fácil distinguir as diferenças? Eu sei como ambos os sistemas funcionam, mas só possuo crono com o tradicional, visualmente não sei como é antigo pinhão oscilante.


Flávio

igorschutz

Nesta resenha do ETA 7750 feita pelo Walt Odets ele fala sobre o tilting pinion:

http://people.timezone.com/library/horologium/horologium631672313433425752


Na 6ª foto dá pra ver o pinhão, e nas legendas da 8ª, 9ª e 10ª foto ele explica como funciona. Só não sei se fica claro o suficiente para quem já não conhece como o sistema funciona.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

GuilhermeLago

Aqui está um detalhe do Valjoux 92, com pinhão oscilante.



flavio

Nunca percebi no 7750. Vou prestar mais atenção. Flávio

igorschutz

O novo movimento crono da IWC também usa tilting pinion, o que pra mim é uma decepção, já que acho esse o tipo de acionamento mais tosco que tem.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
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Adriano

O sistema de pinhão basculante foi inventado salvo engano pela Heuer justamente com o objetivo de ser mais barato e simples que a embreagem horizontal tradicional. Até onde sei a única razão para usá-lo é para baratear ou simplificar (ou ambos) o mecanismo.

Na "era" da embreagem vertical, é uma opção inusitada. A embreagem horizontal tradicional é de uso compreensível por questões de tradição. Mas o pinhão...

Abraços!

Adriano

GuilhermeLago

Olha ele aqui funcionando no 7750
http://youtu.be/f6bMeb2tjT0

Foi patenteado em 1887 pela Heuer (em sua homenagem foi batizado o calibre 1887). O calibre 1887 (ou SEIKO 6S37 prá provocar...) usa o sistema.


Acho que o pinhão oscilante sofre menos desgaste do que a embreagem horizontal (que ainda é usada no El Primero), principalmente se você deixar o crono acionado por muito tempo com muita frequência.
Muita gente boa ainda usa a invenção do Edouard Heuer, como o Chronoswiss Chronoscope e o Dubey & Schaldenbrand R92 (sim, o velho Valjoux r92...)



flávio

Uma coisa curiosa no braço oscilante do El Primo é que a roda nunca perde total contato com a outra, de modo que, ainda que não engatada, esta dá uma "giradinha" meio na "derrapagem" quando o crono não está acionado. Vou tentar filmar amanhã.


Flávio

GuilhermeLago

Humm...
Tanto no pinhão oscilante como na embreagem horizontal (que é o caso do EP), eles ficam girando direto

A embreagem horizontal (foto) é uma roda que fica girando o tempo todo e fica muuuuito pertinho da roda do crono. Essa da foto é da PP - eles desenvolveram esse perfil de dentes inclinados para reduzir o "pulinho" que os cronos com esse tipo de embreagem costumam dar.
Olha essa aqui do Omega 861


A embreagem vertical é bem mais complexa. Funciona mais como uma embreagem mesmo, com uma mola e um disco de fricção. Como o acoplamento é por fricção e não pelo engate de engrenagens, é mais "macio", previne os saltos e o desgastes.


O problema é que quando dão problema... aí pode preparar o bolso. Os fabricantes dizem que vc não pode nem dar manutenção - o famoso banho de benzina, nem pensar!

igorschutz

Dizem que a embreagem vertical do Rolex 4130, que equipa o Daytona, aceita manutenção.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
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Adriano

#10
Está tudo correto. O desgaste é algo relativo, dificilmente esses pontos apresentam desgaste, então é difícil estabelecer uma relação entre desgaste e o sistema usado. Em teoria, pela simplicidade, o pinhão oscilante seria mais durável, mas a qualidade do mecanismo ainda é mais decisiva sobre isso. Mas nunca vi embreagem horizontal gasta, mesmo em relógios abusados, então não creio ser algo preocupante.

A embreagem vertical não pode ser reparada se tiver defeito, mas pode ser lubrificada sim. O que ocorre é que elas vêm lubrificadas de fábrica antes da montagem e sua lubrificação posterior é bem chata de se fazer por isso os fabricantes recomendam que se ela estiver em ordem, não se lave nem lubrifique, apenas deixe de lado e use-a denovo como está ou se precisar de limpeza e lubrificação, deve-se dar preferência pela troca por uma nova pré-lubrificada ao invés de lavar e lubrificar. Mas não é proibido recorrer à essa última opção. Apenas pode ser contraprodutivo em alguns mercados, pois precisa ser bom para refazer direito e não danificar a roda. Por isso a recomendação da troca.

Vale o mesmo para rodas de escape, que na maioria das marcas vêm com Lubrifar cuja recomendação é a mesma acima: mantém-se a mesma sem lavar ou troca-se por uma nova preferencialmente, e como segunda opção, refaz-se a lubrificação pelo método tradicional (pois não existe meios de se reaplicar o Lubrifar a título de manutenção).

Mas pode sim lavar e relubrificar a embreagem vertical, do Seiko 6139 ao Omega 9300, passando pelos F. Piguet 118x, Omega 3303/3313, Rolex 4130...

Ah, e sobre preço, não sei dizer de todos, mas a dos Omega 3303 não é cara não, relativamente a outras peças do mesmo mecanismo ou relativamente à revisão.

Abraços!

Adriano

GuilhermeLago

Legal, Adriano!
Mas eu, talvez pelo gosto pelas velharias, já vi muitos casos de desgaste. Muitas vezes é pelo uso, vamos dizer, inadequado. Cá prá nós, ninguém cronometra nada (ou quase nada) com esses relógios, mas adoramos ficar no clique clique só prá ver o acionamento  8) 8)
Daí a fragilidade maior do sistema horizontal. No acionamento, a roda do cronógrafo estará quase sempre na posição zero, e levará uma "porradinha", às vezes até com uma "raladinha" sempre no mesmo lugar.  Como se vê nas fotos, a rodo do cronógrafo é em geral mais frágil (mais rasa e mais fina) do que a roda de embreagem - e é aí que já vi alguns cronos que ficam com um dente desgastado bem na posição em que passa às 12h. às vezes precisa de uns dois ou três cliques para partir e volta a travar quando passa às 12h.
No pinhão oscilante, isso fica um pouco minimizado pois a "carga" mecânica é menor - o momento de inércia do pinhão é bem menor do que o da roda horizontal. Outro ponto é que, no pinhão oscilante, a engrenagem que fica acoplada direto é diferente da que engata na roda do cronógrafo. Com isso, os dentes do pinhão são tão ou mais frágeis do que os da roda do crono. O fato do sistema de pinhão oscilante também carregar menos o "drive train" tb contribui para menor desgaste e não interfere tanto da reserva de marcha como o sistema horizontal. Também já vi crono com embreagem horizontal com rubis desgastados no eixo cronógrafo em virtude dessa maior carga mecânica no acoplamento.
Claro, você tem toda razão, sofisticações técnicas e primor na construção podem melhorar demais essas condições. Geometria dos dentes da engrenagem, sistemas de sincronização, absorvedores de choque, e por aí vai.
O pinhão oscilante não é mesmo nada elegante - mas é simples, barato, fácil de dar manutenção e traz poucos problemas pro restante do drive train. Acho que por essas e outras é que ele continua aí...

Abraços!

flávio

#12
Acredita que li a resposta do Lago com fotos e vim pensando nisso no carro até o trabalho, quando então lançaram as discussões seguintes, antes mesmo de eu postar meus questionamentos, quase todos esclaredidos, o que faço agora.

Normalmente cria-se um "mantra" na relojoaria de que tal sistema é "melhor" do que outro, mas sem que saibamos muito bem porque falamos isso. Exemplo? Roda de colunas vs came. Ora, todos os cronos que já tive com CAME sempre pareceram-me mais macios e precisos no acionamento. Portanto, nesse ponto eu não consigo eleger a roda de colunas como "melhor". Já disseram alguns que como no came o ponto de contato é sempre único, o desgaste é maior, enquanto na roda de colunas se divide em vários. Até concordo. Mas isso não qualificada o sistema como "melhor" para o qual foi criado, que é simplesmente computar a passagem do tempo.

Eu prefiro a roda de colunas porque é mais tradicional, tem um visual mais bacana olhado no movimento e só. As outras questões eu nem penso.

Crono com embreagem vertical. O troço já existia desde os Seikos, mas se "popularizou" mesmo com os Piguets. Teoricamente, tem vantagem do desgaste diminuído (teórico, como ressaltado acima) e redução dos "saltos" dos ponteiros. Curioso... Nenhum relógio que tenho possui o sistema e nenhum dá qualquer salto, com exceção do Longines Avigation, mas atribuo seus diminutos saltinhos eventuais à tosqueira da construção do mecanismo.

Eu particularmente não sou fã de coisas que complicam os relógios e, salvo engano, o que mantem o atrito na embreagem é um anel de borracha. É isso mesmo? Eu não gosto dessas coisas dentro de relógios, porque o seguro morreu de velho...

Salto por salto, a Patek faz tudo do modo tradiciional, com o braço oscilante, e com alteração de perfil de dentes, diz que não há salto algum. Eu não duvido.

Visualmente, fica muito mais bonito, isso é fato.

O pinhão oscilante normalmente não dá para ver bem o funcionamento, mas depois que disseram, fui olhar e a única coisa que altera (visualmente falando) para o interessado, é que a ponte que se desloca é diminuta, não ha uma roda, mas um pinhão e, portanto, não visualmente tão bacana.

Em resumo. Eu sinceramente não consigo dizer se um sistema é mais ou menos "nobre" do que o outro. Para mim, isso não é de modo algum decisivo na escolha do cronógrafo. Eu, particularmente, acho os cronos tradicionais mais bacanas - e até o El Primero se encaixa aí - porque possuem um monte de alavancas, certa "tridimensionalidade" no design. Gosto disso.

De que adianta fazer um crono tecnicamente perfeito, como os novos Omega 9300, com roda de coluna, embreagem vertical, escapamento coaxial, etc, se o troço parece um motor de carro esportivo atual, com apenas um anteparo por cima, que não permite ver nada?

Comparem, por exemplo, os motores das Ferrari atuais, que parecem um gabinete de computador, aos antigos, com um monte de canos saindo para lá e para cá, cabos, carburadores, etc, tudo polido e bonito de ver. Hoje não se vê nada!

Portanto, independentemente de esse "motor" da Glashutte usar isso ou aquilo, visualmente atraiu-me muito.


Fláviio

Desotti

Há um review do Seiko Flightmaster e seu movimento 6S37, com boas fotos de seu pinhão basculante neste link.

[[]]'s

igorschutz

Citação de: flavio online 05 Dezembro 2014 às 15:50:09
Crono com embreagem vertical. O troço já existia desde os Seikos, mas se "popularizou" mesmo com os Piguets. Teoricamente, tem vantagem do desgaste diminuído (teórico, como ressaltado acima) e redução dos "saltos" dos ponteiros. Curioso... Nenhum relógio que tenho possui o sistema e nenhum dá qualquer salto, com exceção do Longines Avigation, mas atribuo seus diminutos saltinhos eventuais à tosqueira da construção do mecanismo.

Embreagem vertical veio dos Pierce, há milianos.

E você esqueceu de mencionar o que seria considerada a "melhor" vantagem da embreagem vertical, que é o fato do cronógrafo acionado não interferir na marcha.

Na minha opinião, a gente pode achar tudo bobagem e qualquer coisa dispensável (ie., frescura)... roda de coluna, embreagem vertical, balanço free sprung, espiral de Breguet, rolamento de cerâmica, entre outros; mas quando você está pagando quase o preço de um carro num relógio mecânico (ou seja, naturalmente defasado), acho justo esperar ou até mesmo exigir essas bobagens, que não vão alterar nada em nossa vida, mas que você é cobrado por isto!

Ora, vem lá a marca X e lança o novo calibre crono XYZ, foderástico, supermoderno, que vai dar um banho na concorrência, aí você descobre que ele nem vem com tudo que é considerado como o mais moderno e melhor. Acho decepcionante mesmo.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
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Adriano

Guilherme, realmente o que citou acontece. O "engano" foi meu ao não considerar a roda central do crono como parte da embreagem horizontal, por puro hábito do jargão técnico dos manuais que consideram a embreagem a parte basculante que faz o engajamento. Pensei apenas nela e alí realmente nunca vi desgaste. Exemplo do 18° rubi adicionado ao calibre 1861 da Omega. Nunca vi desgaste naquele ponto do 861 (que ali usa bucha) e nem diferença de transmissão de energia (o 1861 não é mais "leve" com crono acionado do que o 861).

Mas na roda central do crono, que os manuais não chamam de embreagem (embora seja, afinal faz parte do sistema) ocorrw sim o que mencionou. A gente percebe isso com o movimento do ponteiro inconsistente nos primeiros 5 a 10 segundos após acionado. Justamente o "engata e desengata" ao longo dos anos deforma esses primeiros dentes que se atritam no momento do engajamento.

E vou mais longe: em cronos com freio, o impacto do freio no momento da parada/zeramento vai "amassando" os dentes ao longo dos anos, motivo pelo qual a Lemania optou por substituir o freio de aço por um de Delrin (o tal odiado "plástico") nos seus cronos, como no próprio 861.

Partindo para a embreagem vertical, ela tem mais algumas vantagens além das citadas, sob o ponto de vista da manutenção: ela dispensa ajuste, como o ajuste da penetração, ou seja, o quanto a embreagem avança sobre a roda central, que é necessário na embreagem horizontal. E mais: a roda de transmissão da embreagem (que é na verdade a quarta roda ou sua extensão) é sempre longa e se for sacada incorretamente, empena e passa a girar desbalanceada, fora de seu centro, alterando o tempo todo a penetração a cada volta que dá.

A embreagem vertical elimina esses problemas e torna a manutenção mais simples e também mais rápida, que é algo que os projetistas têm levado em conta também nesta era na qual a manutenção tem se tornado um gargalo na operação das marcas.

Agora, para não dizer que tudo são flores na embreagem vertical: vejam o perrengue que se passa para conseguir uma embreagem nova para um Seiko 6139/6138. Saiu de linha, e aí? Eu sou um com um 6139 encostado só por causa disso.

Abraços!

Adriano

Abraços!

Adriano


mmmcosta

Eu, que não pude aceitar o convite de visitar a Glashutte Original feito pelo epoca presidente da empresa à época, Dr. Frank Muller (guardo até hoje o email com o convite), só falto chorar quando vejo um belo GO. [emoji37]
Marcelo