Caras, vou ser honesto. Esses relógios mais antigos são de um tempo em que tudo era METÁLICO, feito com técnicas TRADICIONAIS e com o bom e velho torno. E no caso da Rolex, que nunca fabricou mecanismos complexos proprietários (lembrem-se que o primeiro movimento de cronógrafo proprietário da marca só surgiu, por exemplo, no ano 2000!), usuais no mercado.
Está certo que um mecanismo split seconds em cronógrafo nunca foi algo usual. Aliás, não é usual até hoje, pelo menos na sua conformação tradicional, não aquela simplificada criada por Habring para a IWC. Mas são mecanismos que se o relojoeiro souber o que está fazendo, é capaz até de reproduzir peças.
Essa a grande vantagem da relojoaria tradicional. Tirando molas de balanço, balanço e levees, em síntese, peças de escapamento, que sempre foram de produção bastante especializada e complexa, tudo pode ser reproduzido num relógio antigo com um simples torno de relojoeiro. O problema não é de dificuldade, mas falta de profissional especializado, sobretudo em Pindorama. Eu não conheço um relojoeiro brasileiro que, mesmo pagando a ele uma fábula, consiga manejar um torno com proficiência a ponto de reproduzir uma peça.
Portanto, se tais relógios estão funcionando e precisam apenas de manutenção, mexer neles é relojoaria básica 101. Não há maior dificuldade em se revisar um Rolex desses do que revisar um Valjoux 7750. Mesmo no caso do split... Trata-se simplesmente de saber o que está fazendo.
Agora... E um Omega 8500 que, como já ressaltei aqui, seguramente é o mecanismo de relógio "normal" produzido em série mais foda atualmente feito? Se reproduzir um escapamento antigo todo metálico era algo ultra difícil, fazer um coaxial da Omega é literalmente impossível com as ferramentas que um relojoeiro tem à disposição numa oficina.
São relógios que se não houvesse uma produção grande de peças de reposição, estariam fadados a desaparecer quando as peças acabassem, pois ninguém conseguiria fazer algo parecido, COM A TECNOLOGIA que temos hoje, já que as impressoras 3 d estão evoluindo tanto que, num futuro não tão distante, acho que será possível fazer qualquer coisa apenas possuindo os desenhos técnicos originais.
Flávio