Olha, concordo com o Estrela, o tópico não é para isso e, para dizer a verdade, nós, meros mortais, nem temos subsídios técnicos para dizer o que "é e o que não é", sobretudo porque é impossível analisar um projeto técnico como um movimento de relógio, e dizer que ali há um erro de concepção.
Porém, contudo, no entanto, alguns casos são notórios. Citarei alguns.
Os movimentos Omega cronógrafos de concepção baseada nos Piguet (31XX) notoriamente tinham um problema de fragilidade de alavanca de crono, que simplesmente entortava com o uso e fodia todo o relógio. Isso, como já foi ressaltado pelo Adriano, acabou sendo corrigido nas revisões desses relógios, já que a Omega determinou a mudança (sem custos, claro, pois era um recall, por assim dizer) de tais alavancas para algumas mais resistentes. Aliás, os primeiros Piguet 1185 eram notoriamente conhecidos por sua fragilidade nas alavancas de crono, algo que só foi corrigido algum tempo depois.
Na minha opinião, meramente estatística e corroborada também por estatísticas do Adriano, os calibres 2892 possuem um problema grave de corda, que até hoje eu não sei se foi corrigido. Minto. Desde que a Omega modificou o calibre, no já longínquo ano de 1994, corda, rolamento e cliqués foram substituídos, tornando os Omegas imunes a problemas, que são claramente de concepção. O que não entra na minha cabeça é o motivo de todo o Swatch Group não ter adotado as modificações que a Omega fez, há mais de vinte anos!
Aliás, os primeiros Omegas Coaxiais vibrando a 28800 bph deram muito problema, para dizer a verdade, nem sei quais, mas foram modificados para a frequência de 25200, que é o padrão (único, diga-se) atual.
Enfim, projetar um movimento básico para ser produzido aos milhões (não estou falando desses protótipos feitos em pequeno número que se tornaram a tônica das marcas caras) é algo dificílimo e muito caro e, como todo projeto de engenharia, sujeito a paus que, mesmo com zilhões de testes, só irão aparecer no uso diário.
Mas estatisticamente falando, encerro minha digressão com o calibre mais aclamado dos últimos tempos, cheio de frescuras, como acabamento primoroso, rotor em ouro, o escambau, mas que pelo menos na sua primeira encarnação (não sei se corrigiram o projeto), DAVA PAU PRACARALHO! Os 3120 da AP. Vejam, estamos falando de um movimento que equipa relógios que partem, disse partem, de 15 mil dólares. E como esses movimentos dão pau... Eles param de funcionar sem motivo aparente, e talvez o Adriano, que está na área, possa confirmar.
Ou seja, paus acontecem nas melhores famílias. E creiam, agora é o turning point da Rolex. Sim, porque usavam o mesmo calibre de concepção dos anos 70 até hoje e agora mudaram. Vocês podem dizer o que quiser, que a Rolex é isso, que é aquilo, que testou durante cinco anos esse novo movimento e nunca o colocaria no mercado se não soubesse que era infalível.
Aguardemos... Daqui a cinco anos nós conversamos.
Flávio