Há alguns dias resolvi reler o livro paradigma sobre a história da relojoaria, o A Revolução no Tempo, de David Landes, que havia lido há pelos menos 15 anos no original, em inglês.
Coincidentemente, ontem, dia 4 de julho, passei por um ponto no texto que gostaria de compartilhar, pois curioso.
A história, neste ponto, narra a evolução do relógio estilo inglês, com escapamento de coluna e fuso, para os modelos mais planos, com escapamento cilíndrico, "going barrel" e pontes estilo "Lepine".
Após abordar a criação do movimento plano por Lepine, o texto entra em considerações sobre a alteração da moda da época, na qual os relógios passaram a ser usados no bolso e não mais em cintos, fora dos paletós. O responsável pela invenção (e há uma controvérsia sobre isso, que não cabe aqui...), é citado numa troca de cartas entre personagens importantes.
George Washington envia uma carta ao governador Morris, que estava como adido em Paris, nos seguintes termos:
Alguns meses depois recebe a resposta:
O curioso aí é que os personagens não só estavam preocupados com a qualidade técnica da coisa como com a moda.
Fato é que - e isso não é contado no livro, mas sei o final da história por outras fontes - Lepine, ao saber a quem se destinavam os relógios, fabricou os dois a preço de um.
Esse relógio sobreviveu ao tempo e, aliás, já foi analisado em textos de revistas, como este, da Watchtime.
http://www.watchtime.com/featured/watch-u-s-presidents-timepieces/Flávio