Lado direito, a parte útil para nós, o horário solar. Horário normal à direita, acima, dentro do marcador, em dourado, um calendário anual. Abaixo, segundeiro.
Lado esquerdo, horário sideral, ou seja, não o horário da terra em relação ao Sol, que é o nosso normal, mas em relação às estrelas. Esse horário é 3 minutos e 56 segundos atrasado em relação ao horário solar. Essa diferença, combinada com a inclinação da Terra e órbita elíptica, cria as diferenças de duração de dia durante o ano, que variam em até +15 minutos ou -15 minutos. Na esquerda, ainda, há fases da Lua e ciclo lunar.
E aí, qual a inspiração? Bem, antes de existir relógios atômicos, a referência para ajustar os relógios de forma ultra precisa era a abóbada celeste. Por isso há um telescópio de trânsito em Greenwich, criado para determinação de longitude. Se você ajusta um relógio tendo com base um relógio do Sol, você precisa do relógio do Sol, calendário e tabela de equação do tempo: você olha o relógio do Sol, faz os cálculos e, usando o Sol como referência, ajusta seu relógio (hoje você faz isso usando o celular como referência, mas antes não era assim. É por isso que alguns relógios de bolso até meados do século XIX e reguladores de casa vinham com tabelas de equação do tempo). Porém, você pode fazer a mesma coisa e com mais precisão tendo uma estrela qualquer como referência. O que Daniels fez foi colocar isso no relógio. Na prática, não serve para nada, foi uma homenagem aos mestres do passado.
Flávio