Não há muito o que dizer sobre o relógio, é um clássico que sobreviveu ao tempo, mesmo com o visual que considero datado para os dias de hoje, sobretudo pelo bracelete integrado. Aliás, o Nautilus, a exemplo do seu concorrente direto, o Royal Oak, é bracelete e caixa. Sim, é um dos poucos relógios no mundo cuja execução de bracelete e caixa, com seus vincos, polimentos diversos, etc, está num nível superior ao do movimento, que tanto é apreciado em relógios caros. Vou além: certamente há mais trabalho manual nos braceletes e caixas deste relógio do que no movimento. Aliás, braceletes e caixas, nas indústrias suíças, ainda costumam ser polidos a mão e, no caso do Nautilus, Royal Oak e alguns outros, notoriamente um pé no saco para fazer. Essa review é pelas fotos, para que apreciem o trabalho envolvido no polimento desse relógio mas...
Não adianta a Patek tentar me justificar o incremento de preço de 20 por cento pelo trabalho manual envolvido. O Nautilus custa agora INACREDITÁVEIS 30 mil dólares, para um relógio que sequer é de material precioso, mas aço (o rotor do movimento é de ouro). 30 mil dólares para algo em aço é simplesmente inacreditável, sobretudo quando, para usar o "ponto médio" do termômetro de preços, a Rolex, é possível comprar 4 submariners pelo preço de um Nautilus. Ok, o trabalho manual envolvido na construção de um Nautilus é muito maior do que num Rolex. É possível dizer que a cada fabricação de um bracelete de Nautilus, a Rolex terá produzido centenas de Subs. Mas 30 mil dólares? Mas essa discussão, como já ressaltamos aqui algumas vezes, é inútil: o que define preço em produto de luxo sequer é o custo de produção, mas peso da marca e desejo. Nesse ponto, o aumento de preço do Nautilus para esse ano deve ter feito Veblen sorrir no seu túmulo: "nas altas camadas sociais, o incremento de preço estimula, e não decresce, a demanda".
https://www.ablogtowatch.com/patek-philippe-nautilus-5711-1a-010-watch-review/