Carlo Crocco e a Hublot

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Offline flávio

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Carlo Crocco e a Hublot
« Online: 09 Junho 2022 às 14:31:05 »
Continuação do texto anterior do Instagram, que achei que poderia ser feito em 2 partes e... Precisarei de mais uma parte...

No final da década de 1970, a indústria suíça passava pela maior crise da sua história. Ainda assim, o engenheiro italiano Carlo Crocco, que integrava uma posição confortável no império joalheiro de sua família, o Grupo Binda, resolveu arriscar. Crocco estudou e comparou diversas marcas de relógios de luxo e concluiu que a maioria se conformava com designs sóbrios. Então, baseando-se em uma escotilha de barco (“Hublot” em francês), concebeu o que julgava ser o “Montre des Montres” (“O Relógio dos Relógios”). As origens do design da caixa não eram inteiramente novas, a exemplo dos modelos Nautilus e Royal Oak. A utilização de um bracelete de borracha em relógio de luxo, porém, era uma novidade. Crocco, um ávido iatista, queria um relógio que pudesse ser usado tanto em uma festa black tie quanto em um iate. O desenvolvimento do bracelete em borracha natural, que possuía inserções metálicas para maior resistência e ligeiro aroma de baunilha, demorou 3 anos para ser concluído. O relógio, lançado em 1980, não foi um imediato sucesso, mas gradativamente cresceu em número de vendas nos anos seguintes.
Enquanto isso, Jean Claude Biver, apoiado pelos recursos da Frederic Piguet e, sobretudo, mente criativa de Edmond Capt, o criador do Valjoux 7750, lançava ao mercado Blancpains com complicações nunca antes vistas na indústria.
Em 1992, Biver enfrentava um divórcio e não conseguia dedicar-se à Blancpain. Jacques Piguet, por sua vez, não tinha sucessores, eis que suas filhas não se interessavam pela relojoaria. Ambos, então, optaram por vender a Blancpain, que havia sido adquirida alguns anos antes pela ínfima quantia de 21500 francos, ao Swatch Group, que oferecera 60 milhões. Uma semana depois, entendiado, Biver procurou Nicolas Hayek, dono da Swatch, e pediu-lhe seu emprego de volta na Blancpain. Hayek, porém, disse que só o aceitaria como empregado se ele trabalhasse na Omega, que ainda não havia se recuperado da “Crise do Quartzo” e patinava em vendas. Biver, que havia pedido demissão na Omega antes, relutou, mas acabou aceitando. Na mesma época, as vendas da Hublot de Carlo Crocco estagnavam. Em alguns anos o destino uniria Crocco e Biver…