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Vinho e Relojoaria

Iniciado por Jefferson, 05 Março 2023 às 11:04:24

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Jefferson

Muito legal este artigo do Nuno Margalha fazendo um paralelo de pontos em comum entre estes mundos tão distinitos, mas que deixam seus amantes tão apaixonados e inebriados.

"O vinho e os relógios podem pertencer a mundos muito distintos porém encontrámos dois pontos principais em comum: o envelhecimento e a personalização."

https://www.institutoportuguesderelojoaria.pt/post/vinho-e-relojoaria

flávio

O artigo não foca muito nisso mas... Meus .50 centavos. Há alguns anos eu entrei numa paranoia obsessiva de ler tudo sobre vinhos e, durante uns dois anos, só li sobre isso. Eu, por exemplo, li de capa a capa o Atlas Mundial do Vinho, da Jancis Robinson, algo que duvido que ela própria, autora, tenha feito. Duvido! hahahahaha. Visitei também algumas regiões vinícolas, como Chianti, Stelenbosh, Vale dos Vinhedos e Loire. E bebi vinho PRA CARALHO, algo que faço ainda hoje (menos, pois tenho uma bebê em casa), tendo paciência e saco de escrever umas 1200 reviews no Vivino (gosto do app PARA MIM, não para olhar notas ou coisa do tipo. É uma base minha de fácil acesso) até relativamente profundas. E creiam: eu não sou um degustador ruim, pelo contrário, posso dizer que atualmente eu me julgo até um "bom palato". E...

Apesar de ainda ouvir alguns podcasts e beber pra caralho, eu simplesmente perdi o interesse com "algo além" da bebida, muito como aconteceu comigo com os relógios. Na minha sincera opinião, o mundo dos vinhos é o mundo dos relógios, generalizando, multiplicado à décima potência: presunçoso, babaca, elitista e ocupado, majoritariamente, por uma quantidade ABSURDA de babacas que pagam milhares de reais em rótulos caros, mas que se fossem beber às cegas, DUVIDO QUE ACERTARIAM que o seu rótulo seria algo de Bordeaux ou, sei lá, dos Estados Unidos.

Depois de muito estudar e ter uma visão mais crítica da coisa, cheguei à conclusão que o mundo dos vinhos é sim um modo de você aprender sobre a cultura e geografia de países, etc. Mas vinho é apenas um alimento e, se você o encara como tal, irá perceber que a diferença entre um rótulo de 300 reais e um de 3000 ou de 30.000 é absolutamente risível e sem qualquer justificativa em qualidade ou custos de produção que o valham (igual na relojoaria). Hoje eu bebo vinho com um viés crítico do cacete e não é porque tem um palácio bonito no seu rótulo que vou enaltecer. Hoje para mim tomar vinho virou um prazer cerebral e de degustação e só. Não adianta querer me convencer que isso ou aquilo vale o que custa porque não vale. E vou além: em preços de Brasil, EU NUNCA MAIS COMPREI um vinho que custasse aqui mais do que 200 conto a garrafa, porque simplesmente não há vantagem significativa em comprar algo mais caro (muito embora eu não tenha conseguido achar substitutos para Brunellos e similares por preços justos aqui. Mas um Rosso genérico vai bem, obrigado). Sim, ainda tenho algumas coisas mais caras em casa, mas porque comprei fora ou ganhei de presente. Eu pagar caro (ou pelos menos caríssimo) em vinho? Jamais. O mundo dos vinhos tem similitude sim com o de relógios: pouca crítica séria e uma babaquice ABSURDA entre uma galera que se julga entendida demais e crê, com todas as suas forças, que o vinho, ao invés de ser feito por um fazendeiro que suja as mãos e tem um conhecimento que qualquer um bem intencionado poderia obter, é feito por mágicos encantados saídos de um filme do Senhor dos Anéis

Flávio

IPR

Flávio, então mas há alguma magia tanto nos relógios como no vinho. O Gerald Genta era certamente um Alien, como todos sabemos. No mínimo era um feiticeiro para conseguir que tantos dos seus desenhos resultassem em relógios mundialmente famosos. Com o vinho acontece o mesmo, por vezes há enólogos, que com uma sensibilidade incrível conseguem fazer com que todos os vinhos resultem na perfeição. Claro que há "pato-bravisse" em ambos os mundos, o que também é mais uma similaridade.


Citação de: flávio online 06 Março 2023 às 15:02:46
O artigo não foca muito nisso mas... Meus .50 centavos. Há alguns anos eu entrei numa paranoia obsessiva de ler tudo sobre vinhos e, durante uns dois anos, só li sobre isso. Eu, por exemplo, li de capa a capa o Atlas Mundial do Vinho, da Jancis Robinson, algo que duvido que ela própria, autora, tenha feito. Duvido! hahahahaha. Visitei também algumas regiões vinícolas, como Chianti, Stelenbosh, Vale dos Vinhedos e Loire. E bebi vinho PRA CARALHO, algo que faço ainda hoje (menos, pois tenho uma bebê em casa), tendo paciência e saco de escrever umas 1200 reviews no Vivino (gosto do app PARA MIM, não para olhar notas ou coisa do tipo. É uma base minha de fácil acesso) até relativamente profundas. E creiam: eu não sou um degustador ruim, pelo contrário, posso dizer que atualmente eu me julgo até um "bom palato". E...

Apesar de ainda ouvir alguns podcasts e beber pra caralho, eu simplesmente perdi o interesse com "algo além" da bebida, muito como aconteceu comigo com os relógios. Na minha sincera opinião, o mundo dos vinhos é o mundo dos relógios, generalizando, multiplicado à décima potência: presunçoso, babaca, elitista e ocupado, majoritariamente, por uma quantidade ABSURDA de babacas que pagam milhares de reais em rótulos caros, mas que se fossem beber às cegas, DUVIDO QUE ACERTARIAM que o seu rótulo seria algo de Bordeaux ou, sei lá, dos Estados Unidos.

Depois de muito estudar e ter uma visão mais crítica da coisa, cheguei à conclusão que o mundo dos vinhos é sim um modo de você aprender sobre a cultura e geografia de países, etc. Mas vinho é apenas um alimento e, se você o encara como tal, irá perceber que a diferença entre um rótulo de 300 reais e um de 3000 ou de 30.000 é absolutamente risível e sem qualquer justificativa em qualidade ou custos de produção que o valham (igual na relojoaria). Hoje eu bebo vinho com um viés crítico do cacete e não é porque tem um palácio bonito no seu rótulo que vou enaltecer. Hoje para mim tomar vinho virou um prazer cerebral e de degustação e só. Não adianta querer me convencer que isso ou aquilo vale o que custa porque não vale. E vou além: em preços de Brasil, EU NUNCA MAIS COMPREI um vinho que custasse aqui mais do que 200 conto a garrafa, porque simplesmente não há vantagem significativa em comprar algo mais caro (muito embora eu não tenha conseguido achar substitutos para Brunellos e similares por preços justos aqui. Mas um Rosso genérico vai bem, obrigado). Sim, ainda tenho algumas coisas mais caras em casa, mas porque comprei fora ou ganhei de presente. Eu pagar caro (ou pelos menos caríssimo) em vinho? Jamais. O mundo dos vinhos tem similitude sim com o de relógios: pouca crítica séria e uma babaquice ABSURDA entre uma galera que se julga entendida demais e crê, com todas as suas forças, que o vinho, ao invés de ser feito por um fazendeiro que suja as mãos e tem um conhecimento que qualquer um bem intencionado poderia obter, é feito por mágicos encantados saídos de um filme do Senhor dos Anéis

Flávio