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A história do K2 - quarta parte, o motim no Bounty

Iniciado por flávio, 07 Março 2023 às 11:35:12

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flávio

O Taiti realmente se mostrou o paraíso para os tripulantes do Bounty. O capitão Bligh inclusive comentou que "a intimidade entre nós e os nativos era tão ampla que não havia um tripulante que não possuísse seu `tyo´ ou amigo". Inicialmente, os favores sexuais ocorreram através da troca por objetos, mas com o tempo, relacionamentos amorosos genuínos surgiram entre taitianos e ingleses. Como o Bounty havia chegado atrasado ao seu destino, as mudas de frutas-pão ainda não estavam prontas, obrigando os estrangeiros a permanecerem na ilha por 6 meses. Os tripulantes evidentemente não reclamaram, a não ser Bligh, que temia que o excesso de liberalidades afrouxasse a disciplina da tripulação na perigosa viagem de retorno. Durante a estadia, o imediato Fletcher Christian fez várias tatuagens polinésias em seu corpo, o que enfureceu Bligh; 3 marinheiros, ainda, vislumbrando que o retorno ao mar estava próximo, tentaram desertar e fugiram para ilhas vizinhas, tendo sido punidos com chicotadas após serem capturados. No dia 04 de abril de 1789, finalmente o Bounty zarpou do Taiti com sua carga de mudas de frutas-pão e pouco depois a relação entre Bligh e Christian começou a azedar: qualquer deslize do oficial era motivo para um ataque de raiva de Bligh. A gota d´ água ocorreu 3 semanas depois de zarparem, quando Bligh, em mais um ataque de fúria, acusou publicamente Christian de ter subtraído 3 cocos do depósito do navio. No dia 28 de abril, Christian e outros tripulantes invadiram armados a cabine de Bligh, que ainda estava de pijamas, acordaram-no com tapas e o amarraram. Christian bradou: "estou vivendo o inferno com você nos últimos meses!" Então, 23 amotinados isolaram o capitão e 18 leais a ele em um bote salva vidas. Sabendo que a navegação seria impossível sem um relógio, Bligh tentou levar o K2 e um sextante para o bote, mas foi impedido. Deram-lhe apenas um quadrante. Enquanto o bote se afastava do Bounty, os amotinados xingavam seus ocupantes... Após 47 dias no mar e 6700 km percorridos, em um dos exemplos mais fantásticos de navegação da história, Bligh conseguiu aportar o pequeno bote em uma colônia holandesa no Timor, expondo o motim à Coroa Britânica.



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