O mercado de relojoaria em 2022 (2a Parte)

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Offline flávio

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O mercado de relojoaria em 2022 (2a Parte)
« Online: 14 Abril 2023 às 13:06:29 »
Conforme ressaltado na postagem anterior, o mercado suíço de relógios caracteriza-se pela polarização. Neste sentido, entre as 350 marcas suíças de relógios existentes, apenas 7 (Rolex, Cartier, Omega, Audemars Piguet, Patek Philippe, Richard Mille e Logines) detêm juntas 60% do mercado, apesar de só produzirem 28% dos relógios. A Rolex, conforme já ressaltado, representa cerca de 30% de todo faturamento da indústria, aproximadamente 9.3 bilhões de francos anuais. A Cartier, porém, consideradas todas as suas divisões, sobretudo joalheria, é uma empresa maior, com cerca de 10 bilhões anuais em faturamento. O SwatchGroup, que consiste de 16 empresas, possui extrema dependência da Omega, que representa cerca de 2/3 de todo seu faturamento. Audemars Piguet cresceu impressionantes 63% desde 2019, mas se tornou dependente de apenas um produto, o Royal Oak, que representa 90% de todas as suas vendas. A Longines teve 12% de queda no último ano, devido ao mau desempenho do mercado chinês: 70% de todos os seus relógios são vendidos na China. A Rolex não aderiu ao modelo de vendas através de boutiques próprias, preferindo manter os representantes autorizados, com maior treinamento dos vendedores e alterações significativas na arquitetura das lojas. O sucesso da Breitling sob a gestão de Georges Kern pode ser explicado pela maior penetração no mercado chinês, onde a marca era desconhecida, criação de relógios mais caros (linha Premier) e marketing digital eficiente. Um fator preponderante do crescimento da Hermès é o grande interesse do público feminino pelas suas bolsas exclusivas, como a Birkin: o acesso às bolsas só é concedido ao público que adquire outros produtos da marca, como relógios (venda casada). A Richard Mille, que segue um caminho inverso ao da Rolex, preferindo operar exclusivamente através de boutiques próprias, salvo exceções pontuais, opera com a maior margem de lucro do mercado, estimada em 45%. Aliás, a marca é o paradigma no setor de luxo, no que diz respeito à “premiumização” e “bens de Veblen” : o preço médio de cada relógio vendido é de 245.283 francos, contra 11.625 da Rolex.
« Última modificação: 14 Abril 2023 às 13:08:36 por flávio »

Re:O mercado de relojoaria em 2022 (2a Parte)
« Resposta #1 Online: 17 Abril 2023 às 11:13:30 »
Gosto de ver os relógios usados pelos famosos e cada dia me dou conta de que o relógio mecânico deve ser visto como joia. Nem me refiro aos que custam milhares de dólares, como os usados por jogadores de futebol, atletas famosos e grandes empresários. Estou me referindo à classe média alta que entrou de cabeça nesse mundo. Pessoas que sequer sabem ajustar as horas dos relógios, mas que sabem a importância do seu uso. Na festa do Oscar foi assunto comentado e cada dia se torna mais efetivo. Quero ver até que ponto isso vai.