A história da ressonância: Journe

  • 0 Respostas
  • 1782 Visualizações
*

Offline flávio

  • *****
  • 10.253
    • Ver perfil
A história da ressonância: Journe
« Online: 30 Junho 2023 às 11:30:09 »
Este é o 4o e último post a respeito da história da ressonância, publicado no Instagram

Em 1982, um jovem relojoeiro chamado François-Paul Journe, que se formara na Escola de Relojoaria de Paris em 1976, trabalhava como aprendiz de seu tio, o também relojoeiro Michel Journe. Então, Michel recebeu do Museu de Artes e Ofícios de Paris um relógio fabricado por Breguet para restauração. Curioso, Paul Journe percebeu que o relógio continha dois pêndulos, algo que nunca havia visto, e passou a questionar a utilidade do sistema. Ao desmontar o relógio, percebeu que os pêndulos funcionavam unidos a um mesmo suporte e mantinham excelente precisão. Fascinado com o mecanismo, ponderou se conseguiria fazer algo semelhante. Encerrado seu aprendizado, Paul Journe se tornou relojoeiro independente e fabricou seu primeiro modelo, um relógio de bolso com turbilhão. Em 1984, um colecionador encomendou a Journe um novo relógio e ele vislumbrou uma oportunidade. Em vez de replicar seu primeiro modelo com turbilhão, propôs ao colecionador a construção de um relógio de bolso com dois balanços sincronizados, a exemplo do que Breguet já fizera antes. Após um ano e meio de tentativas e, para frustração do colecionador, Journe desistiu do projeto: era o 2º relógio que tentava construir na sua carreira e suas capacidades técnicas não estavam desenvolvidas o bastante. Em 1995, já famoso no mundo da relojoaria, a ideia de um modelo com dois balanços sincronizados retornou à sua mente. Em 1999, na Feira da Basileia, Journe apresentou ao público um relógio de pulso que eclipsava sua tentativa frustrada de fabricação de um modelo de bolso, o “Cronômetro à Ressonância”. O relógio, aclamado pela sua performance, vinculava os criadores do passado, como Antide Janvier, ao presente. Por fim, no ano de 2015, os pesquisadores portugueses Henrique Oliveira e Luís Melo comprovaram e validaram o modelo de Huygens criado mais de 350 anos antes, indicando que a transferência de energia entre os pêndulos ocorria através de ondas sonoras.