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A história dos Patek calendário anual

Iniciado por flávio, 24 Janeiro 2025 às 18:00:18

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flávio

Os astrônomos primitivos definiram o ano solar como "o maior espaço de tempo que o Sol necessita para seu aparente giro entre as estrelas fixas". Até 45 a.C., os romanos usavam um calendário de 355 dias, dividido em 12 meses, com um mês extra de 22 ou 23 dias inserido ocasionalmente para alinhá-lo à órbita do Sol. Essa prática favorecia abusos de poder: os pontífices romanos adicionavam o mês apenas quando seus aliados estavam no governo.

Júlio César reformou o calendário, alinhando-o ao ano solar e eliminando a necessidade de ajustes humanos. O novo calendário tinha 365 dias divididos em 12 meses, com um dia extra a cada quatro anos. Contudo, o ano solar mede, na verdade, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46,7 segundos. No final da Idade Média, essa diferença acumulou um atraso de 10 dias. Em 1582, o Papa Gregório XIII ajustou o calendário, eliminando os 10 dias excedentes e mudando a regra dos anos bissextos.

O primeiro relógio a incorporar um calendário automático, que respeitava essas mudanças, surgiu em 1764, criado por Thomas Mudge. Já o primeiro relógio de pulso feito em série com este tipo de calendário (perpétuo) só apareceu em 1941, lançado pela Patek Philippe. Em 1991, após superar a "Crise do Quartzo", a Patek consolidou-se como fabricante dos relógios mais complexos do mundo, mas carecia de um modelo intermediário entre o Calatrava, de 9 mil dólares, e seu calendário perpétuo, de 40 mil dólares.

Buscando inovação, a marca desafiou estudantes de Engenharia da Universidade de Genebra a criar uma complicação útil. Cédric Fague propôs o calendário anual, ajustado apenas em fevereiro, algo inédito na relojoaria. Fugindo às amarras do tradicionalismo, ele concebeu um mecanismo robusto e simplificado, utilizando engrenagens em vez das alavancas usuais, quebrando paradigmas na construção de calendários.

Lançado na Feira da Basiléia de 1996 por 17.500 dólares, o ref. 5035 foi o primeiro relógio com calendário anual. O modelo não apenas marcou a entrada da Patek Philippe no novo milênio, como também se tornou um dos mais importantes da história da marca, consolidando sua relevância no mundo da relojoaria.



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