Preparem o babador

[LUW]

Ué, montre à tact não significa "relógio de toque" (em tradução literal), e quem começou com isso não foi Breguet?
Ergo, o T-Touch poderia ser considerado um montre à tact moderno.

[LUW]

Li sobre os montre à tact quando fui aprender o que diabos era um tourbillon, mas agora escrevi de memória. E acabo de verificar (para minha surpresa) que não falei muita bobagem: http://www.hautehorlogerie.org/IMG/pdf/Num_artbreguet_roots.pdf
Mas é bom não se acostumarem.

[Alberto Ferreira]

 

Salve!

Pois é...

Mas nem tudo é "tradução literal" e nem começou com Breguet... 

Aliás, qual dos Breguet? Mas aí já é outra história... 

Luciano,
Eu não estou querendo ser chato, não. 

Eu estou apenas é tentando provocar, um pouco, a curiosidade. 

Outra dica,...
Quando eu falei em "curiosidade" (esta histórica, comportamental) eu me referia a algo afeto aos "usos e costumes" de tempos atrás.
Aceito na época, talvez sem sentido no nosso mundo "muderno".

Algo que, pelos padrões comportamentais atuais, poderia até, para alguns, parecer difícil de entender, quase que beirando a "panaquice". 

Mas antes que eu responda...
Vamos ver se alguém lembra do fato central, o que na verdade foi o causador do tipo de relógio de que estamos falando. 

Abraços!
Alberto

[LUW]

Bem, segundo esse artigo, (Abraham-Louis) Breguet criou, ou pelo menos diz a lenda que criou, os montre à tact para soldados ceguetas. Se não foi ele quem inventou a moda, então não sei mesmo, pois eu conhecia esses relógios apenas de orelhada (aprendi um pouqinho a mais hoje a noite quando li esse artigo).

Mas só uma dúivida: vc está perguntando sobre a origem dos montre à tact ou sobre uma estória pitoresca envolvendo os mesmos? Se não sei a primeira não vou nem tentar adivinhar a segunda. A não ser que tenha alguma coisa a ver com o Joe Eta.

[Alberto Ferreira]

Os "montre à tact" não eram para cegos.
Não necessariamente. 

E eu sei que você não disse isso.

Na verdade, o nome dado pelo Andersen a uma de suas linhas de relógios remete a um hábito social vigente no século XIX.
Não se trata (apenas) de algo pitoresco, mas sim de algo que tem a ver com as tendências de uso dos relógios "portáveis" (sejam de bolso ou posteriormente de pulso).

O segredo do "quiz" vai mais ou menos por aqui...

Veja.



Um dos "Montre à Tact" do Andersen...

Observe-o bem...

Depois eu conto mais...

[HumbertoReis]

Com esse post de independentes, me lembrei de quando mandei email perguntando o preço do Vyskocil e do Speake-Marin (ambos abaixo).

Speake-Marin


Vyskocil


Não sei onde estava com a cabeça, pois não pensava comprá-los. Da curiosidade, restou um bom bate-papo aqui no fórum sobre o enamel usado no mostrador do Speake-Marin. Quanto ao custo, o Vyskocil (bem feitinho, mas com acabamento espartano das peças) sai por 17 mil euros e o Speake-Marin, 60 mil euros.

[igorschutz]

(...) o Vyskocil (bem feitinho, mas com acabamento espartano das peças) sai por 17 mil euros...

Opa, Humberto, por favor, não misture as palavras "Vyskocil" e "espartano" na mesma frase!
O acabamento do relógio é excepcional! A decoração é que não é "emperuada" como costumamos ver em relógios desse preço, o que pra mim é até uma vantagem, pois curto essa decoração mais discreta.


Fonte: Tempered

Um abraço,

Igor

[LUW]

Alberto, fora a idéia de que o "sistema" era usado para se sentir as horas com as pontas dos dedos, não tenho a mínima noção .
Não tem nada a ver com as horas também serem apresentadas na lateral inferior do relógio, permitindo se ver as horas sem ser necessário virar o mostrador (punho) em direção aos olhos?

Humberto, perguntou se aceitam cheque?

[igorschutz]

Alberto, fora a idéia de que o "sistema" era usado para se sentir as horas com as pontas dos dedos, não tenho a mínima noção .
Não tem nada a ver com as horas também serem apresentadas na lateral inferior do relógio, permitindo se ver as horas sem ser necessário virar o mostrador (punho) em direção aos olhos?

É mais ou menos por aí, Luciano.
Na época em que estes relógios foram originalmente inventados era falta de educação consultar as horas em público.

Um abraço,

Igor

[LUW]

Virge, essa não sabia!
E não era deselegante chegar atrasado?

[HumbertoReis]

É, olhando por esta ótica você tem plena razão, Igor.

Acho que a expressão que melhor define o acabamento dos Vyskocil é 'sem fru-fru'. Realmente não está feio nesta foto que você colocou, apesar de não ter a decoração refinada de outros...

[Alberto Ferreira]

Alberto, fora a idéia de que o "sistema" era usado para se sentir as horas com as pontas dos dedos, não tenho a mínima noção .
Não tem nada a ver com as horas também serem apresentadas na lateral inferior do relógio, permitindo se ver as horas sem ser necessário virar o mostrador (punho) em direção aos olhos?

Humberto, perguntou se aceitam cheque?

Salve, Luciano.

No século retrasado, não era considerado de "bom tom", não era "fino" ou, digamos, não era "educado", alguém consultar as horas na frente de um interlocutor.
Por isso, surgiram os relógios de bolso que eram possíveis de serem "tateados", mesmo dentro das devidas algibeiras.

Hoje, a coisa mudou, mano...
No meio de um "lero" o "carinha" diz...  Fui!  E vai mesmo.
A torcida que se adapte.  

Bom,...
Aqueles relógios também permitiam que as horas fossem "vistas" em locais pouco iluminados,...  Aquelas coisas de candelabros, etc...
A proposta do design daquela linha de relógios do Andersen, os seus Montre á Tact (com maiúsculas e como marca), foi "resgatar" essa idéia.

Como você percebeu, há um mostrador numa posição tal que permite a (discreta) leitura, mesmo sem dar aquela ostensiva esticada de braço e "arregaçada" de manga que, por vezes (em ambientes à prova de assaltos  ) a turma adepta do "saibam todos" gosta de dar.  

Mas estes "montre-a-tact" modernos não são tateáveis, não são como aqueles para deficientes visuais, em braile.

Veja,




Há também, no caso do Andersen, relógios assim com temáticas diferentes.




Então, no caso, duas coisas. Que não são a mesma coisa.  

1) Os Montre à Tact do Andersen não são "tateáveis".

2) Os T-Touch não têm nada a ver com isso, não. Um outro conceito.
Passaram muitos anos, mas eles não seguiram como uma espécie de evolução da primeira idéia, não.

Abraços!
Alberto

[LUW]

Alberto, os T-Touch não tem nada a ver com o "conceito" montre à tact. Eu estava apenas fazendo uma analogia (jocosa) com o nome .
Bela explicação, obrigado!

[Alberto Ferreira]

Alberto, os T-Touch não tem nada a ver com o "conceito" montre à tact. Eu estava apenas fazendo uma analogia (jocosa) com o nome .
Bela explicação, obrigado!

Salve!

Justamente.
Os Montre à Tact não precisam ser tateados, mas estão mais próximos daquela idéia que um T-Touch (o nome não remetria algo como "tecnologia de toque"?  ).
 

Abraços!
Alberto

[LUW]

O nome T-Touch veio justamente por causa disso, que o relógio é operado pelo toque na tela. Porém nestes é a idéia é bem diferente, pois os T-Touch são operados pelo toque, enquanto os montre à tact são lidos pelo toque.

[Alberto Ferreira]

Pois!

[paulorocha]

Santo Deus! Chamar o Vyskocil de espartano é até pecado! 

Este é o meu Graal particular! 

Sou apaixonado por este relógio e se tivesse que escolher um único relógio para me acompanhar para o resto da minha vida seria este, sem sombra de dúvida. 

(...) o Vyskocil (bem feitinho, mas com acabamento espartano das peças) sai por 17 mil euros...

Opa, Humberto, por favor, não misture as palavras "Vyskocil" e "espartano" na mesma frase!
O acabamento do relógio é excepcional! A decoração é que não é "emperuada" como costumamos ver em relógios desse preço, o que pra mim é até uma vantagem, pois curto essa decoração mais discreta.

Um abraço,

Igor

É, olhando por esta ótica você tem plena razão, Igor.

Acho que a expressão que melhor define o acabamento dos Vyskocil é 'sem fru-fru'. Realmente não está feio nesta foto que você colocou, apesar de não ter a decoração refinada de outros...

Eu vejo a "decoração" do relógio do Volker como sendo a sua própria beleza construtiva. Algo naturalmente belo e que portanto não precisa de maquiagem adicional.

Claro que é apenas a minha opinião pessoal (e passional...  ).





Um grande abraço

[Alberto Ferreira]

Salve!

Eu também penso assim.

E até me permito fazer um comentário, também bem pessoal, que pode ser um tanto "polêmico".
Se é que opiniões pessoais possam sê-lo...   

Eu, por vezes (e há exceções, claro!) penso que aquelas "decorações" de que tanto gostamos (sou um destes!), são...

...um tanto óbvias.

Sim, óbvias.
Lindas, dificílimas de fazer, caras, elaboradas,...
Mas óbvias no sentido de talvez não serem lá tão "surpreendentes" assim, ou seja, talvez de serem algo que, de certa forma, esperamos ver por parte de quem as fez.

No caso deste belo exemplo do Vycosil, eu me sinto diante da real, e muito complicada, "dificuldade" de tornar simples e belo o que pode ser complicadamente belo.

Uma beleza!

Abraços a todos!
Alberto

[paulorocha]

E sem falar que o cara é completamente insano, fazendo manualmente absolutamente tudo em seus relógios... Até os parafusos que utiliza são por ele mesmo usinados, polidos e "azulados"...

[HumbertoReis]

Legal que nesta oportunidade a torcida do Vyskocil apareceu!

Da outra vez em que falamos dele as participações foram mais tímidas...

Também gosto do relógio, só comentei que o acabamento das peças - comparado com outros - pode gerar frustração. É como o Alberto referiu acima, ao comentar que já esperamos um acabamento decorado ao extremo. Ao nos depararmos com algo 'lisinho', podemos chocar num primeiro momento...