É fato que as tolerâncias são maiores nos relógios japoneses básicos se comparados com os suíços básicos. Os eixos são normalmente mais robustos nos japoneses, maior área de contato, com maior interferência do lubrificante. Além disso, há de se considerar que as 7Sxx não são feitas para revisar; lá fora, deu defeito, jogam fora e botam uma nova. Isso pode ser uma justificativa para se exagerar um pouco no óleo, para que ele dure o máximo de tempo, até a máquina ser descartada.
Flávio, a lubrificação do eixo da âncora é prática antiga e usual em calibres de maior diâmetro, como os de bolso. Mas na relojoaria moderna suíça, nenhum manual aponta lubrificação desse item em calibres de pulso.
Ainda assim, vale lembrar que mesmo no caso da Seiko, a recomendação é bem cuidadosa: a âncora não deve ser lubrificada como o usual, ou seja, preechendo-se a cuba do rubi com ela montada, mas sim, um mínimo filme de óleo diretamente sobre os pivôs.
Sobre o formato do rubi, a observação está correta, mas a conclusão foi imprecisa: de fato ele possui o formato usual, com a cuba de óleo, porém essa forma dos rubis não serve apenas para isso, mas sim para que ele possua "parede" suficiente para cravação na platina com o furo central com menor parede possível. Logo, lubrificado ou não, a melhor forma para um rubi é essa. Se ele fosse todo fino, inteiro com a espessura da parede interna do furo por onde passa o pivô, ele seria apenas uma "casquinha" impossível de ser cravada. Porém, se fosse espesso e apenas furado, a parede interna do furo teria superfície demais de contato, gerando atrito. A "cuba" fica virada para fora para que o lado interno seja plano, permitindo o correto e uniforma apoio dos ombros do eixo.
Abraços!
Adriano