Putz, quase impossível dizer, pois a quantidade de material a ser retirada depende da profundidade do risco. Para a peça ficar "zero", você tem que polir até baixar o risco. Se o risco é fundo, precisa retirar mais material.
Essa é uma pergunta recorrente e percebo muitas vezes uma certa paranóia com relação à isso. Às vezes me perguntam isso e aparentam um medo de que se o relógio for polido umas 3 vezes, ele vai estar parecendo um relógio feminino de tanto que vai perder material.
Não é assim. Uma prova definitiva disso é a dificuldade que é remover um banho de ouro simples de 2 ou 5 microns (micra). É dificílimo, gasta-se uma quantidade bizarra de massa de polir, "come-se" vários centímetros da roda de polir, até que se retire esses 5 microns, por exemplo. Calculo com base nisso que em um relógio muito riscado, mas muito riscado mesmo, deve-se perder algo da ordem de décimos de micron (com certeza essa unidade tem um nome que não lembro agora). Em um relógio de uso decente normal, deve-se perder centésimos de micron. E um risquinho leve, daquele que saem sem uso de massa de polir, mas apenas com uma roda de lustre, nem sei calcular. Acho que perdem-se átomos apenas.
Não dá nem para pensar em milimetros. Nem caixas amassadas não se perde nada que chegue nem perto da ordem dos milímetros. Ninguém vai viver o suficiente para ver alguma diferença de quantidade de material mesmo se polir, durante a vida, umas 10 vezes. Acho que no fim, se pesar a peça polida por umas 5 vezes, não terá perdido um grama de material depois de 50 anos.
Por isso não se preoucupem com isso.
PS: no caso de arestas, é naturalmente muito mais fácil perder material, ou simplesmente rearranja-lo. Por isso, na mão de vários polidores barbeiros ao longo do anos, pode-se notar uma folga acentuada, por exemplo, entre as garras, como citou o Fernando.
Abraços!
Adriano