Meu saudoso Pai foi criando em fazenda, onde era parte da cultura a caça e a pesca para subsistência, então desde minha infância vivia ouvindo histórias sobre isso, bem como convivi com armas de caça, "voadeiras" (pequenos barcos de pesca movidos a motor de popa) e material de pesca desde que me conheço por gente.
Aprendi a pescar, pilotar barcos e atirar muito bem ainda menino, mas nunca apreciei nenhuma destas atividades no intuito de tirar a vida de animais ou peixes, embora ainda goste muito de tiro ao alvo, atividade que infelizmente não pratico há muito tempo.
Eu realmente nunca havia presenciado uma atividade de caça até uma ocasião, se bem me lembro no início dos anos 90, em que estávamos em um rancho às margens do rio Araguaia, quando meu Pai decidiu que queria abater uma paca para complementar um churrasco que faríamos no dia seguinte
Saímos à noite, eu pilotando o barco (a contra-gosto diga-se) dois amigos e meu Pai na proa com uma pistola de cano longo em calibre 22 e um farol à bateria.
Subimos o rio a baixa velocidade e uns 40 minutos depois de zarparmos ele avistou os olhos brilhantes de uma paca bebendo água, então fomos nos aproximando de uma distância em que ele teria chance de um tiro certeiro, mas a cada metro avançado minha agonia só aumentava... quando ele finalmente se colocou em posição de tiro eu não aguentei: esperei alguns instantes e "no instinto" dei uma pequena acelerada no motor, apenas o suficiente para desequilibrá-lo na intenção de que errasse o tiro, e não é que deu certo?
Ele disparou para cima e, imagino, mesmo o pequeno estampido da 22 foi suficiente para espantar qualquer animal por vários quilômetros... hehehe... me desculpei dizendo que o acelerador estava duro, o que era verdade, mas poucas vezes fui tão xingado por ele na vida!
Subimos o rio por mais uma meia hora e finalmente voltamos, de mãos abanando... ainda bem!!!
Abraços!
D.