Há caras que dizem que sim, que mistura os aromas e etc. É que nem uma discussão que li recentemente num grupo do facebook sobre usar isqueiro de fluído. E eu uso, direto. É o ideal? Não. Fluído tem cheiro? Tem. Mas estraga o charuto ou te deixa com bafo de gasolina o dia todo? Para mim, jamais. E os caras me chamaram de louco. Teve cara que falou que isso acaba com o charuto, que o cara sente o aroma do fluído o resto do dia... Eu uso apenas fluído original Zippo, moderno. Ele tem cheiro, claro. Mas no charuto, nem sinto, e se sentir, é só na puxada para acender e some em segundos. E aí eu descobri que: ou eu sou um puta de um grosso com um nariz de merda, ou eu gosto de cheiro de fluído de isqueiro, pois juro que para mim não faz a menor diferença.
Pelo contrário: aquela frescura/viadagem de acender charuto com folhinha de cedro deixa muito mais cheiro de madeira queimada do que o fluído do Zippo. Ficaram putos comigo quando eu disse isso.
E eu ainda perguntei: quem está metendo o pau no Zippo, dizendo que acaba com o charuto, alguma vez na vida acendeu um charuto com Zippo, ou apenas leu isso? Metade nem respondeu...
Já vi cara dizer a mesma coisa, que sente o cheiro do fluído o resto do dia mas é um cara que não consegue sentir diferença entre um charuto dominicano e um cubano, nem apagado, nem aceso. Como pode?
Eu gostaria de fazer um desafio a todos os que acham um absurdo acender charuto com Zippo, a fazer um teste cego com, tipo, 10 charutos idênticos, 4 acesos com Zippo, e 6 com chama de gás ou maçarico. E eu queria ver um especialista identificar com 100% de acerto qual é qual. Duvido.
Enfim, juro que no charuto eu não sinto. No cachimbo, uso quase sempre Zippo também, e como há menos tabaco para "filtrar" o aroma e o caminho da fumaça é mais direto, na hora que estou puxando para acender com a chama do Zippo sobre o tabaco, sinto sim o aroma do fluído. Mas basta eu tirar a chama que não sinto mais nada. E curiosamente, para cachimbos, o Zippo é muito usado por muita gente que nunca reclamou de nada. Já entre charutos, parece um crime.
Voltando ao assunto original: charutos de diferentes nacionalidades (e mesmo de mesma nacionalidade com muita variedade de tabacos, como nos hondurenhos) possuem aromas bem diferentes. Eu mantenho os charutos de nacionalidades diferentes em umidores diferentes meramente para efeito de organização. É é fato sim que quando você abre um umidor cheio de nacionais, outro cheio de dominicados e outro cheio de cubanos, o aroma que "sobe" assim que abre a caixa é completamente diferente entre eles.
Mas, se eu disse para você que um pega o aroma do outro ao ponto de mudar na fumada... a capa pode até mudar de aroma apagado, mas aceso... tudo o que você sente de aroma aceso são componentes da folha e do solo (que estão lá desde que ela era uma sementinha) e subcomponentes da combustão. Um cheirinho no ar não é capaz de penetrar no tabaco dessa maneira a ponto de mudar o aroma, ou fazer um dominicano parecer cubano só porque estava guardado junto. Eu acho isso bobagem, mas pode ser apenas opinião minha.
E a prova científica disso é que se você soubesse a dificuldade que é de fazer um aroma, natural ou artificial, "pegar" no tabaco definitivamente... é o processo pelo qual passam os tabacos de cachimbo aromatizados. Não basta espirrar de leve o aroma sobre o tabaco, que ele não pega nada. É um processo longo e complexo para o tabaco de fato pegar aroma de alguma coisa.
Em resumo, como disse o Estrela, o negócio é fumar e pronto. Preocupação demais só estraga o barato da coisa, e o mesmo vale para relógios. Tem que usar, se riscar riscou, se bater bateu, se quebrar quebrou. Neuroses com risquinho e etc. só faz o cara sofrer, virar refém do objeto e rouba todo o prazer da coisa.
Abraços!
Adriano