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Relógios Supercomplicados e os custos de manutenção...

Iniciado por Wadley, 07 Janeiro 2009 às 12:35:32

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Adriano

Apesar de tudo, acho que o custo da manutenção não deve ser tão proporcional ao preço do relógio. É comum, proporcionalmente, que relógios mais baratos tenham uma manutenção cara, pois dá o mesmo trabalho de relógios mais caros. No fim, a manutenção de um relógio de, por exemplo, R$ 1.500,00, acaba saindo por apenas metade da manutenção de um relógio várias vezes mais caro, de R$ 11.500,00, por exemplo. Não é incomum que a revisão completa de um modelo barato custe 1/3 do seu preço.


Além disso, há um agravante comum, pouco compreendido, mas muito real, de relógios mais baratos serem mais sujeitos a abusos que acarretam em maior necessidade de peças. É comum revisões completas de Speedmaster Reduced custarem mais caro que de Speedmaster Professional. Motivo? Normalmente donos de "Moon" são conhecedores e naturalmente cuidadosos, enquanto a maioria dos Reduced está nas mãos de quem os comprou como relógio de uso diário sem nenhum cuidado, sendo comum estarem de vidro partido, mostrador e ponteiros podres de umidade, faltando coroa, faltando botões do crono, máquina enferrujada, e por aí vai.


Mas voltando e resumindo o assunto, o valor de uma manutenção em um complicado deve ser bem razoável quando comparado em proporção ao valor do relógio. Deve ser uma fração mínima.

Abraços!

Adriano

Bruno Recchia

é por ai, Adriano !! O valor da revisao é em torno de 1% do valor du relogio... Seria como pagar 20$ a revisao de um speedy pro ! Nada excessivo ! E concordo com você, nada mais caro que revisao em relogio barato... Por aqui, tem muito relojoeiro que recusa simplesmente no caso de vintages desconhecidos (mesmo se é um calibre conhecido). Nao vale a pena...

abraços,

Bruno

Wadley

É mesmo. 

A revisão de um Seiko 5 de $ 250,00 sai, proporcionalmente, mais cara do que a de um Mido ou Tissot de $ 1.250,00.

Wadley
Wadley

flávio

Isto é algo que já discutimos aqui, as duas tendências de cobrança de preços de revisão.

1) Cobrança por hora, independentemente do relógio (parece-me a mais correta, mas em certo ponto inviabiliza a revisão de relógios mais antigos, ou aqueles mais simples com problemas, que tomam um tempão do relojoeiro e, às vezes, se tornam mais caras do que o próprio relógio);

2) Uma "socialização" de custos, com se fosse um seguro, em que a hora da revisão é calculada numa média. Parece-me razoável. Mas aí os preços devem seguir o que normalmente vejo no mercado internacional, mas não aqui. Lá é assim. Revisão de relógio simples custa X, não interessa qual é, se é um Rolex de ouro maciço ou um Tissot de aço (o grau de dificuldade é o mesmo).

Porém, quando entramos no campo dos super complicados, entra a especialização. Quantas pessoas no Brasil sabem efetivamente mexer, sem danificar o mecanismo, em um perpétuo da Nardin, por exemplo?

A tendência, hoje, portanto, é remeter tudo quanto é relógio complicado para as fábricas e mais, que o próprio cara que o montou antes o revise. Estou certo ou não?

E mesmo o que parece simples não é.

Ninguém que é de Brasília ou mesmo integra o Swatch Group, como o Adriano, duvida da competência dos caras da autorizada de Brasília. Eu os considero bons, já os vi trabalhando de perto.

Quando meu RT Cricket deu problema, o Rubeno, que tem curso na Omega na Suíça, olhou o relógio (e o Francelino, seu pai, também, cara com uns 50 anos de experiência) e disse na lata: nunca vi mecanismo semelhante, só os da AS. Eles tiveram que estudar o troço para entender como funcionava e descobrir o que estava dando defeito.

Querem outro exemplo? Meu Omega Seamaster Planet Ocean Coaxial. O Rubeno tem curso na suíça e trabalhou nestes mecanismos. Eles não tem nada demais. São ETAs 2892 com um escapamento completamente diferente. Você sabendo que ali não vai óleo e onde vai o óleo, é um relógio básico. Perguntei: se der pau, revisam aqui? E quanto custa? Disseram, não, não revisamos, tem que mandar para sampa. E eu perguntei porque. A resposta: ora, um Witschi timer novo, que pega a frequência deste relógio, que não é usual (25200, salvo engano bph), teria que ser comprado. E eles custam uma fortuna! Sabe quantos relógios iguais ao seu já vimos em Brasília? Nenhum, é o primeiro. Ou seja, não valeria a pena para eles comprarem uma ferramenta cara que raramente seria usada.

Resultado, virei "refém" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk do Adriano! Parece que só sampa tem os witshi novos, corrija tudo aí se falei alguma bobagem Adriano.


Flávio

TempusVivendi

Pessoal,


Tenho 4 coisas para dizer:

Tenho certeza que ainda existam muitos relógios com valores acima de 500.000 USD jogados em caixas, sem que os proprietários saibam o valor e muitas vezes até estão precisando de dinheiro.
São relógios antigos que consideram uma velharia, não aparacem porque não são iguais quadros que ficam pendurados numa parede até que apareça alguém que conheça do assunto.


Quanto a comprar um PP, tem uma história antiga da Rolls-Royce.
Um carro deles quebrou no meio do deserto, acionaram o fabricante que mandou técnicos e peças de manutenção.
O carro foi consertado e não foi cobrado, então questionaram a fabrica sobre o valor do conserto e a resposta foi;
"Cobrança pelo conserto? Que conserto? Nossos carros não quebram nunca."


Nos EUA os relojoeiros trabalham com tabelas e as usam.
Para um relógio sem complicações o preço da troca de um PP é o mesmo de um Mirvaine.
Existem tabelas de preços também para as complicações, depende do nível e não do fabricante.



Saindo de relógios e indo para barcos, meu sonho é ter uma escuna.
Numa roda de amigos estavamos a uns 25 anos falando de sonhos eu disse o meu, aí um dos que estavam na roda perguntou.
- Você sabe quanto custa a manutenção de uma escuna?
Respondi
- Se eu tiver dinheiro para comprar uma escuna você acha que não terei dinheiro para manutenção?


Abraços,


Paulo

Adriano

Salve! Flávio, é verdade, a autorizada de Brasília tem um conceito muito bom no meio.

Sobre o Witschi, ele não é tão novo assim, mas precisa ser no mínimo o Expert II. O problema do Co-axial nem é a freqüência em si (as versões "A" e "B" dos 2500 são de 28.800, só a "C" é de 25.500), mas o ruído que ele produz pois não é um "tic-tac" comum do bloqueio e impulso da âncora suíça tradicional. Realmente sem ter o aparelho, pode-se ter uma leitura bem imprecisa não só de marcha mas principalmente de amplitude.

No mais, é verdade também, o co-axial não tem nada demais, é uma máquina comum, apenas o escapamento tem lubrificação pouco diferente, com óleo grosso como o D5 ou HP 1300 e é feito em duas etapas, feito uma vez e repetido 24 horas depois. Só precisa ser bem feitinha para obter bom desempenho; a quantidade de óleo é super-crítica.

Abraços!

Adriano

Bruno Recchia

#26
Oi Paulo !

Uma escuna !! Olhe so....

Quando eu era moleque, e morava em salvador, meu pai tinha uma escuna... 77 pés, feita em caixa-prego (ou era Camamu ?)... Quantos fins de semana passei na "Sempre Feliz", quantas viagens, quantos passeios na baia de todos os santos eu fiz... Saiamos sempre da Ribeira, paravamos pra almoçar no oratorio de maré... Atracavamos na ilha do frade, aquela praia deserta...

Alguns dos momentos mais felizes da minha vida passei naquela escuna. Entendo perfeitamente porque é um sonho teu...

1 grande abraço,

Bruno

Citação de: TempusVivendi online 08 Janeiro 2009 às 13:52:41
Pessoal,


Tenho 4 coisas para dizer:

Tenho certeza que ainda existam muitos relógios com valores acima de 500.000 USD jogados em caixas, sem que os proprietários saibam o valor e muitas vezes até estão precisando de dinheiro.
São relógios antigos que consideram uma velharia, não aparacem porque não são iguais quadros que ficam pendurados numa parede até que apareça alguém que conheça do assunto.


Quanto a comprar um PP, tem uma história antiga da Rolls-Royce.
Um carro deles quebrou no meio do deserto, acionaram o fabricante que mandou técnicos e peças de manutenção.
O carro foi consertado e não foi cobrado, então questionaram a fabrica sobre o valor do conserto e a resposta foi;
"Cobrança pelo conserto? Que conserto? Nossos carros não quebram nunca."


Nos EUA os relojoeiros trabalham com tabelas e as usam.
Para um relógio sem complicações o preço da troca de um PP é o mesmo de um Mirvaine.
Existem tabelas de preços também para as complicações, depende do nível e não do fabricante.



Saindo de relógios e indo para barcos, meu sonho é ter uma escuna.
Numa roda de amigos estavamos a uns 25 anos falando de sonhos eu disse o meu, aí um dos que estavam na roda perguntou.
- Você sabe quanto custa a manutenção de uma escuna?
Respondi
- Se eu tiver dinheiro para comprar uma escuna você acha que não terei dinheiro para manutenção?


Abraços,


Paulo

Pandolfi

E tem gente que prefere ser atropelado por uma Mercedes do que por um Fusca 79!
Abraços.
Pandolfi

Adriano

Aqui no Brasil, pelo no meio que conheço (Swatch Group), os preços de manutenção não variam muito de fabricante para fabricante independente da faixa de preço do relógio na vitrine.
Lógico que há, num geral, preços mais baixos de revisão de Tissot do que de Omega, pois a Tissot não usa o mesmo nível de mecanismos, além de ter 95% da linha com mecanismos quartz, cuja manutenção é obviamente bem mais barata. Mas dentro de um movimento equivalente, os preços quase não mudam. Uma revisão, por exemplo, de um PRS 516, que usa Valjoux 7750, não é diferente da de um Speedmaster Date ou Day-date. O preço das peças também não são diferentes para peças equivalentes. Vidros de acrílico, juntas de vedação e coroas costumam custar o mesmo preço, seja de Tissot/Mido como de Omega ou Rado.

Mas ainda assim não dá para utilizar uma tabela totalmente fixa para cada mecanismo: cada marca tem uma tabela e alguns serviços específicos são bem mais complicados em marcas mais caras. Por exemplo, uma pulseira de Mido em aço, com polimento escovado nela inteira, é super simples de se fazer. Mas e uma pulseira de Seamaster, tipo "James Bond"? Tem dois padrões de acabamento intercalado nove vezes (escovado-polido-escovado-polido-escovado-poilido-escovado-polido-escovado). E a pulseira tipo James Bond do Chronodiver de ouro-rosa com titânio e tantálio? Além do mesmo padrão, o elo possuio os três materiais intercalados (titânio-ouro-tantálio-ouro-titânio-ouro-tantálio-ouro-titânio). Como a revisão completa inclui sempre polimento, esse fator pesa para que alguns relógios, mesmo equivalentes em mecanismo, tenham o preço da revisão geral ligeiramente diferentes.

Abraços!

Adriano

Tomas



   No site da http://www.patek.com   no lado esquerdo Watch Maintenance e Service Costs tem todos os preços, uma troca de bateria 140,00USD  ;D

abraços, Tomas
abraços Tomas.

Wadley

Caraca, 

Uma troca de bateria por 140,00 US$  :o

Imagina uma revisão num cronógrafo ;D

Wadley
Wadley

Daniel Eira

Membro do RedBarBrazil
Siga @Watchfy

Adriano

Provavelmente esse preço deve incluir vedação completa. Ainda assim é alto, mas a troca de bateria de um relógio não é só a bateria. Ela é o que menos custa. A diferença é saber abrir o relógio direito, sem danificar nem perder juntas e etc. Por isso uma mesma bateria custa X para um relógio e Y para outro. É essa mão-de-obra que custa. Abrir e fechar o relógio é o problema, ou melhor, abrir e fechar sem deixar nenhuma marca. Um Rado, por exemplo, com caixa de cerâmica, é facinho quebrar a caixa no meio se apertar errado os parafusos, ou apertar desigualmente. Uma caixa nova beira os R$ 1.000,00 facinho. E as pequenas juntas transparentes que existem em cada parafuso? A cada 5 Rado que vejo, 4 estão com os parafusos todos danificados por uso de ferramenta ruim e sem a juntinha de vedação de cada um, que obviamente foi perdida em uma troca de bateria de R$ 5,00...

Fundos de rosca não podem ser riscados, a muitos necessitar de ferramentas especiais que nem todos tem, como os Rolex e os Seamaster. Fundos de pressão necessitam de ainda mais "mãnha", para não riscar nem o fundo nem a caixa e nem danificar a junta.

Abraços!

Adriano

Wadley

Adriano,

Esses "relojoeiros" ou melhor, trocadores de bateria detonam tudo.  É terrível ver o estrago que esses caras fazem nos relógios...

Wadley
Wadley