Também sou botafoguense. Acho que o Botafogo tem algo em comum com os relógios mecânicos, um charme antiquado. Aos Botafoguenses, pouco importa saber quem são os jogadores do time. Vivemos da lembrança da mágica de Garrincha; de saber que há dois clubes emblemáticos do futebol brasileiro, o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha, que o Botafogo é o time que mais cedeu jogadores à seleção Brasileira (46), e de ser o único time com dois jogadores na Fifa Century Selection (Nilton Santos e Garrincha).
Para mim, a melhor maneira de torcer para o Botafogo atualmente é a maneira de Vinícius de Morares (como descrita por José Castello em seu texto de apresentação do livro "Roteiro lírico e sentimental da cidade do Rio de Janeiro e outros lugares por onde passou e se encantou o poeta" de Vinícius de Moraes.
No Rio, a formação da identidade passa, também, pela eleição de um time de futebol. O poeta, fiel a sua infância, escolhe o Botafogo Futebol Clube. Não frequenta os estádios. Não lê o noticiário esportivo. Não ouve as transmissões pelo rádio. Não sabe o time de cor. Mas, se perguntam seu time, afirma: "Botafogo". Não se trata de uma paixão, mas de uma senha para a cidadania.
um abraço,
Leandro