A eficiência do nosso correio começou a crescer como rabo de cavalo (para trás e para baixo) depois que a empresa foi tomada de assalto por um bando de gafanhotos, há mais ou menos 12 anos. Como gafanhotos, são altamente predatórios. E quem perde, claro, somos nós, contribuintes.
Enumero quatro golpes dos quais o consumidor é vítima:
1) os atendentes nas agências não dizem ao usuário que a carta registrada é somente até 800 gramas (ou 900, já não lembro). Portanto, se você levar um livro mais pesado, dentro de um envelope, não poderá postá-lo. Vão te obrigar a remeter por PAC. E o que acontece? Você, na fila e já irritado, compra uma daquelas caixinhas, engordando o rico correio em mais R$ 3,00 - pelo menos.
2) na vez seguinte, você se previne e sai de casa com um pacotinho de papelão, preparado para o PAC. Paga mais caro, porque o correio ganha no peso da encomenda. Concordemos que um pacotinho bem embrulhado, com papelão, fita adesiva e papel pardo, é mais pesado que um envelope com plástico bolha dentro.
3) quer evitar chateação? Mande por Sedex. O correio agradece penhoradamente. Um serviço que deveria servir somente para prioridade agora é o que oferecem como o mais eficiente. Resultado: o Sedex encavala, forma-se a fila e a prioridade (e a velocidade que lhe deveria ser inerente) se perde. Hoje, o prazo de entrega de Sedex é pouco menor (média de três dias úteis) que o de uma carta registrada ou de um PAC (cinco dias úteis).
4) com a banalização do Sedex, acabaram com o Sedex 10. Claro, é mais fácil, barato e conveniente transformar as "prioridades prioritárias" em "prioridades" apenas. É mais fácil escanear um documento que você necessita entregar urgentemente noutra cidade, mandar a imagem e avisar que o original segue via sedex.
Se no Brasil os correios competissem com a FedEx, a DHL e outras no setor de entrega de encomendas, seria eficientíssimo. Como é monopólio, faz o que quer.
Dic