Gente, vale a pena sempre ler o texto no site mãe sobre movimentos e calibres base. O Omega 2500 é apenas baseado no 2892, há tantas modificações (técnicas) nele que nem o considero o mesmo movimento. O escapamento é completamente diferente, com balanço free sprung, coaxial, tudo alterado, inclusive as pontes para suportar as peças. O sistema de rolamento já era completamente diferente desde o 1120, pois é menor. Aliás, o 1120 possuía rubis no tambor, que se não é uma necessidade, é melhor do que pivô "na lata". E, outro dia descobri: nem a corda é a mesma! Visualmente então, nem se fala!
Vamos lá:
ETA 2892
http://www.ofrei.com/images/www.ofrei.com-eta2892a2.jpgImagem da Otto Frei
Omega 1120
http://www.watchlife.com/uploads/Articles/hvor-stammer/omega_1120.jpgDa Watchlife
Omega 2500
http://seamasterreferencepage.com/srp/wp-content/uploads/2010/08/caliber-2500b1.jpgDa página Omega Seamaster Reference Page
Nesta foto o balanço free sprung é claramente visível.
Tecnicamente, sem bling, são fatos:
- Um balanço free sprung possui melhor isocronismo do que um com regulador. Ponto para o 2500;
- O escapamento coaxial, EM TEORIA, é melhor do que o de âncora. De qualquer forma, ele adiciona valor ao relógio porque demonstra o savoir faire da marca em procurar algum avanço tecnológico.
Custo de manutenção, com ressaltado pelo Adriano, é o mesmo. O uso de lubrificante no sistema, muito embora uma diminuta quantidade, e cuja aplicação precisa de olhos treinados e, de preferência, uma telelupa (quem sabe os caras não desenterram as suas usadas na época dos Accutron? O Francelino de Brasília tem uma telelupa show de até 30 vezes de aumento só para o Accutron que ele não usa mais), é questão controvertida, já discutida à exaustão aqui e algo que nem a Omega explicou o motivo. Digo isso porque, mais uma vez, no projeto do Coaxial o Daniels não previu nada disso e, mais, se o impulso é realmente tangencial, não precisaria de lubrificantes. Mas, como também eu e Adriano já ressaltamos aqui, o Coaxial tem vantagem também de isocronismo (pelo menos teórica), pelo arco do balanço que ele propicia.
É claro que tudo isso seria solucionado com os escapamentos em silício que tem sido utilizados agora que, NA MINHA OPINIÃO, tiram um pouco da graça do binômio tradição/inovação, pois não faz o menor sentido materiais da era espacial misturados a velharias da época da idade da pedra.
E podem inventar o que quiser, sério: em tese, pelos ângulos, e por teste de campo mesmo, não surgiu nenhum sistema de escapamento mais eficiente do que o de cronômetro que, diga-se, pela primeira vez agora foi colocado pela Urban Jurgensen em um relógio de pulso, quero ver se vai funcionar.
Flávio