Compra e percepção de marca pelos outros

[automatic for the people]

Pessoal

Na hora de adquirir um novo relógio, principalmente de um valor mais alto,  é relevante nessa compra se determinada marca ou modelo será percebida/reconhecida pelos outros, principalmente leigos? Ou isso não é importante.
Quantas marcas são ícones na industria relojoeira, mas passam razoavelmente despercebidas pela maioria.
E então? Queria ler a  opinião de vocês!

Abs

AFTP

[flávio]

Isso é um fato, mas ocorre de forma diferente, dependendo do mercado e nicho, como já ressaltei em outros posts. Quando mais maduro o mercado (por exemplo, o europeu), mais importância se dá à técnica e tradição envolvidas em uma marca. Então, em mercados maduros, o relógio que tem muita qualidade, mas cuja marca não seja percebida instantaneamente pelo consumidor, tem seu lugar. Nos mercados emergentes, como o Brasil, isso não é verdade. O peso da marca na percepção "dos outros" fala muito alto, porque indica que você faz parte de um grupo exclusivo. Nos mercados e países emergentes, o tal grupo "exclusivo" era privilégio de poucos há pouco tempo. Agora não.

Há, também, os nichos de consumidores. Os mais novos, frequentemente, mesmo sendo ricos, procuram modas.

Encontrar o equilíbrio da marca é importante. Exemplo? Os Phaetom da VW. Não sabia, mas por acaso descobri que, desde o lançamento, apenas 25 mil veículos foram fabricados e mais de 20 vendidos na Alemanha. A VW não é percebida pelos consumidores fora da Alemanha como algo de luxo, portanto, só tem penetração por lá.

O raciocínio em qualquer produto de luxo aplica-se aos relógios.


Flávio

[Desotti]

O Flávio está correto, principalmente se levarmos em conta a eventual necessidade de venda de uma peça.

Mas mesmo assim eu particularmente não dou suprema importância para a percepção que outras pessoas terão de minhas peças, o foco principal quando adquiro um relógio é sempre a minha satisfação pessoal.

Só para exemplificar, em evento recente um conhecido que eu não via há muito tempo apareceu com um Tag Carrera (que por sinal tenho e aprecio) novinho e, depois de nos cumprimentarmos, logo veio "botando banca" com o relógio recém adquirido e perguntando "que raio de relógio" era aquele que eu tinha no pulso.

Quando respondi "Zenith Striking 10" e ia tentar começar a falar sobre a marca, ele me interrompeu dizendo que nunca ouvira falar da marca e não disfarçou o olhar de desdém ... pensei bem e fiquei quieto, afinal "não adianta jogar pérolas aos porcos" , então por que estragar o momento dele?

EMHO, o mais importante é a sua percepção sobre o relógio que está adquirindo, ainda mais tendo à disposição todo o conhecimento aqui compartilhado.

[[]]'s

[MVasconcelos]

D, mas nessa hora você bota o pangaré no devido lugar dele...

[Balla]

Boa noite, amigos!

Para mim o que importa é minha satisfação pessoal. Jamais compraria um relógio que eu não achasse bonito, por exemplo, só por ser um Omega, mesmo sendo uma marca que admiro e que fabrica meus sonhos de consumo horológico, o Speedmaster e o Seamaster. E tenho certeza que mesmo sendo de marca tradicional 99% das pessoas que conheço não saberiam dizer com qual deles eu estaria no pulso se pudesse comprar um. Um IWC então é provável que achassem ser relógio de camelô.

Mas acho que se essa pergunta for feita prá qualquer "ixperto" que usa "réplica" a resposta será mais que óbvia...

Abraços!

[Adriano]

Aê patrão, tá lendo direitinho o "Time to change", ein? Já terminou de ler? Gostou? Eu gostei muito!

Respondendo ao tópico, eu não ligo para a percepção que os outros têm sobre meus relógios. Pelo contrário, quanto mais os outros acharem meus relógios feios, desconhecidos, ou até falsos, para mim, melhor. Não faço a menor questão de que notem, muito menos elogiem meus relógios. Sei os relógios que tenho, sei a história deles, isso me basta.  Quem me importa são meus amigos colecionadores, para esses gosto de mostrar com prazer meus relógios. Para leigos, costumo esconder os relógios. Até me entusiasmo um pouco para falar com leigos interessados e com cabeça aberta, mas não suporto falar sobre o assunto com leigos que já tem "opiniões" formadas, é tudo em vão, cada palavra que dizemos não vale nada.

Ajo da mesma forma com meus charutos.

Abraços!

Adriano

[Cigano]

"Mas mesmo assim eu particularmente não dou suprema importância para a percepção que outras pessoas terão de minhas peças, o foco principal quando adquiro um relógio é sempre a minha satisfação pessoal."

Disse tudo caro Disotti... 

Boa noite, amigos!

Para mim o que importa é minha satisfação pessoal. Jamais compraria um relógio que eu não achasse bonito, por exemplo, só por ser um Omega, mesmo sendo uma marca que admiro e que fabrica meus sonhos de consumo horológico, o Speedmaster e o Seamaster. E tenho certeza que mesmo sendo de marca tradicional 99% das pessoas que conheço não saberiam dizer com qual deles eu estaria no pulso se pudesse comprar um. Um IWC então é provável que achassem ser relógio de camelô.

Mas acho que se essa pergunta for feita prá qualquer "ixperto" que usa "réplica" a resposta será mais que óbvia...

Abraços!

Caro amigo Balla, é verdade, tem muitas marcas da altíssima relojoaria suiça principalmente que passa desapercebido... mais eles não sabem da satisfação pessoal que sentimos pela tal peça...

[Desotti]

D, mas nessa hora você bota o pangaré no devido lugar dele...

Sim Mau, mas o sujeito demonstrou ser do tipo que comprou um TAG apenas porque todo mundo reconhece um Tag Heuer, não entende nada sobre horologia e nem está a fim de entender, então tudo o que eu falasse possivelmente seria saliva jogada fora (poderia até ter falado que a Zenith foi fornecedora da Rolex para exemplificar a relevância da marca, mas fiquei na minha).

Aí temos outro ponto crucial, pois no Brasil se o relógio não for Tag Heuer, Breitling, Rolex ou "de grife" (Armani, Michael Kors, Diesel, etc), a esmagadora maioria das pessoas leigas não os reconhecerão.

[[]]'s

[Desotti]

Valeu Cigano, mas quem falou tudo foi o Adriano, perfeito!

[[]]'s

[mmmcosta]

Eu queria ter grana pra comprar um Lange, que passaria desapercebidíssimo!

[automatic for the people]

Desotti

Ia usar de maneira fictícia o exemplo real que vc colocou, a alta percepção de um Tag Heuer pela maioria das pessoas, contra o "desconhecido" Zenith...

E pelas respostas dos colegas: que forum de alto nível, hein? Impressionante!!! Não bastasse o conhecimento técnico de vocês, que já é altíssimo, recebemos de muitos uma pequena aula de mercado...um dia chego lá!

Abs

AFTP

[flávio]

Adriano, ainda não terminei, na verdade não cheguei nem na metade. Realmente é interessante, nunca imaginei que fosse ler um livro que é exclusivamente sobre estratégias de venda e marketing! Mas estou gostando, fora do padrão técnico/histórico que estou acostumado.


Flávio

[Rodrigo_swiss]

(...)

Aí temos outro ponto crucial, pois no Brasil se o relógio não for Tag Heuer, Breitling, Rolex ou "de grife" (Armani, Michael Kors, Diesel, etc), a esmagadora maioria das pessoas leigas não os reconhecerão.

[[]]'s

Melhor assim, menos chance de ser roubado.   

[FALCO]

Eu acho que sempre, todos que compram qualquer produto com algum grau de diferenciação levam a opinião dos outros em consideração em algum nível, este nível pode até variar - e varia - mas existe.
E isto não é ruim, ou sinal de fraqueza, é característica humana.
É a mesma motivação que leva muitos aqui à postar nos tópicos "Qual a sua última aquisição?" ou "Que relógio você está usando hoje?". Não acho que os relógios mostrados lá são com o intuito de "aparecer", sei que é uma forma de dividir com os pares, mas sei também que os elogios são mais bem vindos que as críticas.
Claramente a decisão de compra não é determinada pela opinião/percepção dos outros, mas, sem dúvidas, elas formam a sua.

[romulofc]

A única opinião de outra pessoa que eu levo em consideradão é a da minha esposa.

Ela é minha principal incentivadora nos meus hobbies.

Rômulo

[Balla]

A única opinião de outra pessoa que eu levo em consideradão é a da minha esposa.

Bem lembrado, Rômulo. Família é um caso a parte.

[Alberto Ferreira]

Salve!

Bem...
Com perceber a percepção (dos outros  )?

Ok...
Eu concordo com o que disse o Flávio e (em muito) com o que disse o Falco.

Mas eu poria apenas mais um "tempero" na questão, dizendo...
Depende de quem usa. 

Calma...
Eu vou tentar me explicar... 


Se o Zé ou o Beto usam uma marca desconhecida do grande público, ela passa "despercebida".

Se o Zequinha de Alcântara e Meneses ou o Dr. Albertinho Dummont e Bragança (nomes fictícios  ) usam...
Aí talvez (se) perguntem...
O que será?  Deve ser caro, deve ser "coisa fina"... 


E...
Somos,... Mas quem não é


Abraços,
Alberto

[Balla]

Alberto, pensando bem, você está certíssimo, mas vou completar dizendo que não precisa ser alguém endinheirado para isso, qualquer pessoa que tenha conhecimento do assunto causaria o mesmo efeito. Se você vê uma câmera de marca totalmente desconhecida na mão de um bom fotógrafo conclui rapidamente que se trata de algo especial. Putz, percebi que acabei de me contradizer: se eu aparecesse com um IWC as pessoas que me conhecem saberiam na hora que não é réplica ou relógio de camelô, pois sabem que se fosse eu jamais usaria! Na verdade, dizer que "pensariam ser relógio de camêlo" como eu fiz antes foi subestimá-los! Desculpa aí, moçada, foi sem querer!!!

[Luis O]

Comprar qualquer coisa baseado na repercussão é o cúmulo da probreza de espírito....

A aquisição deve, ao meu ver, considerar a opinião de uma pessoa apenas, o comprador.

Por isso que as pessoas são infelizes, pois vivem num mundo de esteriótipos, de futilidade, de riqueza material em detrimento da riqueza espiritual etc.

Enfim....cada um é cada um....e só resta lamentar que tenham pessoas que se importam tanto com a aparência.

abs a todos.

[Aero]

 Eu compro meus relógios pensando na durabilidade e também no valor futuro deles uma vez que eu pretendo deixá-los pras crianças.

Então a percepção que me preocupa acaba sendo a minha, nem dou bola pros outros.

Abração pra turma aí. E que todos possam usar um Urwerk, Perrelet, De Grisogono ( eu não gosto desses...) e conseguir ficar na moita.