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Validade do COSC ???

Iniciado por Clélio, 11 Fevereiro 2009 às 16:25:32

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Clélio

Amigos,

     Não tenho certeza se isso já foi comentado por aqui, creio que sim, em todo caso vou expor a minha duvida.

        Por quanto tempo podemos considerar valido um certificado de cronometro ? Pelo que entendo o certificado COSC é emitido depois de serem tomados os tempos do relógio em determinadas condições ( não sei se condições ideais seria a palavra certa).
       Depois de comprado o relógio vai para o pulso, e no dia a dia fica exposto a poeira, trepidações, variações de temperatura, mergulho e etc..
      Mesmo que o relógio esteja funcionando " como um relógio" (  :Pvixe.. desculpem por isso...) as condições estabelecidas para o COSC se perderam ?  Podem ser recuperadas com a simples manutenção ?

Abs. a todos.

Malima

Clelio, eu creio que, se forem feitas as revisões na autorizada, dentro dos períodos indicados pelo fabricante e com lubrificação adequada, o certificado é automáticamente revalidado ! ;)

Mas vamos ver o entendimento dos outros amigos ! ;)


Abraços !!


Marcos Lima

igorschutz

Clélio,

O COSC testa apenas os movimentos, que são montados em caixas, mostradores e ponteiros fornecidos pelo próprio Centro (como um kit).
Depois de aprovados, os movimentos são retirados destes kits e montados nas suas caixas finais, para venda.

Já neste ritual, o movimento pode receber alguma modificação que o desregule e o tire dos padrões, afinal, nada garante que o mecanismo testado não fique parado muito tempo na fábrica até ser montado na caixa final. E, além disso, o relógio passa em MUITOS lugares antes de ir ao pulso do cliente: estoque da fábrica, centro de distribuição, transportadora, importadora, estoque da loja, vitrine, manipulação por funcionários despreparados, etc. Então é fácil que o relógio perca a regulagem de cronômetro.
Por isso o certificado NÃO tem uma validade determinada.

No entanto, o certificado expedido pelo COSC comprova que, ao menos um dia, o referido movimento já foi um cronômetro, e nada impede que isto possa voltar a acontecer; basta receber a devida manutenção por um relojoeiro treinado.
Hoje em dia, praticamente todos os movimentos suíços são capazes de receber a certificação do COSC, pois não existe mais movimento fuleiro. E a tecnologia a disposição dos relojoeiros também é imensa (timing machines, ferramentas de qualidade, óleos sintéticos de primeira, etc.). Então é relativamente tranqüilo reajustar um movimento aos padrões de cronômetro.

Abraços,

Igor
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Enéias

Pergunta interessante e vejo o assunto conforme exposto pelo "novo mestre" (com mérito) Igor. ;)

Adriano

Além de concordar plenamente com o Igor, acrescento um ponto importante: além da qualidade da manufatura e montagem, o parâmetro COSC depende quase que totalmente de AJUSTE e não de REGULAGEM. Qual a diferença? Ajuste é a centralidade da espiral, vertical e horizontalmente, a distância entre os pinos do index, a posição da virola e mais alguns detalhes. E o ajuste é praticamente definitivo: ele não muda, desde que o relógio não seja submetido à nenhum impacto nem manutenção de má qualidade. Enquanto a regulagem é meramente mexer o regulador para lá ou para cá para acertar a marcha. Logo, um relógio bem AJUSTADO pode entrar no parâmetro COSC a qualquer momento, bastante uma simples regulagem de marcha e nada mais.

Do mesmo modo, um relógio mal ajustado, pode-se fazer o que quiser com o regulador que nunca se obterá uma boa estabilidade de marchas entre posições nem um bom "delta" de marchas.

Por isso é fácil meter no parâmetro COSC muitos Constellation 565, bastante revisão e troca de corda. Motivo? O relógio foi bem cuidado a vida toda, as manutenções forem respeitadas, foram feitas em autorizadas... Desse modo, o ajuste de fábrica é o mesmo há 40 anos. Basta limpar, trocar a corda para dar amplitude (senão, sem chance) e acertar a marcha denovo. Mais nada. O bicho é COSC denovo.

O raro é encontrar 565 assim, imaculado, sem ter passado por açougues. Mas há, e quando há, é difícil descrever o prazer e a satisfação que eles dão quando revisados.

Abraços!

Adriano

Alberto Ferreira

Salve, amigos!

Excelentes comentários!
Se me permitem uma brincadeira, séria, dignos de uma certificação COSC.

Qualidade que vem das origens!
:D

Um grande abraço a todos!
8)

flávio

Um dos primeiros artigos que escrevi na minha vida sobre relojoaria foi sobre isso. Está no site mãe.


Flávio

flávio

Citação de: Adriano online 11 Fevereiro 2009 às 18:33:30
Além de concordar plenamente com o Igor, acrescento um ponto importante: além da qualidade da manufatura e montagem, o parâmetro COSC depende quase que totalmente de AJUSTE e não de REGULAGEM. Qual a diferença? Ajuste é a centralidade da espiral, vertical e horizontalmente, a distância entre os pinos do index, a posição da virola e mais alguns detalhes. E o ajuste é praticamente definitivo: ele não muda, desde que o relógio não seja submetido à nenhum impacto nem manutenção de má qualidade. Enquanto a regulagem é meramente mexer o regulador para lá ou para cá para acertar a marcha. Logo, um relógio bem AJUSTADO pode entrar no parâmetro COSC a qualquer momento, bastante uma simples regulagem de marcha e nada mais.

Do mesmo modo, um relógio mal ajustado, pode-se fazer o que quiser com o regulador que nunca se obterá uma boa estabilidade de marchas entre posições nem um bom "delta" de marchas.

Por isso é fácil meter no parâmetro COSC muitos Constellation 565, bastante revisão e troca de corda. Motivo? O relógio foi bem cuidado a vida toda, as manutenções forem respeitadas, foram feitas em autorizadas... Desse modo, o ajuste de fábrica é o mesmo há 40 anos. Basta limpar, trocar a corda para dar amplitude (senão, sem chance) e acertar a marcha denovo. Mais nada. O bicho é COSC denovo.

O raro é encontrar 565 assim, imaculado, sem ter passado por açougues. Mas há, e quando há, é difícil descrever o prazer e a satisfação que eles dão quando revisados.

Abraços!

Adriano




Sim, e para os padrões do COSC atual, pois ninguém discute isso, mas os padrões atuais são mais rígidos do que na época em que os 565 eram testados. Só que um 565 é um calibre tão top, mas tão top, que não duvido que alguém fosse capaz de ajustá-lo para o padrão de um observatório. Isso sim seria foda. E claro, teria que ser um movimento zero, pois coisa usada fatalmente não atingiria os padrões de observatórios, muito, mas muito casca grossa, tanto é que em 70 (tô chutando aqui, mas é mais ou menos isso) anos de competições em observatório, só uns 4000 relógios passaram nos testes. E com louvor, pouquíssimos! Diria menos de 100. Tenho os dados aqui no livro Chronometers, mas estou numa preguiça danada de olhar, tô confiando na minha memória, quem tiver saco, poste aqui os números precisos.

Flávio