Olha, o ideal seria revisões periódicas de 5 em 5 anos DE USO, não de tempo que tem o relógio. Sim, na minha experiência, mesmo com a mudança dos lubrificantes para sintéticos, relógio parado tempo demais não dá, mas funcionando pouco, é muito melhor do que funcionando muito, isso é fato. Ou vocês acham que um relógio que é usado uma vez por semana irá durar menos do que um que usa todo dia? É claro que não. Então, é como eu disse num dos primeiros textos que escrevi: usem os relógios.
O problema surge quando se tem vários relógios, eu por exemplo tenho "APENAS" (sim, pois o povo aqui costuma ter muito mais) 11, e fica difícil usá-los todos (eca, frase horrível, deixa assim...).
De qualquer forma, uso todos, nem que seja umas duas vezes por mês.
Só que há relógios meus com 10 anos e que nunca viram cheiro de revisão e provavelmente não verão, pois prefiro vê-los intactos, sem marca de passagem de mãos humanas por dentro, do que abertos e com algum arranhãozinho, que é fatal e até normal em revisão, sobretudo os com mostradores de safira atrás. Exemplos:
Meu Swatch Irony Automático tem 10 anos, ainda é aquele com levees em rubis, melhor do que a porcaria atual. Ele não para nunca, carrega muito bem (vá entender...Os movimentos eta top que tenho carregam mal pacas), porém, deve estar, no olhômetro, com uns 200 graus de amplitude no máximo. Não estou nem aí. Não acho que vá danificá-lo por usá-lo à seco, pois, como disse, no final de um ano, o troço acumula, sei lá, umas 150 horas de uso no máximo, o que é muito pouco.
Situação pior é a do meu Zenith Elite, coitado, que está com amplitude péssima, mas outro dia me assustei: o usei e, ao final de dois dias, ele estava uns 5 minutos atrasado kkkk! Mas tenho muito medo de abri-lo, pois o movimento é todo decorado, delicado, vou usá-lo assim mesmo.
O Ebel passou por revisão há uns 4 anos mas já mostra sinais de precisar de outra, pelo menos no sistema de carga. O resto até que não. A amplitude está boa. E meu Ebel é aquele que, ao fazer a revisão, saiu de lá com 0 em pelo menos 3 posições.
O Speedmaster passou por revisão há uns 8 anos, há cerca de 3 pedi para abrirem para ver se estava tudo ok (eu uso demais este relógio), ainda estava, tirando o módulo de carga, cujas rodas reversas estão sem óleo, como falei aqui. Vamos ver quando o abrir de novo.
O Longines passou por revisão recente, menos de um ano.
O resto são relógios com menos de 5 anos, parecem estar bem ok. Ah, minto, tem o Tissot Janeiro. Caras, tem pessoas que quando eu falo que é um Tissot, torcem o nariz, sei lá porque a Tissot não tem fama de relógio de tanto luxo, mas esse é demais, o troço é igual ao coelhinho da Duracell, faz uns dez anos que saiu da fábrica e ainda hoje crava parâmetros do COSC. Olhei isso outro dia. E depois também falam dos calibres Valjoux 7750 (no caso do meu é um de corda manual, 7765). Cara, o troço é uma máquina, literalmente. Nunca vi igual.
Flávio