É complicado escrever o que vou em seguida, parece puro achismo, mas acho interessante.
Na época em que a Folha de São Paulo era excelente, não me recordo se foi o Emerson Capaz - E tenho quase certeza de que foi o Kapaz - ou o primeiro ombudsman que a FSP teve (é, faz tempo) escreveu algo mais ou menos assim:
Brasileiro novo rico é uma tragédia, acha que Rolex é relógio, e nunca ouviu falar em Patek Philippe ou em Vacheron Constantin.
Também dissertou sobre carros, champagnes, charutos e outras coisas, quase sempre apontando que o cultuado pelos novos ricos não era extamente o melhor que o mercado poderia oferecer.
Mas, ou como as pessoas não tinham TANTA bala na agulha como queriam ostentar, ou por pura preguiça ou burrice, seguiam a manada e consumiam o que estava mais em voga pelo marqueting.
Em resumo, disse que um país novo e muito aculturado produz ricos sem conhecimento do que é bom, que busca apenas ícones facilmente reconhecíveis pelos outros.
Isso, aliás, bate exatamente com o que vocês estavam falando até agora.
Interessante, também, que na casa da sogra estava eu ontem a ler a Veja da semana passada ou retrasada, e que agora o novo ícone no mercado são os haras, cavalos e tudo que os cerca, como novo símbolo de status, poder, bem viver.
Acho, novamente apenas acho, que as pessoas que REALMENTE adoram as coisas que são alçadas à novel categoria do A CONSUMIR, tais como relógios, veleiros, cavalos, que estudaram e estudam o assunto e sabem o que é bom devem ficar revoltadas com a chegadas desses bling bling, que inflacionam o mercado, deturpam o conhecimento consagrado, enfim, são verdadeiras patas de elefante.
Você sabe qual o órgão sexual do elefante? A pata, onde pisa fode tudo.
Novamente me escuso por querer contar uma história e sequer saber quem a escreveu. Ainda bem que isto não é uma banca examinadora, mas sim um gostoso bate-papo.
Abraços do Mário